Perfeito para mim

cavalgo pelos descampado o vento fresco acariciando minha pele suavemente, o aroma fresco de terra molhada e mato verde infiltrando minhas narinas sensíveis, amava a sensação inebriante de liberdade, quando estava nos lombo de garanhao era como se tudo desaparecesse e sobrasse apenas isto, cavaleiro e cavalo.

Quando retornei para casa o Sol já se punha majestoso no horizonte,soltei meu cavalo na baia servindo _ lhe uma farta porção de feno e água abundante dai só então retornei para casa.Depois de um merecido banho me juntei à meus amados avós para jantar.

O silêncio aconchegante reinava na mesa , neste momento observava meus avós com amor, foram eles que me criaram desde que eu era um serzinho minúsculo e indefeso, as rugas nos seus rostos e calos nas mãos eram a prova de seu sacrifício ,tudo o que sou e tenho devo a eles.

___ cavalgou muito hoje filha? meu avô pergunta..

sua voz rouca porém firme sempre me fizeram sentir segura.

___bastante vovô, fui até o limite de nossas terras, tudo está tão verdinho..

___ este ano tem sido bom de chuva filha...

____ acho que deves pegar leve com estas cavalgadas, estar toda queimada de sol filha. minha avó intervém.

___ora vovó a senhora vive dizendo que preciso de pegar uma corzinha.

___ sim mas não ficar tostada como uma lagosta.

As gargalhadas foram gerais na mesa, minha avó quando queria sabia ser engraçada.

Depois do jantar como de costume me enrolei num cobertor felpudo e fui para a varanda onde minha avó e alguns dos poucos trabalhadores da Fazenda estava reunidos ouvindo meu avô cantar e tocar viola caipira .

Amava ouvir a voz rouca e cansada do meu avô,me fazia acreditar que tudo estava bem, me sentia segura e feliz , a próxima música era a minha favorita lembro de meu avô e eu cantando ela em volta de uma fogueiras nas noites frias e triste de inverno.Movida pela paixão soltei a voz de olhos fechados e meu avô me acompanhou de segunda voz , quando terminou o dueto chuvas de palmas e assovios soaram as nossas costas me deixando envergonhada.já era tarde quando o pequeno grupo de pessoas foram para suas casas dormir.

como de costume saltei da cama ão som do cantar do galo vestir um jeans e botinas surradas peguei um balde e fui ajudar meu avô a tirar leite, quando terminamos enchemos nossas canecas de leite morno tirado na hora e demos um pequeno e estranho brinde , esta era nossa maneira de começar o dia.

Ainda naquele dia fui até a cidade com meu avô na sua caminhonete que estava abarrotada de cenoura, alface, abóbora , queijo e leite, tudo era para ser vendido na feirinha, e só fomos embora quando terminamos de vender, minha avó já estava preocupada.

____ mas isso são horas de estarem zanzando por aí sem comer?

___ desculpa vovó tínhamos que vender tudo,e hoje na feirinha o movimento estava devagar...

Nos sentamos a mesa fizemos uma oração e então começamos a comer, minha avó tinha feito pirão de peixe a minha comida favorita no mundo.

_____ obrigada vovó...

_____ você merece filha tens sido tão boa moça..

Fui para meu quarto me joguei na cama e fiquei folheando uma revistinha de moda qualquer , neste instante com a certeza de que não havia lugar melhor no mundo do que seu lar.