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4

Eles falaram sobre famílias, sobre a distância que os separava. Sofia se perdeu nos lábios entreabertos, no sorriso que alcançou os olhos do estranho. Por um segundo, ela ficou hipnotizada, olhando para os pontos, mas voltou à realidade, virou-se e endireitou as costas.

Ela deu um breve sorriso para o marido e simplesmente continuou comendo uma torrada. Ela não precisava olhar para ele daquele jeito, mas, mais uma vez, sentia-se incrivelmente atraída por ele.

Sofia se sentia como um inseto leve, atraída por Emilio.

Seus olhos estavam vagando por conta própria, ela não precisava exercer nenhuma força de vontade. Finalmente a tortura terminou, eles estavam caminhando para ir embora. Eles se dividiriam em vários carros, pois havia muitos deles.

-O que você acha de irmos ao centro dar uma volta? -propôs seu tio Emilio.

-Acho que é uma boa ideia", comentou Ana.

-Por que você não volta para o quinto? comentou seu cunhado.

-Mas... eles querem dar uma volta", disse Noemi.

Dez minutos depois, estávamos caminhando pela cidade do pequeno vilarejo. As lojas ainda estavam abertas. Emílio era engraçado, ao contrário do que Sofia havia pensado.

Ele tirava a boina, pedia moedas e recebia olhares estranhos. Sofia ria divertida com as atitudes do tio, mas todos se separaram. Eles estavam dispersos.

De um lado estavam suas filhas com o outro tio.

E, do outro lado, estava seu marido, conversando com suas irmãs. Ela ficou no fundo, e ao seu lado estava Emílio.

Emílio, vendo-a tão silenciosa, pegou-a pela mão. Sofia arregalou os olhos, confusa, pois não esperava tal gesto dele.

-E você, sobrinha?

-Eu? Estou bem", disse ela e quis se afastar, mas ele a segurou com força.

Ele entrelaçou seus dedos com os dela, fazendo-a tremer.

-Você sente falta da sua casa? -perguntou Sofia.

Você sente falta da sua casa? - perguntou Sofia. - Na verdade, não, e certamente não neste momento - disse ele com um olhar muito penetrante.

-Eu sentiria falta da minha casa e....

-Você está com as bochechas vermelhas, está com calor? Você está com as bochechas vermelhas, está com calor? É inverno", ele comentou graciosamente e olhou para frente.

-Você é muito alto.

Você é muito alto. -Isso é um elogio ou...?

-Não é um elogio", disse ela, sem olhar para ele.

-Você não gosta de mim, não é?

Você não gosta de mim, não é? - Eu não gosto de pessoas insistentes", disse ela com sinceridade.

Ele riu divertido e ela ergueu um pouco os lábios, mas se conteve.

-É a primeira vez que me dizem algo assim. Diga-me, há alguma maneira de você gostar de mim, sobrinha?

-Você não precisa fingir ser outra pessoa.

-Para você... eu posso ser o Batman", disse ele, divertido, e ela riu.

"Ela está me levando!", pensou ele.

Para ele, esse tinha sido o pior erro que poderia ter cometido. Ao sentir a risada gloriosa daquela mulher, suas bochechas ficaram relaxadas, seus olhos ficaram pequenos. Um belo conjunto de dentes estava por trás daqueles lábios.

Naquele instante, ele ficou inibido, incapaz de parar de olhar para ela com o coração um pouco confuso.

-Qual é o problema? -perguntou ela, um pouco desconfortável.

-Nada, nada.

Eles continuaram andando, mas dessa vez ele a soltou. Sofia sentiu um pequeno vazio com o aperto de mão dele. Ela não tinha gostado quando ele a soltou.

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