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Virei-me com um movimento bastante repentino, antes de sentir meu coração perder uma batida fraca. Depois dois, depois três. Então, muito, finalmente.
Ah, sim, de qualquer maneira...
Cabelos castanhos e castanhos, que combinavam perfeitamente com olhos verde-esmeralda, absolutamente magníficos. Os traços de seu rosto refletiam uma autoridade surpreendente, uma dureza cortante, que provavelmente não deveria ser divertido desafiar. Seus músculos visivelmente muito pronunciados estavam infelizmente envoltos em uma camisa preta, e suas calças cônicas eram da mesma cor.
Seu olhar sobre mim estava começando a me deixar desconfortável, quando ele olhou para mim também, de cima a baixo. Eu nem quis mais sorrir quando vi aquele olhar esmeralda me encarando sério e intensamente. Engoli em seco antes de recuar e ficar ao lado do meu pai.
– Não me diga que esse homem é minha babá designada...? Sussurrei para ele baixinho, vendo a principal pessoa envolvida franzir ainda mais a testa.
– Esteban, que prazer ver você aqui! meu pai exclamou diretamente, antes de dar um tapinha em seu ombro.
Desabei ainda mais quando entendi que esse homem era, portanto, amigo de meu pai. Eles trocaram um bom aperto e meu coração acelerou quando seus olhos verdes me encararam, ainda olhando duros.
Ele é o primeiro homem desde os meus vinte e dois anos que quase me dá vontade de me esconder num minúsculo buraco de rato.
Droga... esse homem me desestabiliza.
– Ruby, chegue mais perto, minha querida, declarou meu pai, enquanto pela segunda vez em apenas cinco minutos eu estava salivando dolorosamente.
Fui avançando aos poucos, inquieto em me aproximar deles. Especialmente dele. Mas o pior foi, claro, quando seu perfume masculino me atingiu bem no nariz e, de repente, sua grande mão agarrou a minha. Deslizou contra sua pele quente e comecei a sentir ondas repentinas de calor.
–Prazer em conhecê-la, senhorita Ruby, ele sussurrou com uma voz profunda, antes de levar nossas mãos à boca.
Seus lábios ardentes percorriam minha pele, enquanto seu olhar estava ancorado no meu, como se nada existisse ao seu redor, ao nosso redor. Esse beijo pareceu durar para sempre, antes de ele soltar nossas mãos, não antes de deixar... seu polegar traçar as costas da minha mão.
Eu fiz uma careta e meu coração pulou outra batida, vendo seus lábios se abrirem em um sorriso fino.
Ele estava me provocando...
– Esse homem vai ficar aqui no palácio para ficar de olho em você, minha querida, meu pai continuou mais tarde, colocando a mão em meu rosto.
– Não quero ser observado como uma criança, respondi de repente, secamente.
O chamado Esteban soltou uma risada profunda, que deixou um novo arrepio na minha pele.
-Rubi! Meu pai exclamou imediatamente, enquanto eu comecei a gemer baixinho.
Já me deixei cativar bastante pelo seu charme, agora vamos parar e agir juntos. Porque eu mentiria? Esse homem tem uma beleza incrível, um corpo digno de ser comparado ao de um deus grego e mesmo assim não verifiquei embaixo dos tecidos, hm...
Mas agora temos que nos recompor e parar de parecer a garota congelada, que sucumbiu completamente ao seu encanto devastador. Nós nos recompusemos, respiramos fundo e mostramos claramente nossa discordância.
– Não há dúvida de que esse macho viril que veio não sei de onde está me observando! Talvez ele me dê um selinho e me faça tomar banho, enquanto estamos nisso! Comecei a ficar animado, quando os olhos do meu pai se arregalaram e o homem começou a rir.
– Você prefere água a trinta e sete graus ou trinta e oito? O Sr. modelo interveio imediatamente, antes que eu lhe lançasse um olhar sombrio.
– Com licença, esqueci de falar de algo mais importante primeiro. Você é mais um pato de borracha ou um barco que flutua na água? Ele continuou, enquanto eu não hesitei em vir e bater em seu ombro.
– Eu não vou permitir! Eu gritei antes de empurrá-lo e bater a porta.
Não, mas isso é um absurdo!
Comecei a acelerar o passo no corredor, sob os muitos olhares curiosos que alguns guardas me lançavam.
– Sim, estou com raiva! Está bom agora, ok! Exclamei, indo em direção ao meu quarto.
Finalmente chegando no quarto, bati a porta e... esperei. De quem é esse sapato preto perfeitamente polido bloqueando o caminho? Maldições escaparam dos meus lábios, antes que eu começasse a empurrar com todas as minhas escassas forças para tentar fechar a porta.
Obviamente, esse pé veio para me impedir de finalizar a minha ação.
– Por favor, retire o pé! exclamei, pressionando meu ombro contra a madeira da porta.
Caramba, que pé é esse que não sai! Deixei escapar um longo gemido, antes de de repente puxar a porta para o meu lado. Minha respiração parou por alguns segundos, vendo seus olhos esmeralda me encarando.
“Impulsivo, não é?” ele sussurrou para mim, puxando a maçaneta da porta e fechando-a.
Ele pegou a chave, enfiou no bolso da calça, levantou a cabeça e olhou para mim novamente.
- O que ? Você pode querer saber se eu prefiro toalhas brancas a toalhas rosa, certo?, cuspi, cruzando os braços contra o peito.
– De jeito nenhum, não. Eu só queria te perguntar sobre a luva. Você o tem com você ou apenas com a mão para evitar germes? — Ele respondeu, parecendo sério, enquanto eu soltava uma risadinha nervosa.
– Prefiro deixar você adivinhar, senhor.
Eu continuei.
– Admito que tenho preferência pela segunda resposta... Acrescentou baixinho, coçando o queixo.
Uma chama dançava perigosamente em suas pupilas verdes.
Estou acabado.