Capítulo 5 Se eu estiver interessado em saber
Casey se virou, notando a figura imponente de Cauther, falando na escuridão do escritório de seu tio Genaro. Tudo o que ele podia ver dele era a ponta do que ele supunha ser um cigarro.
-E você parece determinado a encurtar sua vida se continuar a fumar.
-Pelo menos será de forma lenta.
-Mas, muito mais agoniada, ela não parece se importar com o que acusou seus parentes de fazerem aqui? -Ela cruza os braços.
-Família? -Ela sussurra bem baixinho. Estou fumando um cigarro, achei que fosse óbvio", ela revira os olhos.
-Quero dizer, nesta reunião.
-West, parece que eu não economizo em seus convites. Aparentemente, estou em sua lista de... amigos.
Ela franziu a testa, se ele nunca participava de tais eventos. Era estranho vê-lo participando de um, por isso ela estava assustada há pouco, se não fosse pela voz dele, ela não o teria reconhecido.
-Ele não deveria estar fumando no escritório do meu tio, ele não fuma. Ele vai deixar o cheiro por todo o lugar", diz ela, estreitando os olhos, incapaz de vê-lo claramente.
-Você acha que eu me importo com isso?
-Isso foi muito rude, Sr. Acrom.
-Ela vê Cauther finalmente emergir da escuridão com uma aparência intimidadora e perigosa. Então, eu fui rude, Srta. Monroe", ela joga o cigarro na varanda.
Ela tenta dizer algo, mas só consegue engolir e ficar calada. Ela o encara, mas é impossível segurar seu olhar.
-Eu me perguntei o que você estava fazendo neste lugar, vi você se aproximar rapidamente e me perguntei o que estava fazendo", ele pergunta, colocando as mãos nos bolsos.
-Não é da sua conta. E vou pedir a ele que não me siga.
-Ah, mas é claro que isso é da minha conta", ele dá alguns passos em direção a ela. Em breve você será minha sócia e vou precisar de todo tipo de informação sobre você. Então, se eu estiver interessado.
O coração de Casey começou a bater forte, a ponto de sair de seu peito sem sua permissão. Ela franze os lábios e se pergunta: por que estava agindo dessa forma? Então, ela sente a rápida aproximação de Cauther, o que a deixa de cabelo em pé.
-Não entendo", ele responde com medo em sua voz.
-Oh, não? -Não importava o quão estranho ele estivesse se comportando naquela noite, ele mantinha sua expressão tão sem vida. Diga-me uma coisa, Srta. Casey, por que gosta de ir aos terraços?
-O quê? A garota de cabelos vermelhos, franzindo a testa, sentiu-se encurralada entre a parede da varanda e o amigo de seu pai.
-Você está fazendo isso porque se sente sufocado pelo poder de seu pai e está tentando escapar um pouco do domínio dele?
Os olhos de Casey se arregalaram ao ser descoberta por um homem que nunca lhe dirigiu mais do que duas palavras. Como ele conseguiu enxergar além dela? Isso a fez se sentir tão vulnerável e, ao mesmo tempo, tão nervosa.
-Não sei o que ele está dizendo", Cauther aguça o olhar, fecha o pouco espaço que restava entre eles, colocando as duas mãos na grade da varanda, o que significava que Casey estava em seus braços, mas sem encostar um dedo nele.
-Você é um pequeno mentiroso, Casey Monroe. Que pena! Você está sem sorte esta noite.
-Ah", ele responde em um sussurro.
-Eu paro com as mentiras.
Os lábios da garota de cabelos vermelhos se abriram quando ela se viu encurralada entre o concreto e o enorme corpo à sua frente. O amigo de seu pai estava definitivamente agindo de forma muito estranha.
-Não estou mentindo para você..." Ele se preparou para responder apressadamente.
Mas suas palavras foram inesperadamente interrompidas e, do nada, seus lábios foram selados pela boca de Cauther. O leve contato a pegou de surpresa, ela não conseguiu nem fechar os olhos com o impacto. Mas o toque durou apenas alguns segundos, quando Cauther se afastou dela, mantendo aquela expressão de relutância no rosto. Ele nem mesmo a agarrou pela cintura para um beijo normal, apenas a puxou para perto e a beijou.
