Capítulo 5
Desembarquei em New York, peguei minha mala para ir para casa, entrei no táxi passando o endereço da minha casa para o taxista. No caminho para casa notei que o taxista olhava para o decote da minha blusa tentando ver meus seios, balancei minha cabeça ignorando ele. Minutos depois cheguei em casa, paguei o taxista e saí do carro ignorando uma cantada que ele fez. Cumprimentei alguns seguranças que estavam no portão e entrei na mansão seguindo direto para o meu quarto.
Deixei minha mala do lado da porta e deitei na minha cama, fechando meus olhos. Finalmente em casa. Não estava cansada, não queria dormir, então resolvi tomar um banho e depois ficar deitada sem fazer nada mesmo. Não demorei muito no chuveiro e tentei não demorar muito na hora de lavar o cabelo, logo saí do banheiro enrolada na toalha.
- Poderia ter me esperado.
Encarei Marcus sentado na minha cama.
- Não sabia que o senhor estava em casa. – Respondi.
Entrei no meu closet e vesti minhas roupas íntimas, uma blusa larga e fiz um coque no cabelo.
- Hoje me dispensaram mais cedo. – Falou quando saí do closet.
Vou até minha cama. Sentei apoiando as costas e a cabeça na cabeceira da cama.
- Está sentindo alguma dor, querida?
- Não.
- Caso sinta algo, não hesite em me avisar. – Ele pegou minha mão levando aos seus lábios.
Sorrir com seu gesto de carinho.
- Pode deixar, papai.
- Como foi em Londres?
- Tudo bem, ele não percebeu nada e também não estava arrependido de nada. – Abaixei meu olhar.
Marcus levou sua mão ao meu queixo, segurando com delicadeza e virando meu rosto na sua direção.
- Minha menina, não fique assim. Ele como muitos querem te destruir, mas estou aqui. Vou cuidar de você como eu sempre fiz, meu amor. – Ele sorriu. – Sou o único homem que realmente quer seu bem.
Sorri e concordo. Marcus aproximou seu rosto do meu me beijando calmamente, suas mãos foram para minha cintura, me puxando para sentar no seu colo com uma perna a cada lado do seu corpo. Ele mordeu meu lábio inferior e em seguida um selinho demorado.
- Você é minha menina, Kendall. Minha! – Marcus disse alisando minhas coxas.
- Sim, papai.
Ele sorriu e voltou a me beijar, seus beijos foram para meu pescoço e quando ele ia levantar a minha blusa seu celular começou a tocar.
- Droga! – Resmungou pegando seu celular em cima do criado-mudo.
Sair do seu colo e deitei minha cabeça em seu ombro.
- Alô?... Agora?... – Marcus engoliu em seco. – Estava, mas não tem problema... Tá bom.
Marcus suspirou levantando da cama. Encarei ele confusa.
- O que aconteceu?
- Mas um serviço. Se arruma estou esperando lá embaixo. – Avisou.
- Mas...
- Sem mais, agora!
- Sim, papai.
Assim que ouviu minha confirmação ele saiu do quarto e eu entrei no closet. Troco de roupa colocando uma calça preta, mantenho a blusa branca e coloco um casaco preto por cima, calcei minhas tênis preto. Suspirei ao me olhar no espelho e desci as escadas indo em direção a sala, mas não encontrei meu pai. Grito por ele e nada. Vou para a cozinha e assim que entrei, Annie passou por mim com as bochechas coradas. Olhei para Marcus e ele bebia seu café enquanto lia um jornal.
- Você vai fingir ser, fotógrafa e assim chamar a atenção dele. – Marcus falou sem tirar seus olhos do jornal. – Seu alvo é um atleta viciado que não pagou a dívida. Essa câmera em cima da mesa é para você.
Peguei a câmera olhando para ver se estava tudo ok.
- Qual é o destino?
- Aqui mesmo em New York, no centro, o idiota quer tentar ser alguém na vida. É capaz que você tenha que se envolver com ele. – Marcus fechou o jornal e me olhou. – Lembra que eles...
- Só querem me usar e fingem gostar de mim. – Completei sua fala.
- Isso, querida.
Marcus levantou da cadeira vindo até mim, sorrindo. Ele segurou minha cintura e me deu um selinho demorado.
- Te amo, querida. Boa sorte.
- Também te amo, pai.
Entrei no meu carro com uma pequena mala, com algumas peças de roupas já que terei que ficar por perto. No caminho para centro de New York foi em silêncio, eu prestava atenção na estrada e quando parava no sinal eu lia algumas coisas sobre Max Pierre. Ele tem vinte cinco anos, é jogador de basquete, teve problemas com drogas e acabou ficando afastado dos jogos, mas logo voltou quando parou de usar as drogas. Com certeza mentiu e alguém lá de dentro deve ter ajudado para que ele não saísse dos jogos.
