Capítulo 8  

Finalmente o corretor de imóveis chega com o dono da casa. O proprietário é um homem alto que parece ter alguns anos, tem olhos azuis e usa óculos graduados que curiosamente o tornam muito atraente. Ele nos cumprimenta e entramos em casa. Ao entrar encontro uma linda decoração moderna e minimalista, dando a impressão de uma casa muito mais luxuosa do que pensávamos. Com três quartos, dois banheiros, uma cozinha “gigante” e a sala mais linda que já vi, e o melhor de tudo é que tem piscina nos fundos. Assim como eu, a Belle também ficou fascinada, em todos os cômodos que entramos ela comentava sobre as coisas que poderíamos fazer para nos divertir. Estamos muito entusiasmados e queremos muito morar aqui.

- Então, o que você acha? —Pergunta o diretor segurando um tablet.

- É perfeita!. —Respondemos com alegria.

—A casa é muito bonita, adoraríamos morar aqui. - digo olhando ao meu redor. O corretor liga para o dono da casa para falar conosco.

— Como vocês podem ver Meninas, essa casa é muito bem projetada, muito luxuosa e próxima a um bairro perfeito. Aposto que eles vão se dar bem aqui.

— Sim, amamos muito, mas qual o valor?

— Mil dólares por mês.

-Como?. — Por mais que eu tentasse, não consegui esconder minha cara de surpresa. Belle e eu literalmente engasgamos, eram quase os nossos salários combinados, não temos condições de pagar por tudo isso, é um absurdo. Eu sei que vale muito o preço (para quem é rico) a casa é realmente incrível e é difícil encontrar um bairro tão tranquilo quanto esse, mas ei, no anúncio dizia que era quase um preço de "banana", eu não não sei, pensei que a "banana" viesse com diamantes. Bella quebra o silêncio.

—É muito, não temos condições de pagar tudo, não está no nosso orçamento, não tem desconto?

—Mas já está com desconto, o preço original é mil e trezentos dólares.

— Sim, literalmente não vamos ficar com ela. — Belle diz, balançando a cabeça.

— Podemos dar uma olhada no centro, quem sabe encontraremos alguma coisa? Não é minha função ajudá-lo a encontrar casas onde não trabalho, mas vejo que você precisa de um lugar para morar rapidamente.

- Pode ser. - Eu respondo.

Resolvemos ir ao Centro, nos despedimos da dona da casa e entramos no carro. Belle está com uma expressão um tanto triste no rosto, ela gostou muito daquela casa, mas se eu tivesse continuado morando lá minha vinda para Las Vegas não teria dado resultado, a maior parte do dinheiro foi para a casa, fora o aluguel. , há contas de água e luz, internet etc.

Depois de um tempo chegamos em Downtown, é um bairro bem movimentado, acho que fica bem no centro de Las Vegas (por isso se chama Downtown) mas de certa forma também é muito bonito. Não vemos muitas casas, e as poucas que vemos são muito mais luxuosas que as anteriores, então provavelmente não teríamos dinheiro para isso.

Precisamos encontrar um lugar para alugar o mais rápido possível, caso contrário ficaremos na rua. Las Vegas é um lugar muito difícil de encontrar casas ou apartamentos baratos, sendo uma cidade turística a maioria das pessoas só vem por prazer, mas me pergunto onde moram os funcionários de todos os estabelecimentos daqui, literalmente só vejo hotéis.

O corredor para o carro e nos dá um sinal pedindo para pararmos, assim que saímos do carro, conta.

— Encontrei um prédio bem antigo na rua dos fundos, mas está bem conservado, estão alugando os apartamentos.

— Olho para Belle e ela responde imediatamente.

-Eu acho que é uma boa ideia.

O edifício tem uma fachada algo antiga, parece já ter alguns anos desde que foi construído. Entramos e vemos o porteiro assistindo televisão, o corretor diz que quer falar com o dono do prédio. O proprietário parece ser um homem mais velho, seu nome é David, ele nos recebeu muito gentilmente. Assim que entra no apartamento ele começa a falar sobre o lugar.

— Não é muito grande, temos quarto, cozinha, banheiro, sala e escritório. — Belle me olha como se “Não é o melhor lugar do mundo, mas acho que ficaremos bem aqui.” Achei perfeito, embora ainda esteja vazio.

—O aluguel é por mês. - Ele diz.

— O corredor olha para nós com uma expressão feliz e como se o seu trabalho estivesse cumprido.

—Então meninas, o que vocês acham?

—Bella responde alegremente.

– Vamos mantê-lo. Aí a gente vem aqui assinar o que for preciso, porque agora temos que voltar ao trabalho. Obrigada por esta oportunidade.

Já é noite, saímos do prédio e seguimos em direção ao carro, nos despedimos do corretor de imóveis e agradecemos muito pela ajuda. Entramos no carro, Belle chama minha atenção olhando para seu celular.

— Liliana Lexi, você lembra daquele cara de óculos que sempre pedia salgadinho e refrigerante, e depois sempre lia o livro?

- Sim.

- Você sabe o nome dele?

—Spencer, li no seu distintivo, mas por quê? — pergunto, preso no trânsito.

— Encontraram-no inconsciente perto da casa do Mike, bateram tanto nele que o coitado desmaiou. Diz aqui que ele está em estado um tanto grave, recebeu muitas pancadas na cabeça.

- Que horror? Você sabe quem fez isso?

—Ainda não, mas parece que foi vítima de homofobia.