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* Nicole *

__ filha acorda!__ escuto mamãe me chamar pela milésima vez e estou levantando por pura força do ódio, todo domingo ela inventa de fazer algo com a Átila uma amiga dela que eu particularmente não gosto, e as vezes acho que ela dirigi olhares para o Nick de maneira estranha, mas quem sou eu para julgar a obsessão pouco saudável dela pelo namorado da minha mãe, mas não é por isso que eu não gosto dela, a mesma vive saindo e gastando o dinheiro da minha mãe junto com ela, as duas não preveem futuro e fica gastando como se não houvesse amanhã.

__ estou indo!__ falo alto para que a mesma escute, e escuto ela bufar de raiva atrás da porta.

Me sentei sobre a cama, fiquei alguns minutos assim, antes de arrastar meu corpo pequeno para o banheiro, não é fácil ter dezoito anos e ter um metro e cinquenta e cinco de altura, tudo em mim parece ser mais pequeno, as piadinhas na escola ... eu odeio.

Tomo um banho rápido, faço minha higiene pessoal, visto uma roupa confortável e desço para saber qual a maluquice que ela vai aprontar hoje.

__ bom dia!__ falo e ela já estava sentada na mesma junto com a " Best friend "dela.

__ bom dia filha!

__ bom dia Nickzinha.__ diz e eu senti uma breve vontade de jogar café quente na cara dela, mas passou ... por enquanto.

__ então Maya, quais os planos para hoje?__ pergunto e ela força um sorriso enquanto se serve.

__ então, hoje é um dia especial a Átila está fazendo trinta e um anos, e nós vamos comemorar e quando digo nós e eu e ela, sabe que não posso deixar você sair por aí filha.__ disse e eu lhe encaro duvidosa.

__ porque eu não posso sair? Eu tenho que ficar aqui trancada nessa casa, enquanto a senhora acha que é uma mocinha da minha idade junto com essa amiga de caráter duvidoso que a senhora tem?__ falei e só fechei os olhos ao sentir meu rosto arder pelo tapa que ela desferiu sobre o mesmo.

__ tenha mais respeito comigo, eu sou sua mãe! Só não basta a vergonha que me fez passar com o Nick ontem.__ a palavra Nick fez a amiga dela fica toda toda.

__ claro me desculpe mamãe.__ falei tentando não demonstrar minha tristeza ao perceber que para ela eu sou a estranha e essa amiga dela é tudo.

O clima ficou estranho, terminei de tomar  o café e já me levantei da mesa.

__ aonde está indo?

__ me arrumar para ir à escola, já que não iremos sair, eu vou fazer trabalho no domingo.

__ não vai, você pode fazer isso em casa, e só vai sair da mesa quando eu e a Átila terminarmos o nosso café, você sabe que não é educado sair da mesa antes de todos.__ disse  e eu respirei fundo, tentando conter as minhas lágrimas, engoli o choro e respirei fundo.

__ estou indisposta, preciso ir.__ tentei mais uma vez mas ela estava pouco se importando para o que eu estava sentindo.

__ não está não! Você fica.

__ mas mamãe.

__ mas nada Nicole Maria!__ disse em alto som, e eu encarei a desgraçada da amiga dela com tanto ódio que eu posso jurar que se estivéssemos só nós duas, eu iria arrancar esse sorrisinho cínico do rosto dela.

Depois que as duas passaram quase meia hora conversando, elas nem se deram conta que eu saí da mesa, as vezes minha mãe esquece de mim, eu já até acostumei, talvez no fundo bem lá no fundo mesmo, ela goste de mim, se bem que pelo fato dela jogar em minha cara quase todos os dias que eu sou culpada do meu pai não estar com ela, e que o Nick não muda para cá porque eu faço de tudo para desagrada-lo, torna esse fato bastante difícil.

Como se eu fosse obrigada a aturar aquela peste que é o Nick.

As vezes é tão ruim, não ter amigos, na escola já me acham estranha, por causa das minhas roupas, eu ando igual uma freira, vestida dos pés a cabeça, porque a minha mãe acha que roupa de mulher é caráter, eu tenho dezoito anos, uma hora dessas eu vou embora, e ninguém vai mais me dizer o que fazer, só que eu ainda moro com ela, então é aquele ditado quem come do meu pirão apanha do meu cinturão, e não estou afim de apanhar de novo.

Respirei fundo e absolvi o perfume de algumas flores que tem no jardim abandonado da minha mãe, ou pelo menos era, eu consegui fazer algo com ele, pelo menos salvar algumas das rosas e tulipas, que têm um cheiro excepcional.

__ oi coelhinha!__ diz e eu me assusto e acabo tropeçando na merda do vestido, e caindo sobre a grama.

__ merda! oi Nick.

__ olha a língua garota, cadê a sua mãe?

__ está lá dentro com a Átila.__ falei e ele  me estendeu a mão para me ajudar a levantar, e eu lhe dei a minha, me puxa com força, e movimento acaba fazendo com que nosso corpos se choquem, encarei seus olhos e ele os meus.

Foi estranho o que eu senti na hora, e não gostei nenhum um pouco.

__ obrigada pela ajuda.__ falei e suas mãos desceram da minha costa para minha cintura, fazendo meu corpo arrepiar com o toque lento, mesmo que fosse por cima do vestido.

Quando chegaram em minha cintura, ele apertou a mesma e eu o encarei novamente meio atordoada com o mix de sensações que eu estava sentindo, e confusa do porque ele estava fazendo isso.

__ o que vocês estão fazendo aí?__ mamãe pergunta e eu me afastei dele tão rápido quanto eu me aproximei.

__ eu ajudei a coelhinha a se levantar, já que a mesma estava jogada no chão.__ disse e minha mãe sorriu, eu o encaro furiosa e ele sorri.

__ que bom que encontrei vocês dois juntos, porque hoje é noite das garotas, e a Nicole não vai, pode tomar conta dela para mim?

Era só o que me faltava.

__ eu não preciso de babar!

__ eu acho que ela não precisa de babá.__ repetiu com desdém e eu lhe fuzilo com o olhar.

__ Nick preciso que fique com ela, Nicole tem estado rebelde ultimamente o que me garante que ela não vai fugir.

__ o que lhe garante que eu não vou enfiar uma faca no seu namorado.__ falo e ele sorri ainda mais.

__ você não seria louca à esse ponto.

__ isso só porque eu quis sair com vocês duas e questionei a sua amizade com essa mulher.

__ Nicole já chega, ele fica e pronto e você não é ninguem para me dizer o que fazer.__ disse e eu revirei os olhos, e o meu amado padrasto de merda estava sorrindo a vontade apreciando a cena que minha mãe fazia.

__ claro mamãe como a senhora quiser.__ falo com certa tristeza e ela segura meu braço com força assim que passo por ela, segurei minhas lágrimas novamente.

__ me solte!__ disse e ela apertou ainda mais.

__ tenha respeito com os mais velhos.__ fala e eu só queria que ela gostasse mais um pouco de mim, e não me humilhasse  na frente das pessoas, mas ela sempre faz isso.

__ desculpe.

__ a garota já pediu desculpas Maya, a solte agora.__ Nick disse firme e aí ela me soltou, e pediu desculpas com a cara mais cínica do mundo.

Respirei fundo, amaldiçoando o dia em que eu nasci, eu não deveria ter vindo à este mundo, já que eu mais pareço fardo na vida da minha mãe, do que filha, só queria que ela me amasse mas acho que devo me contentar com as migalhas de atenção que ela me dá.

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