CAPÍTULO 1
CAPÍTULO 1
|MANUELA BARROSO|
Eu sou uma garota muito decidida e quando coloco uma ideia em minha mente não há nada que me faça mudar de opinião, afinal de contas, já sou praticamente uma mulher crescida, falta apenas alguns dias e logo isso será realidade em minha vida. Dessa forma, eu logo tenho que falar com a vovó, o que pretendo fazer da minha vida muito em breve. Ela sabe que esse momento um dia chegaria, mas acho que fingia que isso não ia acontecer de verdade ou tão rápido, porém, essa é a hora.
-Vó eu vou voltar para a Itália. -digo com seriedade e já pelo que deve ser a milésima vez.
-Meu pai é um homem importante lá na Itália e isso vai me dar muitas oportunidades as quais eu desejo.
Papai com seus quarenta e cinco anos, se tornou um grande empresário por ter herdado a empresa dos meus avós paternos, logo após minha avó ter falecido de câncer, então, o meu avô ficou bem deprimido e também veio a falecer depois dela. Então, hoje eu moro com meus avós maternos, pois minha querida mamãe morreu no meu parto depois de me dá a luz. Ela era linda e de Bullut, e conheceu meu pai em uma viajem que realizou para a Itália. Eles se apaixonaram profundamente e daí em diante veio eu, resultado dessa paixão avassaladora que tiverem em tão pouco tempo.
Minha vó materna, Mirela, é uma das pessoas que mais amo nessa vida, me conhece muito bem, pois moro com ela e o vovô desde os meus dez anos de idade em Bullut, praticamente minha infância toda, já que na semana que vem será o meu aniversário de dezoito anos ,e por isso quero voltar para minha casa lá com o papai. E apesar do vovô Sebastian também não estar muito contente com essa minha ideia, contudo, ela ainda assim está me apoiando muito, pois me ama e sabe que não vejo meu pai há muitos meses. Papai sempre vem me visitar, entretanto, a última vez que isso aconteceu foi em dezembro no período do natal, e agora já estamos em outubro. Dia vinte seis é o meu aniversário, então dia vinte e cinco partirei para a Itália para surpreender meu pai com a minha chegada inesperada.
-Mas minha filha, seu pai pode achar ruim, já pensou nisso? -vovó diz com preocupação.
-Deixe que com ele eu me entendo, vó. -eu respondo sem um pingo de medo.
-Então está bem, você é quem sabe menina. -ela diz sabendo que não adianta me contrariar pois já estou decidida.
A casa dos meus avós é em Canoas, eles têm uma rede de supermercados de grande porte por todo o país. Eu já conheci muitos dos estados, pois todas as férias nós viajamos juntos em família. Mas, ainda sinto muito a falta de papai, pois minha mãe eu nem pude conhecer de verdade. Acabo de tomar o café da manhã e me despeço dos meus avós para ir para praia com a Luana, minha melhor amiga, que mora no mesmo condomínio que nós.
Felizmente concluí o ensino médio ano passado e como meu pai exigiu, fiz curso de inglês e italiano, para que eu pudesse estar sempre acostumada a minha língua de origem paterna. Desse modo, determinei que este ano vou apenas descansar e curtir, e ano que vem iniciarei a graduação no ensino superior na Itália, pois desejo ficar perto do meu pai. Afinal de contas, não acho nada bom nós vivermos distantes um do outro.
2
-Fala, vaca! -Luana diz me abraçando por trás quando marcamos de nos encontrar para um passeio.
Essa bocuda e doida, mas é igual a mim, que também adora uma festinha de abalar.
-Fala, gata.-eu respondo enquanto seguimos em direção à praia.
-Vamos à uma casa de shows essa noite?- ela pergunta ao sentar-se em uma cadeira de praia.
-Onde?- eu pergunto bastante interessada.
-Semana que vem vou embora do país, e quem sabe quando vou poder aproveitar uma oportunidade como essa outra vez, né?
-Tem uma inauguração de uma casa de show no Levins. -ela diz.
-Então vamos nessa, amiga, para uma despedida. Pois na próxima semana vou voar rumo a Itália. -digo animada e logo vejo ela desmanchar o sorriso.
-Você tem mesmo que ir, amiga?- ela questiona observando de longe o movimento do mar.
