Rosa Morena - do Cantagalo a esposa do CEO
Resumo
Maria Rosa é uma bela jovem no auge de seus 21 anos que mora no Morro do Cantagalo, zona sul do Rio de Janeiro. Ela foi abandonada ainda muito pequena pela mãe que além de não ter condições de cria-la, a culpou pelo abandono que sofreu de sue namorado e a deixou sozinha dentro de um barraco, aonde foi encontrada pelos vizinhos e posteriormente adotada pelos tios de sua mãe que também sempre moraram naquele morro, e optaram por ficar com amenina a deixar ir para os braços de um desconhecido. Hoje ela trabalha como faxineira em uma grande multinacional para ajudar sua mãe de criação e pagar seus estudos da faculdade, sem saber que o seu chefe autoritário Daniel Dother que é o CEO da mesma empresa que ela trabalha, acabou por desejar conquistar a jovem após uma simples xícara de chá. Daniel apesar da grande fortuna e status que o cerca, vive um grave problema de saúde que pode comprometer sua vida em poucos meses. Sem nunca ter casado, sem filhos e com um irmão ganancioso pronto para derruba-lo, ele decide tomar uma decisão radical e Rosa será a principal surpresa dessa loucura para salvar a empresa de um possível comando de seu irmão. Seria o amor, a cura para essa história?
#1: Conhecendo Rosa
Mais uma semana começando, na favela muita gente acorda cedo pra sua rotina de labuta, afinal a luta não para nunca. 'Levanta, sacode a poeira e dá a volta por cima', é o que se escuta de um dos moradores do Cantagalo. E falando em morador, nossa história começa com nossa jovem promissora Maria Rosa, ou apenas Rosa como gosta de ser chamada e é tratada pela maioria. Pense numa mulher bonita, morena dos olhos verdes e cabelos longos e negros, dona de um bronze e curvas invejadas por algumas de suas vizinhas que adoram fofocar sobre a vida da coitada que não faz nada além de trabalhar, estudar e ajudar sua mãe de criação, que na verdade é tia de sua mãe verdadeira.
Rosa ia ser abandonada pela sua mãe biológica que engravidou aos 16 anos, e acreditou que o "amor da sua vida" não havia permanecido ao lado dela por culpa da menina. Ela só tinha 15 dias de vida quando foi largada sozinha e chorando no barraco, e sua mãe decidiu sair pelo mundo em busca de reconquistar o cara que a abandonou grávida e ninguém mais teve notícias sobre ela. Do lado da bebê havia um bilhete mal escrito dizendo "por favor, quem encontrar que entregue essa criança a Cleusa, minha tia que mora no alto do morro, ela saberá o que fazer diferente de mim. Adeus, Andreia". E foi exatamente o que aconteceu. Na época, Cleusa e seu então marido decidiram que iriam ficar com a pequena e cuidar dela como filha deles. Cleusa nunca pôde ter filhos, tentou a adoção mas sofria preconceito por morar no morro e Rosa apareceu no seu caminho como uma dádiva dos céus para encantar seus dias.
"- O que você acha de ficar com ela Sebastião? Podemos cria-la como nossa filha.
- Se Deus a mandou até aqui é porque tem seus propósitos. Essa semana iremos no cartório registra-la. Maria Rosa será nossa filha a partir de hoje..."
Desde pequena nossa protagonista já encantava com seu jeito doce, meigo e alegre, e então a sua mãe, sempre cantava uma música para ela que é do grande compositor João Gilberto:
"Rosa, Morena
Onde vais, Morena Rosa
Com essa rosa no cabelo
E esse andar de moça prosa?
Morena, Morena Rosa"
Seu pai, seu Sebastião a levava desde criança as rodas de pagode e principalmente na quadra da escola de samba do seu coração, a Portela. Ele era um homem simpático, amado pelos vizinhos e amigos do morro, adorava uma festa e principalmente o carnaval e por isso fazia questão que sua esposa e filha estivessem ao lado dele. Faltava alguns dias para o carnaval de 2007 quando seu Sebastião sentiu uma forte pressão em seu peito, era um infarto. Tentaram socorrer mas infelizmente ele acabou não resistindo e faleceu horas depois. Toda a alegria que ele esbanjava pelos corredores do morro foi tomado por uma forte comoção, todos sentiram a dor e a perda daquele homem que amava sua família, aquele lugar aonde morou por anos, que ajudava a todos e sempre batalhou por uma vida digna. Seu Sebastião partiu, deixou Cleusa e Rosa sem sua presença física mas jamais sem o sentimento de ter sido o melhor pai do mundo e seu legado por toda comunidade. Ele não era rico de dinheiro, mas era próspero de amor, fé, solidariedade...
Cleusa fazia de tudo para manter a memória de seu amado vivo no coração de sua filha e assim funcionou. Os anos se passaram e Rosa continuava indo para a quadra da Portela como forma de fazer um tributo ao saudoso Sebastião. Ainda não havia desfilado pela escola mas havia esse sonho em seu coração e queria realizar para homenagear seu guerreiro e em algum momento iria conquistar isso por ele.
Mas agora voltando ao princípio de tudo, apesar da folia, Rosa era estudiosa e dedicada. Trabalhava quase que o dia todo numa grande empresa como faxineira, a noite ia pra faculdade fazer seu curso de administração e ainda no fim de semana arrumava tempo para estudar inglês e fazer aulas de balé em um centro de dança na comunidade. Tinha fôlego de sobra e literalmente sambava todos os dias em cima do preconceito e dos julgamentos do pessoal que não viviam na mesma realidade que ela.
Ela acordava cedo, mas dona Cleusa sempre acordava antes para ajudar a moça a não perder a hora...
- Acorda filha, é 5 da manhã
- Hum, hoje é sábado?
- Não Rosa, é segunda e você tem que trabalhar. Vou preparar seu café enquanto você se arruma. O seu Zinho vai te acompanhar até o ponto de ônibus para você não ficar lá sozinha
- Tadinho mãe, vai acordar cedo um senhor só pra isso... era só chamar o Maumau
Ah sim, Maurício, o carinha que era apaixonado por Rosa. É dono de uma academia próximo do morro e irmão do chefe do tráfico que morava ainda mais acima no Cantagalo. Rosa o tratava como amigo, e gostava muito dele porque sabia que ele era de paz e a protegia, mas para ele só ser um amigo não era suficiente e queria algo a mais
- Aquele insolente do Maurício? Nem pensar, sei bem que ele tem segundas intenções contigo e quero evitar aborrecimentos para mim
- Mas mãe, o Maurício é praticamente um irmão pra mim, e é bem mais forte que o Zinho coitado. Além do mais em todo caso, eu sei me virar sozinha
- Não vamos discutir sobre esse assunto agora Rosa, não confio nele ainda mais sendo irmão daquele maluco lá de cima
- Tá, tudo bem eu vou com o coitado do Zinho até o ponto de ônibus. Vou tomar um banho, um café e partir pra matar mais um leão essa semana...
- Não demora hein menina
- Menina mãe? Já tenho 21 anos sabia?
- Rosa...
- Tá bom mãe, já vou. Oh mãezinha, posso te pedir uma coisinha?
- E o que seria?
- Seria aquele misto quente que só você sabe fazer. Por favorzinho?
- Claro filha, mas vai logo se arrumar senão você atrasa
- Te amo minha rainha master
Bem, a história tá só começando...