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Capítulo 28

Charlie finalmente levanta a cabeça, perfurando suas íris verdes nas de Ellie, pegando-a de surpresa. A jovem prende a respiração, mas não desvia o olhar, muito envergonhada. De repente, a porta da frente da casa peculiar se abre, fazendo com que os dois jovens desviem o olhar. Um cavalheiro com uma longa barba branca está parado na porta, com uma constituição intimidadora.

" O que você quer ? pergunta o barbudo em um tom seco que não convida ao convívio.

Ellie força um sorriso e pega dois croissants bem embrulhados nas mãos e os coloca na sua frente.

“Estamos aqui porque você pediu dois croissants”, informa a jovem com calma, o sorriso ainda presente apesar da firmeza do cavalheiro.

O homem barbudo franze a testa e olha para Charlie, com uma expressão completamente diferente em seu rosto agora.

"Quem disse que você poderia colocar os pés no meu pátio?" o cavalheiro cospe, dirigindo-se a Charlie. Eu sei quem você é”, acrescenta.

Charlie ainda não diz nada, embora Charlie olhe para o homem, desafiando-o a fazer algo. Sua mandíbula está cerrada e Ellie agora pode ouvir a respiração pesada do jovem.

“Ele trabalha comigo, senhor, só estamos aqui porque você fez um pedido para Willy”, ela explica, estendendo os croissants para o homem, tentando de alguma forma aliviar a tensão.

O homem barbudo franze a testa ao ver os doces.

“Nunca encomendei do Willy”, diz ele secamente.

Ellie não sabe o que dizer. O endereço, entretanto, está marcado no papel. Ela verifica o número da casa novamente, mas sem surpresa é o correto.

“Sinto muito, mas é o mesmo número”, desculpa-se a menina.

O homem corpulento provavelmente está prestes a intervir para dizer algo desagradável quando uma mulher pequena, provavelmente da mesma idade, aparece no pátio ao lado do homem barbudo. Ela tem cabelos ruivos cacheados que estão grisalhos nas pontas. Seu sorriso encantador imediatamente traz alegria à discussão e parece relaxar um pouco o homem corpulento.

"Bem, olá, linda mocinha", cumprimenta a pequena mulher, dirigindo-se a Ellie.

- Olá senhora, disse ela sorrindo, mas não perde de vista o seu objetivo. Meu colega e eu somos responsáveis pelas entregas da Willy & co esta semana. »

Com esse comentário, a ruiva vira a cabeça para ver melhor esse famoso colega de quem Ellie está falando. Quando os olhos claros da jovem pousam sobre o jovem encostado passivamente em sua casa, seu sorriso congela e seu entusiasmo não está mais realmente presente.

“Oh, Charlie Wolf”, diz a pequena mulher com uma voz incerta. É estranho ver você em outro contexto que não seja uma briga”, ela admite inocentemente.

Sua voz não carrega preconceito, apenas desconforto com essa situação. O homem corpulento não tira os olhos de Charlie, olhando para ele mais de uma vez. Sentindo a tensão ressurgir, Ellie intervém mais uma vez.

“Tenho dois croissants para você hoje! anuncia a jovem, estendendo os croissants com um sorriso tão grande que lhe dói o maxilar.

- Ah, espere um minuto! »

A ruiva sai deixando o barbudo, Charlie e Ellie em um silêncio assassino. Charlie continua batendo a perna na superfície de madeira, o que parece irritar ainda mais o homem mais velho. Porém, a mulher volta muito rapidamente com a mudança.

"Um brinde a você", disse ela, colocando o troco na mão fria da garota.

- Obrigado, adeus! »

Ellie sorriu mais uma vez antes de pegar sua cesta e continuar seu caminho, com Charlie a seguindo.

“Mais de quinze outras casas!” ela anuncia, empurrando o pequeno portão da casa peculiar.

Charlie franze a testa, mas não diz nada.

Duas horas depois, os dois jovens finalmente voltam para a Willy & Co.

Suas cestas de vime agora estão vazias, para alegria de Ellie. Charlie caminha ao lado da garota, deixando seu olhar vagar pela imensidão azul. O silêncio é reconfortante, como o primeiro raio de sol depois de uma tempestade. O pequeno porto é calmo, deixando os barcos de pesca balançarem ao ritmo da brisa de inverno, como folhas de uma árvore.

