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Capitulo Um

Os humanos são como baratas.

 

A Muitas formas de se começar uma historia. O problema e que nesse momento estou bêbada e não sei por onde começar. E sim, mesmo após o apocalipse a bebidas alcoólicas, só assim para aguentar essa porcaria de vida.

Bem, por onde começar...

No ano 2030 o mundo se explodiu. A briga entre igreja e estado cresceu de forma alarmante, ambos tentando comandar e aplicar suas próprias leis, ambos querendo o controle sobre tudo e todos. Então as bombas nucleares começaram, atingiram o mundo como uma chuva, deixando rastros de destruição. Alguns poucos humanos se esconderam dentro de abrigos subterrâneos e lá ficaram.

Foi onde eu nasci, os homens fizeram do subterrâneo o seu lar por mas, muito mas de mil anos. Ninguém ousou sair, ninguém ousou se arriscar, mesmo quando a comida estava acabando, mesmo quando as pessoas começaram a se matar e a se devorar por fome. Ninguém ousou sair por aquela porta por medo da contaminação do ar, medo da radiação.

Na verdade alguém saiu, eles tiveram coragem, mas ninguém da nossa malta ouviu falar dele.

Não foi por querer mas foi necessidade, e a necessidade movimenta a humanidade, necessidade de sair do nosso buraco nos fez subir. A necessidade de ter algo em que acreditar nos fez horar pelos deuses antigos e por isso estamos assim agora.

Os Deuses retornaram e agora lutam por um lugar ao sol, lutam para saber quem ira subir ao trono e ser o rei dos deuses. Por isso cada um deles escolheu um humano para o representar na terra e os concedeu dons mágicos, assim, para não haver uma guerra que devastaria o mundo. Assim os humanos lutariam e o ultimo a sobreviver se tornaria um deus menor, e o deus patrono da pessoa se tornaria o rei dos deuses.

 

 

 

 

- E foi assim que mamãe ganhou os poderes da titia Hera num foi tia - Uma menininha de dez anos ria enquanto batia palmas, lá deitou-se no chão e ficou a olhar o céu azul e sem nuvens - Por isso mamãe foi embora e deixou eu e a Xilya com o papai, mamãe vai lutar

- Isso pequena, mas esse e o nosso segredo, papai não pode saber tudo bem, então se papai perguntar pela mamãe. ..

- Eu não conto tia, nosso segredo, mamãe vai virar um heroína

- Isso, agora entra, sua irmã esta te procurando

- tia, a mamãe ta em segurança ? -  ela me olhou e suspirei passando a mão em meus cabelos

- Vou cuidar dela, juro

Com dificuldade, levantamos do chão, a pequena correu rumo a sua cabana, com um suspiro me virei e fui para o outro lado, rumo as arvores. O mundo havia mudado, todo o rastro de destruição ou apenas da existência dos humanos havia sido totalmente apagada.

Certa vez falaram que haviam no mundo prédios altos onde as pessoas moravam, quase do tamanho de montanhas, hoje existe apenas arvores montanha e arbustos. Todo o rastro que os humanos haviam sido destruído.

Mas os humanos são como baratas, sobrevivem apesar de tudo, e agora, a guerra os alcançou novamente

- Contou a ela ? - uma voz fraca, quase um sussurro veio. Com um sorriso fraco, corri ate lá a pegando nos braços e ajudando a sentar ela perto de uma arvore - Contou

- Sim, a mãe dela e uma heroína que esta salvando o mundo, pode descansar

- Então esta na hora - a mulher sorriu, seus lindos cabelos negros caíram levemente sobre seus olhos roxos, mas ela pareceu não ligar - Estou pronta, apenas um golpe por favor

- Você poderia voltar, você tem uma família, tem filhos, eles não ligariam pra sua aparência, cuidariam de você aceitariam você

- Olhe para mim akeylla, como eu poderia voltar nesse estado, como poderia deixar meus filhos me verem assim - A mulher abriu seus braços mostrando o corpo, suas roupas estavam completamente destruídas e ensanguentada, sua pele alva havia sido perfurada por espinhos negros que brotavam de dentro de seu corpo e sai perfurando a carne, tingindo seu corpo de sangue, a dor era evidente nos olhos roxos da mulher, mas seu sorriso doce parecia afastar ela - Que tipo de mãe eu séria se deixasse meus filhos me verem assim, se deixasse eles me verem morrer assim. Eu sinto os espinhos se aprofundando mais, posso ter algumas horas ou minutos antes de chegarem aos meus pulmões e eu não conseguir mais respirar, ou de chegar ao meu coração deles não merecem me ver assim, quero que a ultima imagem minha, seja de como eu era antes de Hera me escolher.

- Quando somos escolhidos, além de uma arma e os dons, os deuses também Não um milagre, pode pedir para sua Deusa a curar - apesar de minhas palavras sensíveis, meu rosto era uma pedra de gelo, não precisava me ver no espelho para saber.

- Não posso, não mas - ela sussurrou

- Você já usou não e

- Por favor Akeylla, sei que não me conhece, mas eu vejo que tens bom coração - A mulher sorri mas logo seu sorriso deu lugar a uma careta, a mulher começou a tossir sem parar, ela pôs a mão na boca e ao tirar sangue escorreu dela. A respiração dela começou a ficar mais pesada e arrastada - Por favor

- Droga, Que os céus te recebam irmã e ilumine seu caminho ao pôs vida - Sorri de forma calma e com um movimento, cortei o pescoço dela de uma vez só, ouvindo o som oco de sua cabeça cair no chão - Que Hecate te guia para o além vida, irmã.

seu corpo se encheu de espinhos e deles rosas surgiram, seu corpo inteiro virou uma grande roseira de rosas vermelhas sangue.

