Prólogo
Klaus Vodmont
Saio do meu quarto irritado com alguma merda em minha mente.
No corredor já começo a notar a agitação de servos no Castelo. Hoje é um grande dia para o Reino.
Uma grande esperança para todos.
Todos têm esperança que a gente volte com a princesa perdida.
Minha tia foi levada ainda bebê e hoje dezanove anos depois, estamos indo em uma missão no mundo imundo dos humanos.
Procuramos por ela em todo canto, vasculhamos cada reino, cada cidade e não obtivemos sucesso.
Mas meus tios tem a conexão de gêmeos com ela, já que minha avó teve trigemeos.
A cada ano a conexão aumentava e esse ano a conexão deles conseguiu dizer em que cidade ela se encontra, somente isso.
E já é muito para nós e acho que o suficiente. Não podíamos esperar mais que isso, minha avó está a cada dia mais triste e ela não aguentaria mais um ano longe da filha.
Por isso o Rei que já é meu pai desde um ano atrás decidiu com o meu avô o antigo Rei preparar uma missão.
Missão essa que só a nova geração Vodmont fará parte.
Não preciso nem dizer que todos os meus primos, irmãos e tios ficaram felizes.
Todos estão precisando de um pouco de aventura.
E eu estou precisando de novidades, estou precisando derramar sangue.
Caminho até a sala do trono onde estão todos reunidos e assim que entro tudo fica em silêncio.
Caralho...
É sempre a mesma coisa, eles primeiro avaliam o meu humor para saber como prosseguir a conversa.
Acredite ninguém gosta de me ver muito irritado.
__Você está lindo meu amor- diz mamãe quebrando o silêncio é caminhando até mim__Eu juro que ainda não acredito que fui eu que fiz algo tão bonito.
Sorrio para mamãe e a abraço.
Eu gosto muito de receber o carinho de mamãe e gosto mais ainda de retribuir o seu carinho.
__É só para você mamãe, a senhora é muito linda- digo e ela sorri, beijo sua testa e me afasto__Perdi muita coisa?
__Claro que não!, mamãe não deixou a reunião começar até você chegar- diz Fanel de cara fechada__Oque você tanto vê em Klaus?, eu também quero ser mimada.
__Pare de birra Fanel, você sabe que mamãe está zangada contigo- digo a irritando, eu gosto de atingir seu limite.
__Foda-se- grita me mostrando seu dedo do meio.
__Eu corto esse dedo Fanel, se controle- digo e isso a deixa mais irritada me aproximo dela e a abraço, mesmo relutante ela retribui.
__Podemos começar a porra da reunião?- pergunta papai já de mau humor.
__Acho que papai não gozou hoje, ele está chato- comenta Fanel.
__Eu ouvi isso Fanel, trate de controlar essa boca- diz e todos libertam suas risadas.
__Ele não gozou mesmo e não vai até aceitar o que eu pedi- diz mamãe piscando para Fanel.
Sinto algo estranho em meu peito e uma raiva cresce em mim, isso foi o suficiente para saber que o meu bom humor já foi.
É sempre assim, não sei muito bem o que acontece. Só sei que a minha mente e barulhenta demais, cheia demais e isso me deixa várias vezes confuso, sem contar na minha bipolaridade.
A discussão entre meus pais continuou por mais alguns segundos e depois a reunião começou. Não falei nada durante algumas horas da reunião e só fiquei observando cada pessoa naquela sala vendo se tem algo de estranho nelas.
Um soldado parece nervoso demais, ele está transpirando muito e o que me faz ter a certeza de que tem algo de muito errado com ele é a forma que ele segura o seu escudo.
O escudo está torto e não está o segurando com firmeza, é como se não estivesse acostumado com o peso do escudo.
Me levanto da mesa onde estão todos sentados para discutir sobre a missão e isso chama atenção deles que se calam.
Me aproximo do soldado que fica mais nervoso quando percebe que estou indo em sua direção.
__Nem tente fugir- digo quando vejo que ele está para dar um passo__Só quero o seu escudo emprestado- digo e vejo ele respirar ar aliviado e me entrega para escudo.
Esse foi o último teste e ele reprovou, nunca empreste o seu escudo. Ele é como se fosse sua proteção.
E se alguém da realeza o pede, o soldado tem de ajoelhar para o entregar, porque ele está honrado em o emprestar a alguém da realeza mas também está entregando sua proteção a alguém, como se estivesse entregando sua vida.
E ele não sabe nada disso, não é por acaso que é difícil se tornar um soldado de Vod, nós temos códigos em tudo e isso sempre nos faz achar os intrusos.
Mas para ele ter chegado até a sala do trono sem ser descoberto é porque alguém o treinou e disse quase tudo que ele deve fazer.
Pego seu escudo e bato com força contra seu peito o lançando contra a parede provocando um grande barulho.
__Que merda é essa Klaus?- pergunta papai e o ignoro caminhando até o falso guarda.
Deixo o escudo de lado e levo sua espada. O faço ficar de joelhos, seguro sua cabeça e deixo a espada em seu pescoço.
__Começe a falar antes que eu fique realmente irritado- sussuro em seu ouvido.
__Ele não fez nada Klaus, solte ele- diz Kane e eu simplesmente ignoro todos eles.
A primeira e grande missão que tenho é proteger minha família.
E eu não falho, nunca...
__Nós somos foragidos da cadeia do norte de Vod, a minha missão é atrair um dos Vodmont até o teatro abandonado e depois íamos pedir um bom dinheiro em troca.
__Onde vocês estão escondidos?- pergunto.
__No teatro abandonado.
__Obrigado por não ter me feito perder tempo- digo passando a espada pelo seu pescoço e arrancando a cabeça__Limpem essa merda.
__Klaus você precisa controlar essa impulsividade Caralho- diz Papai nervoso demais.
__Uma merda- digo irritado__Esses soldados são seus e tinham um infiltrado nessa porra, a culpa é de quem?. O senhor que deve ter cuidado com a merda de falhas como essa porque eu não vou para a porra de uma missão sem ter a certeza de que minha mãe está segura.
__Você está dizendo que não consigo proteger sua mãe?- diz papai se aproximando.
__É isso mesmo que estou dizendo, não se esqueça pai que o primeiro de tudo é a proteção da nossa família e depois o resto- digo e isso parece o irritar mais.
__Eu não esqueci isso, se lembre que eu é que te ensinei isso.
__Não parece pai, porque hoje um de nós teria caído naquela armadilha, imagine se fosse a Fanel ou até mesmo a mamãe, ou até quem sabe a vovó e tudo isso por sua culpa. Você está esquecendo sua família desde que o seu rabo tocou aquele trono- digo o dando as costas prestes a sair da sala.
__Para onde você vai?- pergunta mamãe com a voz tensa.
__Vou limpar o lixo que o seu marido deixou aparecer- digo saindo da sala.
__VOLTE IMEDIATAMENTE, KLAUS VODMONT.