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Capítulo 6

Manu

-Bom dia! Como vocês estão hoje?

Pergunta o oficial Heitor ao chegar na sala de aula. Há um mês que estamos nesta rotina. Aulas técnicas intercaladas com aulas práticas e ainda não me acostumei com a voz deste homem. Toda vez que ele chega é essa sensação de borboletinhas batendo suas asas dentro da minha barriga. Senhorrrrrr, me ajude!

A tensão sexual só aumenta, e eu não sei até quando vou aguentar fingir que nada está acontecendo.

Até Mariana já percebeu. Olho para ela e ela dá um sorrisinho pra mim, como se tivesse falando : "amiga, aguenta que aqui não é hora"

Apesar da empresa incentivar relacionamentos entre seus funcionários, já que é mais seguro, não sei se seria bem visto um relacionamento entre um oficial e uma recruta. Poderia acarretar problemas para ele ou para mim.

Eu não sou nenhuma santa, já tive minhas relações com alguns rapazes, mas nada sério. Sempre foi só sexo, mesmo pq meus objetivos eram mais importantes do que minha vida pessoal.

Pra quem trabalha com segurança, sabe que rola muita adrenalina e estresse. E nada como uma liberação de endorfina para diminuir os efeitos no corpo.

Sexo é vida! Não sou hipócrita de pensar ao contrário.

Depois que me mudei pra cá, ficou mais difícil, já que não temos privacidade num alojamento coletivo. Então, sobra os finais de semana, o que não ajuda em nada se vc chega em casa muito cansada e só pensa na sua cama, num balde de pipoca e seriados de tv. Não dá pra solteiro fazer sexo sem sair de casa.

Mariana e eu nos aproximamos bastante durante esse período, e estamos combinando de sair neste final de semana. Quem sabe assim tiro a barriga da miséria e esqueço de vez esse professor gostoso.

Todos os recrutas resmungaram um "bem Senhor" e foram sentar.

- Bom, hj vamos conhecer a fundo alguns tipos de fuzis. Trouxe hoje pra vocês esse que é muito usado pelas forças armadas, e também pela Inter. É um fuzil relativamente pesado, o que dificulta o seu manuseio...

Enquanto ele falava eu viajava. Como prestar atenção no que ele fala quando eu só penso naquelas mãos grandes apertando a minha cintura e me carregando por aí como se fosse uma bonequinha.

"Foco Manu, foco!"

É muita vontade de dar para esse homem!

-Agente Manu, algum problema? (Heitor pergunta com um ar divertido no rosto.)

-Não Senhor.

-É que você de repente ficou corada e está suando, está se sentindo bem?

Merda! O fogo na roupa não desaparece, quando se trata de querer esse homem na minha cama.

- Deve ser uma queda de pressão. Posso ir no banheiro por um momento?

Falo constrangida.

-Pode.

Saio da sala praticamente correndo, e me tranco na primeira cabine do banheiro que encontro. Eu e essa minha cara de pau que não consegue esconder nada.

Dei mole? Dei...

Mais é porquê eu não consigo me concentrar quando estou com ele, é mais forte que eu e isso está me matando aos poucos.

Tudo me encanta, seu cheiro, seu sorriso que faz duas covinhas na buchecha, suas mãos, sua forma de andar. Sinto que me perco um pouco mais a cada dia e que vai ter uma hora que eu não vou mais segurar. Se pelo menos fosse recíproco! Em nenhum momento senti o mesmo interesse da parte dele. Deve ter alguém, apesar de toda política da empresa, nada o impede de ter relacionamentos dentro da Interprise.

Será que ele tem uma namorada? Provavelmente...

E será que ele ia notar uma baixinha, magrinha e sem graça como eu?!?

Ele vive andando com aquela gostosona da informática. Até parece que ia olhar pra mim.

Escuto uma batida na porta e logo depois ouço aquela voz rouca que me enlouquece:

-Manu, está tudo bem?

-S-sim sim... Já vou sair...

Passo minhas mãos no cabelo e me preparo para enfrentar o que está atrás daquela porta.

Ao abrir a cabine dou de cara com ele, mais não consigo encará-lo por muito tempo. Acabo abaixando a cabeça. Ele segura o meu queixo e ergue para olhá- lo.

- Já te disseram que vc é adorável com essas buchechas que denunciam tudo?!?

Oi?!?? Se estava vermelha, imagina agora depois disso... Merda! Merda!

- Sabe Manu, não é pecado desejar alguém a ponto de perder as estribeiras. Não se envergonhe por isso.

-Do que você está falando? (Olho para ele desesperada.)

-Do que rola entre a gente.

Eu olho espantada para ele.

-O que? Você acha que não sinto o mesmo?

Ele pergunta.

Pega o meu rosto entre suas mãos e me olha bem perto.

-Eu só disfarço melhor que você, pequena.

Dizendo isto ele encosta a sua boca na minha. Quanto mais nos beijamos, mais o beijo fica profundo e molhado. Solto um gemido baixinho e ele me pega no colo e me põe sentada na pia do banheiro.

Me olha com suas mãos em meu corpo, uma na minha nuca e a outra na cintura.

-Hummm (solta um suspiro)

- Mas não podemos neste momento.

- Okay (Digo ameaçando sair de cima do balcão e ele me segura)

- Espera! (Esfrega seu rosto no meu, cheira meu pescoço e diz)

-Não podemos agora, mas, sai comigo no sábado?

- Não posso, já tenho um compromisso.

(Ele me olha desconfiado...)

- Sério, marquei de sair com a Mariana.

- Ok! (Confirma abaixando a cabeça e se afastando um pouco.) - Vocês vāo aonde?

- Numa boate que abriu a pouco tempo.

- Posso me encontrar com vocês lá?

- Se não tiver problemas.

- Então combinamos. Anota seu celular aqui, que te mando meu número depois.

(Ele me dá o celular na mão e eu anoto meu número)

- Agora temos que voltar, antes que alguém perceba. Vá na frente. (Me dá um selinho e me ajuda a descer do balcão.)

Olho para ele mais um pouco, dou um sorriso e saio fechando a porta do banheiro.

Vocês poderiam imaginar que esse deus grego estaria a fim de mim?

Eu não acredito que isto aconteceu!

Foco Manu! Foco!

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