Sem ao menos olhar para trás, segui meu caminho. Mesmo não parecendo, mesmo ninguém notando ainda, estávamos em uma guerra. o mundo muda, as pessoas não.

Depois de décadas no subsolo, saímos, mas percebemos que não estávamos sozinhos, havia pessoas lá. Sobreviventes das bombas nucleares era uma hipótese impossível, o maia aceitável era que alguns dos Banks foram abertos e seus integrantes saíram, tiveram filhos e seus filhos tiveram filhos. Os novos humanos eram mais fortes e rápidos. haviam poucos e eles formavam pequenas vilas em alguns lugares, o suficiente para viverem, usaram bem a antiga ciência para criar coisas essenciais.

Infelizmente eu não podia parar e ficar em uma delas, para começar eu era caçada, fora o fato de que agora era a sacerdotisa de Hecate incumbida a espalhar sua palavra e lutar contra idiotas poderosos que acham que não sou nada. Sua maioria mulheres.

Não podia me da ao luxo de ter uma casa, agora eu era uma nômade, mas ao pensar nessa vida de liberdade, mesmo sendo caçada e correndo risco de morte, e comparar com minha vida no bank, aprisionada sem nunca ter visto a luz do sol e sendo... sendo...

Suspirei balançando a cabeça, o passado era algo para ser aprendido, não contemplado

- matou ele Key ? - um rapaz de mais ou menos 18 anos correu ate mim saindo do meio das grandes arvores e sorriu, tinha cabelos loiros e uma pele bronzeada, mas era franzino e baixinho, parecia uma criança - diz mato ?

- Ainda estou viva não estou ? - sorri bagunçando seus cabelos e me embrenhando ainda mais na mata - E não se comemora a morte Pietro, eu já lhe disse isso

- ele matou 10 pessoas Key, merecia morrer - ele cruzou os braços fazendo bico - e a sacerdotisa de hera ?

- 11, ele matou onze - suspirei jogando meus cabelos prateados para trás

- Ele usou a maldição da roseira ? - ele me olhou enojado

- sim, mas ela não sofreu, teve um fim honrado, isso que importa. Conseguiu rastrear o sacerdote de Ares ? Me espreguicei, andei mas uns 10 metros esperando Pietro falar, mas o mesmo estava calado, eu sabia o que ele queria, suspirei parando de andar, me sentei a beira de minha fogueira e suspirei - vai Pietro, desembucha, o que esta escondendo ?

- key eu...  ele foi visto no mirante a algumas luas - ele se sentou do outro lado da fogueira e ficou olhando o fogo - você não precisa caçar ele, precisa se estabelecer em  algum lugar e construir um templo para sua deusa isso sim, ela vai começar a ficar chateada com você e vai te abandonar com muitos deuses fizeram com seus sacerdotes, eles cultivaram vontades e desejos egoístas e perderam suas bênçãos. não quero que isso aconteça com você

- achas mesmo que perderei meus poderes? - o olhei com um leve sorriso em meus lábios, era raro  um deus tirar seus dons de um sacerdote, pois quando isso acontecia eles eram desclassificados da competição ao trono  -  ela não fara isso, diferente dos outros deuses, Hecate não esta lutando pelo trono dos deuses mas sim pela salvação dos humanos, por isso estamos juntos Pietro, não estamos competindo um contra o outro.

- Irina e uma deusa da paz, Hecate nem tanto

- isso vem de interpretação, uma mãe protege, uma anciã guia, a virgem e pureza e esperança. a senhora das terras selvagens e dos partos. Esta associada a encruzilhadas, entradas, fogo, luz, a lua, magia, bruxaria, o conhecimento de ervas e plantas venenosas, fantasmas, necromancia e feitiçaria.

- eu não preciso de aula Key - ele se jogou no chão me fazendo rir - tudo isso e apenas pra explicar que ela não e uma deusa da guerra, e uma deusa da magia dos caminhos e das magias de purificação. ela guia e cura e salva as pessoas. Pietro, estamos cuidando das pessoas, das pessoas que merecem ser cuidadas. ela guia meus caminhos, se faço o que faço e por que ela esta do  eu lado me apoiando e me guiando. - você tem fé de mais Key - ele bufou se arrumando no chão - achei que o mundo tivesse sido destruído por causa da fé, e o que você sempre diz

- E foi, mas o mundo precisa de fé, precisa acreditar em algo, ela me salvou e agora preciso fazer o mesmo pelos outros não achas ?

- Eu já disse que te odeio? como você pode matar as pessoas sem piscar ou ter pesadelos, mas ainda assim ser desse jeito?

- Minha deusa patrono e uma deusa tríplice idiota, não queira que eu tenha apenas uma personalidade - ri de leve antes de me deitar e olhar para o céu.

eu precisava achar o sacerdote de ares e confirmar minhas suspeitas, eu precisava saber se ele ainda estava vivo, se ainda representava perigo a alguém, se ainda fazia as atrocidades que fez no passado, se ainda era o monstro que já havia sido antes.

- por favor, diga que ainda estas comigo - sussurrei olhando para o céu, que não me abandonou

-"sempre" ouvi o doce só em minha mente e sorri, aquela voz afastaria os pesadelos, aquela voz afastaria a dor, a voz que me fez recuperar tudo o que já havia sido feito.

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