Capítulo 6
Enquanto Bakugo a perseguia, ela não parecia assustada, mas segura do que estava fazendo, e o resto dos A-boys percebeu isso. Em um determinado momento, a garota parou de repente, a poucos passos da fronteira. Katsuki tentou parar, mas o chão solto o fez escorregar. Assim que ele colocou seu peso sobre os próprios pés, era possível ver que ele mal conseguia manter o equilíbrio. Ele parecia uma criança tentando pisar no gelo pela primeira vez.
Quando se aproximou da morena, tentou dar um soco nela, mas ela se esquivou facilmente movendo-se para a direita, agarrou seu braço direito e o derrubou para trás, para fora do perímetro.
Bakugo ficou incrédulo por alguns segundos; ele nunca havia sido colocado de costas daquele jeito, ou pelo menos não na aula.
Ele nunca tinha sido colocado de costas daquele jeito, ou pelo menos na aula nunca tínhamos visto alguém que o tivesse colocado daquele jeito.
Kris, que havia observado a cena com espanto, pulou de seu assento e se inclinou sobre a grade, com os olhos arregalados ao ver seu amigo no chão pela primeira vez.
- Mais um fora do perímetro, Adriana vence! gritou All Might.
A garota estendeu a mão para seu oponente, mas ele apenas a devolveu com um olhar ardente.
- Quem você queria derrotar? - ela zombou dele com um sorriso.
Uma expressão completamente diferente foi pintada no rosto de Bakugo.
- Adriana, se você não resolver a situação, seu rosto vai explodir - a mesma voz sempre intervinha na cabeça de Adriana.
- Você não é ruim de briga - disse a garota, ainda com a mão estendida para o aluno - Você precisa prestar mais atenção aos movimentos do seu oponente - acrescentou, fazendo com que a expressão de Bakugo se franzisse ainda mais. Então a garota se agachou, apoiando os joelhos no chão - Você poderia ser a combinação certa de autoconfiança, habilidade de luta e controle de um dom tão poderoso - .
O garoto a encarou, depois deu um tapinha na mão dela e se recostou enquanto seu cérebro processava o que acabara de lhe ser dito. Quando percebeu que se tratava de um elogio, ele olhou a morena nos olhos de um jeito estranho, levantou-se e começou a se afastar, mas parou.
- Vá se foder, vadia", disse ele em um tom irritado,
Adriana olhou para ele por um longo momento antes de se levantar e sair sem dizer nada.
Mina desceu as escadas correndo e abraçou com força aquela que já considerava sua amiga.
- Bem-vindo, novo parceiro - ela olhou para eles com alegria, apertando suas mãos.
- Eu ainda não ganhei", lembrou a outra.
- Eu já a considero um membro da First A, assim como muitos deles.
Primeiro A, e muitos deles também acham que você merece essa carteira", respondeu a aluna, apontando com o polegar para cima para os meninos e meninas sentados na arquibancada. Adriana notou uma garota olhando para ela, seus olhos se encontraram por apenas um segundo antes que a estranha começasse a brincar com alguns estranhos plugues de Jack que saíam de debaixo de seu cabelo. Ela usava seu cabelo roxo cortado em um bob com franjas assimétricas: na verdade, um lado era mais curto que o outro.
Seu comentário foi interrompido por Mina, que se aproximou de seu ouvido.
- Acho que o Kris estava apoiando você, apesar de o Bakugo ser o melhor amigo dele - ela sussurrou, rindo.
Adriana deu de ombros, sem se interessar muito pelo assunto. Quando Ezac lhe disse que ela poderia ir rapidamente ao vestiário para fazer uma última pausa, Mina a arrastou em uma corrida desenfreada, mantendo a mão dela ainda apertada na dele.
- Quem é aquela garota com o cabelo curto? - perguntou Adriana quando as duas estavam trancadas no vestiário.
- A de cabelo roxo? - Mina pediu confirmação e a outra assentiu.
