Capítulo 7
— Acredite, agora não é hora — digo a ele, já irritado. —Você acha que beber uma garrafa de vodca vai ajudar? Isso não ajuda você em nada. - Mas o que você sabe? Aposto que ele usa drogas para fugir dos problemas, bebe para esquecer e fica bêbado para não pensar. Você não deveria ousar dar um sermão em mim ou em mim! —Cala a boca, não foi você quem pegou o garoto que você gosta com outra pessoa. — Ela sorri divertida e se aproxima de mim.
— Você sabia que não adiantaria nada ficar perto dele.
Ele tinha e tem apenas ela em mente; você era a escolta. — Por mais que doa, você tem razão. Tentei e tentei de novo, mas no final nunca fui o suficiente, não era o que ele procurava.
—Tem um jeito, sabe? Desligar tudo não é um método que dura para sempre mas pode te ajudar por um tempo – diz ele, sentando ao meu lado.
- Como? - pergunto sério. Ele me olha inescrutável e depois diz: -os comprimidos-. Permaneço imóvel e olho para ela com o canto do olho: “Não vou usar drogas para uma criança”, aviso-a.
Como diabos você inventa algo assim?
Está louco.
—Foi só minha proposta—. Balanço a cabeça e me levanto da areia.
- Eu estou indo para casa - . Seco as últimas lágrimas e me limpo da areia.
- Tenha cuidado - . Que fofo... Ela se preocupa comigo! Mas até recentemente isso partiu meu coração.
"Vá para o inferno", eu a saúdo em um tom de desprezo e depois viro as costas para ela e vou embora.
Selena
Já não saio desta cama: estou exausto, o vinho de ontem desintegrou-me completamente.
Nem fui para a aula porque estava com dor de cabeça e porque vomitei a noite toda. Resumindo, meu plano não era tão bom...
Danielle não veio me acordar, ela provavelmente já sabia em que estado miserável eu estava.
Eu bufo e jogo as cobertas, esticando um pé.
Meu pé entra em contato com o chão frio e quase tremo ao espirro.
Ótimo, tudo que precisávamos era de um resfriado. Não só o coração partido, mas também o frio. Vou ao banheiro e tomo um banho rápido; Ainda sinto o cheiro de vômito nas minhas roupas, que felizmente troquei ontem.
Ensabo bem e depois enxáguo. Saio do banho e quando termino de secar o cabelo também vou me vestir.
Estou usando uma calcinha preta e ainda por cima um moletom longo e branco que vai até os joelhos.
Desço as escadas e vou até a cozinha comer alguma coisa: minha garganta está seca.
Como um biscoito de chocolate da despensa e vou direto para o sofá.
Não sinto nada, exceto dor e sofrimento.
Vejo a imagem de Castro desaparecer da minha mente e uma lágrima cai dos meus olhos.
Está bem. Vou continuar como sempre fiz. Suspiro e fecho os olhos: preciso descansar mais, não me sinto nada bem. Deito no sofá e deixo o biscoito na mesa de vidro, nem toquei nele.
Volto a dormir em alguns segundos, até ouvir a campainha tocar e acordar de repente.
Vou abrir a porta ainda meio trêmula e quando vejo quem está na minha frente começo a fechá-la novamente.
- Espere! - exclama Castro, tentando não me deixar fechar a porta. - SAIR! - grito com raiva, tentando fechar a porta branca.
— Selena, por favor... — Não me importo nem um pouco com suas desculpas, não me importo.
De repente a porta se abre e ele entra, o que me deixa ainda mais irritada. — Não quero ver você, eu disse! Você nem entende inglês?! —Provavelmente parece loucura, mas estou tão decepcionado com ele que neste momento eu o explodiria com apenas um tapa.
Dou um passo para trás e ele estremece com o meu movimento, como se não estivesse esperando o que eu fiz. —Você… me odeia tanto assim? —Ele pergunta com a voz cheia de tristeza e arrependimento. Sim, mas do que se arrepender? Ele nem sabe o que é arrependimento, caso contrário não teria beijado Lillian. — Sim — respondo diretamente.
Ele dá um sorriso cansado e abaixa a cabeça. — Sinto muito, Selena... Você não merecia e eu te fiz sofrer, de novo. — Agora esse é o seu novo esporte: me fazer sofrer.
- Já terminou? - digo, sem olhar mais para ele.
A parede é muito mais interessante que ele no momento.
— Não mereço seu perdão, mas sou egoísta então gostaria que tudo voltasse a ser como era antes... — Como diabos você ousa? Como ousa me perguntar algo assim? Quando ele sabe que tenho seis sentimentos por ele!
Olho para ele com desprezo, um desprezo real e teimoso. - Sair. A partir de casa. Meu: digo cada palavra com ênfase, para que você entenda melhor o conceito.
Ele não diz nada, mas sabe que está ferrado mais uma vez. Ele está prestes a abrir a porta para sair quando diz: — Espero sinceramente o seu perdão. Eu me importo muito com você. — Balanço a cabeça: não quero mais ouvi-lo falar e dizer besteiras, ele já me contou demais. — Olá, Castro. — Empurro-o para fora e em seguida fecho a porta, segurando um peso considerável no peito.
Eu preciso me desconectar. Estou com muita dor.
Volto para a cozinha e abro a despensa com o álcool. Tiro duas cervejas e abro com o saca-rolhas, duas serão suficientes por enquanto. Estou terminando em um túnel escuro demais para encontrar a luz, mas por enquanto não me importo com a ideia de não ver a luz.
Tomo um gole de cerveja, depois outro, depois de outro e de repente termino a garrafa, sem nem perceber.
Abro o outro e quando estou prestes a beber o telefone toca; arruinando meus planos de 'envenenamento'. Li o nome e é Rebecca, mas não preciso dele agora, ou talvez precise?
Não seria uma má idéia que os alcoólatras saíssem.
Eu respondo imediatamente: — você finalmente está me respondendo! Achei que o álcool tinha secado sua mente. Ele faz uma piada, nada engraçado.
— Ele está fazendo isso, acredite. — Tomo outro gole e bato a garrafa contra o balcão.
—Olha, talvez você não devesse beber tanto. Eu sei que não deveria te dar um sermão, mas... já passei por isso e (encerro a ligação e começo a beber a cerveja de novo) minhas amígdalas estão queimando.
Foda-se ela e seus conselhos, foda-se Castro, foda-se tudo e todos.
Volto a cuidar da minha fiel amiga: a mamadeira.
Tomo em poucos minutos e logo sinto dores na têmpora; Devo ter bebido muito rápido. - Cristo... que dor! — grito para abafar os barulhos que ouço. Eles deveriam ter começado a trabalhar agora? Claro, quem os entende é bom.
Cambaleio até o sofá e me apoio nele: minha cabeça dói muito, não me sinto bem agora.
Nem percebo que Danielle voltou e está com raiva, como sempre. “Junte-se, Selena! Que diabos está errado com você? Você nunca foi alcoólatra e agora até bebe vodca e cerveja! —Grite, grite. Você não entende que eu não dou a mínima? Agora fui para o inferno e não há ônibus lá.
"Lillian voltou", ele sussurrou com uma voz gelada.
Ela permanece em silêncio e balança a cabeça em estado de choque: — não é verdade, você está mentindo. —Faço um gesto para ele olhar para mim e ele se deita no sofá ao meu lado.
—Como diabos isso é possível? Eu estava na prisão, droga! - Ela exclama com raiva.
— Eu vi ela com Castro, eles se beijaram apaixonadamente — . E lá estava ela, com aquela expressão de dor no rosto. — Já terminei com ele, pode parar de sentir pena de mim. -