7- Fim de semana
LUA
Fico olhando para os lados, a carroça se move mais rápido, vamos para a cidade. Vou vê-la pela primeira vez, nunca fui à cidade. Temos um médico de confiança que sempre vinha ver como estava meu irmão, eu nunca precisei ir ao médico, por isso nunca tive motivos para ir à cidade, mas hoje pode até ser bom, assim espero.
Chegando no fim da roça, meu irmão desce da carroça e diz:
— Deixo minha carroça aqui com esse senhor. Ele cuida aqui pra mim, vamos pegar um táxi agora.
Ele me diz e dá uns trocados para o Senhor que sorri gentilmente.
Pego minha mala e meu irmão uma mochila dele e vamos até uma avenida próxima, ele senta em um banco e sigo logo atrás dele. Me sento e meu irmão faz a ligação, deve estar ligando para o táxi.
Ficamos ali esperando por um momento.
Fico olhando para a avenida que está bem movimentada, é até um cenário bom.
Logo avisto um táxi amarelo, meu irmão se levanta e diz que é o nosso veículo.
Entramos nele e ele diz seu endereço ao taxista.
Fico olhando do lado de fora todo o trajeto até sua casa.
É bom sentir esse vento gélido em meu rosto. Sorrio olhando para o movimento lá fora… acho que esses dois dias podem ser bons.
Mais tarde…
Chegamos em sua casa, descemos do táxi e fico olhando para seu lar.
É uma casa linda, parece ser feita toda de madeira, meu Deus.
Tem um jardim lindo na frente. Ele me conduz até sua casa e me mostra cada detalhe.
É linda demais, ele a decorou muito bem.
Sua casa tem cinco quartos, três banheiros, duas salas, um escritório e um local de lazer. É muito lindo mesmo.
Após ele me mostrar tudo e arrumar um quarto para eu dormir. Ele diz.
— Irmã, não somos chegados, mas espero que goste do meu cantinho, você é sempre bem-vinda aqui, ok? Desculpe ser um irmão ausente, prometo te recompensar.
Ele sorri me olhando, eu o respondo.
— Obrigada, irmão. Prometo passar mais tempo aqui, posso vir nas férias e afins, né? Sua casa é um máximo, foi muito cara?
Ele diz sorrindo para mim, relaxando os braços.
— Bom, ainda estou pagando essa casa, só tem quatro anos que estou pagando, vai demorar mais uns anos, mas não me arrependo.
Ele diz sorrindo olhando em volta de sua casa, depois se vira para mim.
— Sou Designer em uma empresa e Freelance em casa nas horas vagas, então sempre ganho uma grana a mais. Enfim, sinta-se à vontade. Vou pedir a Bia para fazer nosso almoço.
Eu fico meio perdida.
— Quem é Bia? — Olho para ele curiosa. Bia? Parece até íntima dele.
Ele coloca a mão no cabelo os bagunçando meio sem graça, e diz.
— É minha empregada. Ela me ajuda a arrumar a casa e fazer a comida. Eu não posso contratar mais gente, a grana tá curta, ela que me ajuda, além do mais é minha amiga também, vou chamá-la.
Eu digo assim que ele se levanta.
— Posso ajudar com a faxina também, e minha comida também é boa. Sempre que vir aqui, posso te ajudar com isso também.
Ele faz uma cara lerda e diz.
— Então quer vir mais vezes para cá?
Ele ri me olhando, reviro os olhos dizendo.
— Se eu gostar daqui quem sabe.
Mostro a língua para ele e Leandro ri mais uma vez e diz que vai chamar a Bia.
Me sento no sofá de novo e fico olhando para a decoração, tudo é muito lindo aqui. Meu irmão até que tem bom gosto.
Ele retorna com a tal da Bia.
Ela sorri para mim me olhando, ela é magra, mais baixa que eu, morena de cabelos curtos lisos, parece ser uma boa pessoa.
Ela vem até mim e me cumprimenta.
— Olá, sou Bianca, seu irmão me chama de Bia. É um prazer.
Ela estende sua mão e a pego gentilmente.
— Oi, sou Lua.
Sorrio de leve para ela, a garota então fala novamente.
— Seu nome é lindo, bom, fiz comida, vou servir vocês. Tem: arroz, feijão tropeiro, carne picadinha, legumes e salada.
Eu digo pra ela.
— Me mostra onde está a comida e eu mesma sirvo a mim e meu irmão, pode ficar tranquila. — Tento ser educada.
Ela agradece e me mostra a cozinha, os pratos e talheres, os pego e nos sirvo. Vou segurando os dois pratos até a mesa de jantar, coloco elas na mesa e retorno com os talheres, Bia coloca uma jarra de suco na mesa e diz:
— Bom apetite, eu já comi. Eu vou para a sala para ficarem à vontade.
Ela diz nos deixando só.
Eu me sento e meu irmão também.
Começamos a comer, a comida está ótima. Fico olhando para os lados enquanto como, está uma delícia mesmo.
Terminamos de comer e digo satisfeita.
— Estava uma delícia, irmão.
Ele concorda e diz.
— Bom, se arrume agora, porque à noite vamos sair.
Eu pergunto curiosa.
— Pra onde?
Ele diz rindo de um jeito estranho.
— A uma boate.
Boate? Hum? Ele sabe que não conheço a cidade, por que ele faz isso comigo?
— O que é boate?
Pergunto curiosa, mas meu irmão continua com aquela cara, parece que ele está fazendo uma cara lerda, já sei que não é uma coisa boa.
— Você vai saber quando chegar lá…
— Eii, me conta…
— Agora não, já volto.
Ele pisca para mim me deixando mais curiosa ainda.
Afinal, o que se faz em uma boate? Aí, meu irmão é besta demais, ele sabe que não entendo nada disso e faz isso comigo. Só espero que esse lugar seja bom.