- Seu nome é Kyoka Jirō - ele explicou então - Ela é legal, eu a vi conversando frequentemente com Tokoyami... mas ela também tem um bom sentimento com Kaminari, não sei se você entende o que quero dizer - ele acrescentou sorrindo - Por que você me pergunta isso? - perguntou ela logo em seguida, curiosa.
A garota nova encolheu os ombros
- Eu a vi brincando com uns fios estranhos e fiquei intrigada, só isso - disse ela calmamente.
- Você quer dizer aqueles tampões presos nos ouvidos dela? -
Adriana acenou novamente com a cabeça
- Fazem parte da peculiaridade dela, que, para constar, é incrivelmente legal - respondeu Mina alegremente - Mas não me pergunte como se chama ou como funciona exatamente, porque eu não sei - acrescentou apressadamente - Só posso lhe dizer que ela ouve qualquer som e que pode reproduzir seus batimentos cardíacos em frequências muito fortes - concluiu, segurando o queixo com dois dedos na tentativa de lembrar o máximo de informações possível.
- Você deveria perguntar diretamente a ela, tenho certeza de que ela daria explicações melhores do que eu", continuou ele logo em seguida. Adriana abriu a boca para responder, mas foi interrompida por alguém batendo na porta. Mina disse um simples - Entre - e a porta se abriu para revelar a figura de Ochaco parado na porta com outro sanduíche na mão.
- Está com fome, hein? - perguntou Ochaco, sorrindo, enquanto Mina ria divertida ao ver Adriana devorando vorazmente aquele pobre pedaço.
- Minha peculiaridade consome o que está no meu estômago", explicou a garota, cobrindo a boca com uma das mãos por educação, para não deixar que os dois vissem o que ela mastigava. - Com a peculiaridade da Momo, eu consumi o dobro do que deveria, porque a peculiaridade dela também funciona praticamente da mesma forma.
- Quer dizer que você usou parte da comida para ativar a peculiaridade e o restante para usar suas propriedades? - perguntou Mina, confusa, e Adriana assentiu com a cabeça enquanto dava uma mordida.
- O que há em sua orelha? - perguntou Ochaco com curiosidade
- É um fone de ouvido - interrompeu Adriana
- E você o projetou? - continuou o outro, decididamente interessado no pequeno objeto.
- Sim e não, o design é praticamente meu, mas foi uma garota da seção de suporte que o criou e melhorou - respondeu ela, um pouco relutante.
- Para que você precisa dele? -
essa pergunta fez suas entranhas se revirarem. A curiosidade de Ochaco começou a irritá-la. Adriana não gostava de ser incomodada para falar sobre coisas pessoais.
Ela sentiu uma sensação estranha, uma pequena pressão logo abaixo do queixo que a deixou enjoada e a obrigou a parar de comer.
- Está tudo bem? - perguntou Mina, preocupada, e Adriana balançou a cabeça.
- Sim - ela interrompeu e, em seguida, moveu os olhos em direção a Ochaco e respondeu - Isso me ajuda na coordenação e concentração -.
- Vamos continuar com essa merda, para cima, para cima, para cima -
começou a voz feminina de sempre, que voltou a soar da frente.
Nenhuma das meninas parecia acreditar que isso era verdade, mas, felizmente para Adriana, elas não fizeram mais perguntas.
- De qualquer forma - Mina mudou de assunto depois de alguns segundos de silêncio - Você foi ótima lá fora - continuou ela, colocando os punhos no peito - Você tratou o Bakugou como um touro o tempo todo, depois o agarrou e o jogou para fora - a garota estava toda feliz como ele disse, depois seu rosto ficou mais sério.
"Uma pergunta", ela murmurou, "Por que você expulsou a maioria dos seus oponentes, mas não o Yaomomo?" - ele perguntou, desviando o olhar para Ochaco, como se quisesse entender se ela também havia feito a mesma pergunta.
- Com Yaomomo, você decidiu lutar corpo a corpo desde o início, enquanto os outros você decidiu imediatamente forçar a saída do ringue - o ar ficou estranhamente pesado - Depois, há Kaminari, mas ele é tão estúpido que é uma coincidência à parte", acrescentou para minimizar.