Parei meu carro no estacionamento do hotel onde ficaria, mas não subi para o quarto. Quero ver primeiro a vítima . Em cada intervalo bebia café ou energético para me manter acordada. Seguir meu caminho a pé e com a câmera em mãos, não demorei muito para chegar no estádio onde Max treinava. Fotografei o prédio, do beco que tinha do lado e virei para tirar do prédio que fica de frente ao estádio, mas me assustei quando acabei esbarrando em uma pessoa e deixei a câmera cair no chão. Suspirei irritada e me abaixei para pegar a câmera.
- Desculpe, eu não queria te assustar, Kendall. – Fechei meus olhos por alguns segundos reconhecendo a voz rouca.
Eu sorri e mordi meu lábio. Como estava abaixada para pegar a câmera, ele não viu meu rosto. Quando levantei deixei minha expressão neutra, agora de frente para Dominic. Hoje estava com uma calça e camiseta branca, vans vermelhas e casaco bege.
- Oi, Dominic.
Esses olhos…
- Oi. – Ele sorriu. Aponta para a câmera em minha mão. – Eu quebrei a câmera?
Examinei a câmera e estava perfeita.
- Não.
- Tem certeza? Posso te dar outra...
- Não precisa, a câmera não quebrou, mas na próxima faz algum barulho… sei lá…
Como eu não vi ele chegando? Dominic coloca a mão contra o peito de um jeito dramático, inclinando seu corpo para trás.
- Olha, é você que quer me ver de novo, hein?
Eu sorri.
- Quem sabe, você disse que iríamos nos ver e aqui estamos. – Falei apontando para o nosso redor.
- Pena que demoramos duas semanas para nos ver de novo. – Dominic disse.
- Mas nós nos vimos.
Dominic sorriu, mordendo levemente o lábio. Merda. Dei um passo para trás, olhando ao redor, tinha até esquecido do seu sorriso... Não, eu não tinha, mas pensei que não causaria o mesmo efeito da última vez. Achei que nunca o veria de novo para falar a verdade Eu não deveria estar falando com ele.
- Então o que faz por aqui? – Dominic perguntou.
- Fotos. – Mostrei a câmera. – Vou passar um tempo por aqui para fotografar.
- Isso é bem legal. – Dominic sorriu e deu um passo para frente. – Podemos sair, que tal?
Entre abrir meus lábios sem saber ao certo o que falar, tenho uma missão e não posso perder o foco. Tenho que terminar o serviço sem erros e sem distração. Com Dominic por perto vai ficar difícil. Fico confusa. Por que ele iria querer sair comigo? Como meu pai diz: eles só querem me usar e fingem gostar de mim. Dominic é igual a eles. E estou sendo burra demais por deixar ele se aproximar.
- Não, é melhor eu ir embora. – Falei passando por ele.
Passo a mão pelo meu cabelo, colocando uma mecha atrás da orelha. Por que estou tão nervosa? O que está acontecendo comigo? Continuei andando e ouvindo seus passos atrás de mim, andei mais rápido, e ele também. Ele não podia simplesmente ir embora? Parei de andar e virei encarando Dominic séria.
- Vai ficar me seguindo? – Perguntei impaciente.
- Por que essa mudança de humor? O que eu fiz?
Dominic parou na minha frente, ele parecia calmo e paciente. Não respondi logo, ele colocou suas mãos no bolso da frente na calça, olhando atentamente. Sinal que esperaria o tempo que for. Isso me deixou mais nervosa. Dominic está disposto a me ouvir e tenho toda a sua atenção.
- Eu não quero mais te ver, apenas me deixa em paz. – Falei com os nervos à flor da pele.
- É seu namorado? Por isso me quer longe?
Eu estou praticamente gritando com esse homem e ele fala calmamente comigo. Mesmo dizendo em todas as palavras que não quero ele perto de mim e ele continua aqui. Isso faz até eu pensar se estou exagerando.... Será que estou exagerando? Não, não estou.
- Eu não tenho namorado para de cismar com isso!
- Então sua noite foi boa. – Dominic apontou para meu pescoço. – Por que tem um chupão enorme no seu pescoço.
Chupão? Mais que... lembrei da noite passada. Droga! Esqueci do chupão que o David fez. Puxei a gola do meu casaco para tampar. Posso usar isso. David serviu finalmente para algo.
- É, eu tenho namorado...
- Mas você acabou de dizer que não tem. – Cerra os olhos em minha direção.
- Dominic me deixa em paz! – Voltei a andar, mas Dominic puxou meu braço fazendo eu virar para ele.
- Ei, o que eu fiz para você não querer me ver mais? Porque até uns minutos atrás você estava falando comigo normalmente.
- Por que está insistindo tanto?
- Porque eu sei que você vale a pena. – Sussurrou.
Não escondo a minha surpresa com suas palavras e abaixei meu rosto envergonhada. Dominic soltou meu braço e aproveitou para se aproximar mais. Voltei a olhar para ele. Seu olhar me traz uma sensação boa. Com o que estou querendo me enganar? Se Dominic soubesse da metade das coisas que já fiz em menos de dois anos, ele não acharia isso.
- Como pode ter certeza?
Dominic sorriu e levou sua mão ao meu rosto. Seguro-me para não fechar os olhos e aproveitar aquela sensação. É diferente do que sinto com o Marcus.
- Apenas tenho. – Respondeu.