-Sim amiga, eu vou. Mas não precisa ficar triste, você pode me visitar e ficar o tempo que quiser, ou até mesmo ir morar lá comigo.
Eu ofereço.
-Visitar até vai, mas sabe que o senhor Anderson nunca me deixaria morar longe. -ela diz rindo
-Verdade, seu pai é muito chato. -eu rebato rindo e ela me dá um tapa no braço.
-Ai, sua vaca!
-Não fala assim do meu pai, sua mocréia.- ela responde achando graça.
Depois da conversa nós ficamos na praia até o final da tarde, e depois fomos para casa nos arrumar para a casa de shows que vamos esta noite. Tomei um banho bem demorado, lavei meus longos cabelos escuros e logo fiz uma escova. Passei meus cremes no corpo, meu pai sempre me envia cremes e perfumes da Itália, um mimo para sua filhinha querida. Ele até mesmo mandou fazer algo especial para mim, tem um cheiro único, feito com flores silvestres raras, e que amo muito, eu só uso ele, tem um cheiro bem marcante.
Visto um vestido preto, de costas nuas até o meio das coxas e um salto preto dez centímetros, então pego uma bolsa preta de grife que papai me deu ano passado, de aniversário. E pronto, estou simplesmente maravilhosa, apesar de sempre me sentir assim, é claro. Na verdade, eu tenho um metro e sessenta de altura, um corpo bem curvilíneo, seios médios, e meus cabelos medem até a cintura. E para completar herdei os olhos azuis do papai, e mesmo que eu seja muito semelhante a mamãe, pelo que vi dela nas fotos, ou seja, ela era linda demais, eu puxei a cor dos olhos da minha parte paterna. Ouço meu celular vibrar em cima do criado-mudo, o que me tira dos meus pensamentos, então saio da frente do espelho para ver o que é. É uma mensagem da Lu.
“Vaca: você já está pronta, égua?”
“Manuela: Só mais dez minutinhos, vou retocar o batom.”
Volto para a frente do espelho retocando o batom vermelho, passo rapidamente um rímel e um batom e prontinho. Pego a bolsa, guardo o batom, celular dinheiro em notas e mais um cartão de crédito, pois sabe-se lá se vou precisar, né? Ao passar pela sala não vi meus avós, então deixo um recado dizendo que estou saindo, entro no carro da minha amiga e logo estamos partindo para a curtição.
-Que gata, hein pilantra? -Lu elogia rindo enquanto dirige.
Graças aos céus minha amiga já é maior de idade e por isso tem carteira de motorista.
-Você também está um arraso, gata. -eu respondo retribuindo o sorriso.
Passamos o tempo no carro conversando muita besteira, brincando e nos divertindo. E alguns minutos depois chegamos na casa de shows, ficamos um tempo na fila e logo entramos, sorte a nossa que não pediram identidade, então não tivemos problema algum para entrar no local. Essa gente só quer saber de grana mesmo.
-Vai beber o que? -Lu pergunta quando paramos no bar.
-Gin tônica.-repondo e ela pede ao barman que não demora muito a nos servir.
Vamos para a pista e começamos a dançar no ritmo da música que estava muito boa. Lu, logo já estava alegrinha e foi saindo com um carinha que chegou nela, mas eu continuei dançando. De repente percebi que tinha um homem lindo me encarando, então comecei a dançar olhando para ele. E depois de uns minutinhos, virei de costa e não demorou muito quando senti alguém bem atrás de mim. Então me virei e vi que era o mesmo homem que estava me encarando. O cara era alto e muito bonito.
-E aí, tudo bem? -ele perguntou no meu ouvido.
-Me chamo Roman
-Ei, eu sou a Manuela. -respondo dando-lhe um sorriso.
-Posso te beijar?-ele pergunta com um sorriso de lado.
-Mas é claro que pode.
Eu mau termino de responder e logo ele me puxa para um beijo profundo. É gostoso o seu beijo, mas nada que me impressionasse. Então fiquei com ele por um tempo e logo me despedi para procurar a Luana. Liguei para ela e nada dela atender, deve estar dando, essa safada. Envio uma mensagem em seu celular avisando que estava indo para casa e depois ela também ia para lá. Chamei um táxi e assim vou para casa, quando chego me lavo e adormeço rapidamente.