- Eu não queria perder muito tempo - explicou o novato com uma voz calma - É mais fácil tirar alguém de um perímetro do que nocauteá-lo - .
- Embora com Yaomomo- - Ochaco parou de repente, como se estivesse arrependido de ter aberto a boca - Você estava procurando um confronto físico desde o início - .
A expressão de Adriana de repente se tornou mais séria e sombria, um arrepio de medo fez a morena à sua frente estremecer.
- Vejo que você é muito perspicaz - comentou a novata, inclinando a cabeça para um lado - Admito, eu queria confrontar aquela garota - acrescentou sentada no banco, o sangue em suas veias fervia de raiva só de pensar na Momo Rozer - Vou lhe dizer uma coisa: não suporto pessoas como ela - admitiu colocando as mãos atrás das costas. - Sabe aquelas senhoras que eu venho com referências, ou acho que sou miss sabe-se lá quem porque meu pai é influente - ela se levantou e fez uma reverência - Você conhece meu pai? Ah, perfeito, porque eu sou perfeita, incrível", ela disse com uma voz estridente e irritada, "E uma desmancha-prazeres inchada", ela concluiu em um tom rude, sentando-se novamente. "No que me diz respeito, pessoas como você podem se foder", acrescentou, dando uma mordida em seu sanduíche.
Ochaco engoliu com força, olhando para Mina com olhos aterrorizados, para dizer o mínimo.
A conversa do trio foi interrompida por repetidas chamadas de Ezac e All Might.
De volta ao ringue, os dois alunos subiram na arquibancada e cumprimentaram a nova garota com um pequeno aceno de mão, mas a mente dela estava em outro lugar: seu cérebro ainda estava pensando no que ela acabara de lhes contar.
Faltavam dez minutos para o fim da hora. Sete dos vinte anteriores haviam sido gastos no desafio contra Kacchan, enquanto os três haviam se recuperado dos encontros com o garoto elétrico e Bakugo.
Enquanto isso, Shoto estava esperando por ela, em posição.
- Pronto? - perguntou Soto com a mesma expressão apática de sempre no rosto,
- Saiba que serei implacável", respondeu Adriana em um tom desafiador,
O garoto a olhou nos olhos e um canto de sua boca se curvou para cima.
All Might começou o último desafio da manhã.
Nem mesmo alguns segundos antes de o gelo de Todoroki abrir caminho vorazmente pelo chão, indo como uma fera faminta em direção a Adriana, a garota nem teve tempo de reagir antes de sentir imediatamente uma sensação de frio em todo o corpo: ela estava completamente congelada, da cabeça aos pés.
- Ela não perdeu tempo - murmurou em sua cabeça.
- Você é o mais lento, está ficando mole? - Vou tentar novamente com a voz em sua cabeça
- Cale a boca, ninguém lhe perguntou - Adriana cuspiu acidamente
- Eu moro aqui, é claro que eles me perguntam - apontou a voz
- É um assunto entre pessoas, você não tem absolutamente nada a ver com isso", respondeu a moça,
a voz suspirou tristemente - Tudo bem, tudo bem, mas apresse-se e use o fogo ou você será atingida por um monte de moscas - disse ela.
- Prometi a mim mesma que só o usaria em casos de extrema emergência - respondeu Adriana em um tom firme e cerrando os punhos enquanto tentava derreter o gelo usando a peculiaridade do ácido, obtendo, naturalmente, poucos resultados: o gelo era muito espesso para que ela conseguisse derretê-lo a tempo, apesar de usar uma alta concentração de acidez.
- Pare com essa história! - gritou a voz - Você quer entrar na Tuis ou não? É a melhor escola do México e só aqui você vai aprender a controlar bem seus poderes, deixar de lado essa promessa inútil e usar essa maldita peculiaridade - .
Adriana permaneceu imóvel, apertando as pálpebras com toda a força que tinha.
- Não a matou, foi a forma como foi usada que a matou", acrescentou a voz,
A garota sentiu um nó na garganta.