Casey olhou para o olhar penetrante de Cauther e se sentiu desmaiar. Suas pernas pareciam gelatina pura e seu coração parecia uma locomotiva desgovernada. Como era possível que seu primeiro beijo de verdade tivesse sido com o parceiro de seu pai, um homem que não demonstrava a menor afeição por ninguém? Mas essa não era a pergunta a ser feita, a verdadeira pergunta era: por que diabos ele a havia beijado?
De repente, seus olhos inocentes observam um sorriso escuro e oculto em meio a tanta seriedade. Não era um sorriso qualquer, era um sorriso de... zombaria? um jogo? Ele estava se divertindo às custas dela? Seu maldito primeiro beijo foi apenas para a diversão do homem, como ele ousa? A garota de cabelos vermelhos cerra a mandíbula, pensando que Cauther era o homem mais desprezível do mundo. E, no entanto, seu pai confiava nele, o que ele diria se ela lhe contasse que seu precioso amigo a havia beijado?
Ele não suportava ser o joguete de um idiota, então empurrou Cauther para o lado e, com o caminho livre, correu para o escritório e depois saiu.
Cauther limpa os cantos dos lábios enquanto observa Casey correr, aquela explosão a faz parecer tão... ele lambe os lábios, ainda sentindo o gosto doce que ela deixou em seus lábios. Talvez a sensação dure por muito tempo, então ela opta por tirar um cigarro da bolsa. Ele o acende e dá uma tragada, o gosto da nicotina se infiltra em suas funções, mas ele ainda não consegue se livrar do gosto de inocência que extraiu dela.
Finalmente, ele deixou a fumaça sair de seus pulmões. A princípio, ele estava convencido de que Casey não podia ser tão inocente quanto sua intuição dizia, especialmente quando a viu entrar na casa com aquela leve saliência no vestido e, droga, aquele vestido era um pecado. Se fosse um crime ela usar aquele tipo de roupa, já teria sido presa há muito tempo.
Genaro West o convidou para essa reunião beneficente, que acabou se tornando um escândalo. Ele não planejava comparecer, mas, infelizmente, Rafael o avisou que era muito provável que ele não comparecesse, e esse aviso o forçou a ir contra seus princípios. Mas comparecer não significava que ele teria de compartilhar com os convidados... ele abriu uma exceção para um deles.
Afinal de contas, sua presença naquela festa de mau gosto não foi tão ruim assim, ele termina com um leve sorriso enquanto dá outra tragada no cigarro.
[...]
Com o sangue borbulhando em suas veias, Casey desce as escadas. Por dentro, ela estava xingando Cauther, ele era um babaca arrogante, egoísta e idiota que não pensava em ninguém além de si mesmo. Se dependesse dela, nunca mais o veria.
Ao descer o último degrau, a jovem esbarra em seu tio, que a segura pelos ombros. Ela estava tão distraída que não prestou atenção em quem estava andando à sua frente.
-Onde você está indo tão rápido, criança?
-Eu estava indo... Vou sair um pouco, cara.
-Do que está falando? Seu pai acabou de chegar.
-O quê? -Ela olhou na direção em que seu tio estava apontando, seu pai estava conversando com um grupo de empresários.
-Eu estava procurando por você, por onde andou?
-Eu fui... eu estava no... com licença, tio, preciso ir cumprimentar meu pai", ele decide não contar a ele sobre Cauther.
Ela pede desculpas a Genaro e atravessa a sala em direção ao pai. O caminho era um pouco difícil devido à multidão de convidados. Ela pega a cauda de seu vestido para evitar ser pisada e, quando está prestes a sair da multidão, alguém agarra seu braço e a puxa de volta para a multidão.
De repente, o peito de Casey está pressionado contra o peito de Cauther, mas que porra é essa? Como ele desceu tão rápido e por que diabos ele a puxou para baixo tão de repente, no meio de todo mundo?
-Que porra ele está fazendo? -Ele sussurra muito baixo para que ninguém mais ouça.
-Não me diga que você não sabe dançar? -Ele pergunta, apertando a cintura dela com um pouco mais de força.
-Nem pense nisso", advertiu ela, cerrando o maxilar, olhando ocasionalmente em volta para ver se eles eram o centro das atenções ou se alguém a estava ajudando a sair da bagunça.
-Está me ameaçando, Casey? -Ela focaliza os olhos em Cauther, que a estava encarando ferozmente, causando arrepios na espinha.
As feições duras do homem eram tão perceptíveis, mas ao mesmo tempo tão... atraentes, mas o quê?