“Eu adoro este farol”, disse ela de repente.

Ellie sorriu ao apontar para o velho farol de Edgartown ao longe. Este é de tamanho médio, todo branco com parte superior preta. Está entronizado no meio de uma saliência de terra, à beira da água. Uma janelinha bem pequena fica no meio do farol, dando-lhe um ar de casa estranha.

Charlie levanta uma sobrancelha para a garota, mas não diz nada, deixando uma das mãos quentes no bolso da frente da calça jeans enquanto segura a cesta com a outra.

"Você já esteve lá? Ellie tenta puxar conversa.

Charlie parece calmo e disposto a manter uma conversa mais ou menos amigável. Depois do que descobre sobre o jovem, Ellie sente a necessidade de fazer de Charlie seu amigo, embora possa ser uma tarefa complicada.

“Sim”, disse o jovem.

Ellie continua caminhando calmamente ao longo da costa, deixando a brisa fria passar por seus cabelos escuros.

“Eu costumava ir lá com meu irmão”, Charlie suspira.

A jovem se surpreende com a voz calma e amigável de Charlie. Ela se lembra do que o jovem lhe contou quando estavam sentados perto do fogo e da história que Marguerite lhe contou sobre Charlie. É fácil conectar informações.

"Samuel, não é?" »

A voz da garota é calma, combinando perfeitamente com a atmosfera relaxante do litoral.

Ao ouvir esse nome, Charlie imediatamente fica tenso e olha para Ellie pela segunda vez hoje. Sua mão segurando a cesta está firmemente fechada em torno dela.

"Quem te disse que é meu irmão?" Charlie pergunta e levanta uma sobrancelha.

Sua voz é trêmula, dando a resposta à sua pergunta sem nem perceber.

Ellie não se engana, obviamente é um assunto muito delicado para o jovem.

"Eu... ela está procurando por suas palavras." Eu apenas presumi que ele fosse,” ela disse desconfortavelmente sob o olhar intenso de Charlie.

Ele franze a testa por um momento e deixa seu olhar vagar pela extensão de azul profundo que está diante dele. Seus passos são lentos, dando-lhe tempo para absorver cada detalhe da paisagem.

“Eu costumava ir ao farol com Sam e Milo”, Charlie informa em voz distante. Fomos lá à noite, quando a luz do farol refletia na água. Sentamos na grama com cervejas e refizemos o mundo. Os olhos do jovem ainda estão firmemente voltados para o mar. Tínhamos essa brincadeira de dizer algo que você queria fazer toda vez que a luz do farol mudava. »

Ellie fica surpresa ao ouvir tantas coisas de Charlie, mas parece que ele ficou impressionado com as lembranças.

“Quem é Milo? Ellie pergunta, embora suspeite que sua pergunta seja demais.

Charlie olha para Ellie por um momento, deixando-a nervosa.

"Você é muito curiosa, Ellie", disse ele com uma voz estranhamente suave. »

A jovem não pode deixar de sorrir com esta observação que muitos outros lhe fizeram.

“Parece”, disse ela.

Ellie dá uma cutucada leve e amigável no jovem, que tem o dom de trazer um leve sorriso aos lábios rosados de Charlie.

•••

"Nate, por que não há música?" Lucy pergunta, ambas as mãos nos quadris.

— Hum... o jovem loiro procura uma desculpa, em vão. Esqueci de colocar”, admite.

Lucy suspira e pergunta retoricamente ao menino: "O que é uma festa dançante sem música, Nate?"

"Uma festa sem dança?" ele hesita em sua resposta.

O gerente observa o jovem por um momento, sem acreditar no que ouve.

"O que eu faria sem você, Nate?" ela sorriu, embora zombasse abertamente do jovem.

Nate também sorriu, orgulhoso de si mesmo.

“Você provavelmente estaria em casa assistindo novelas, se perguntando por que um jovem adorável como eu não se casou com você. »

Lucy franze a testa novamente, confusa com a estupidez do jovem.

“Sabe, Nate, às vezes me pergunto por que só demiti você quatro vezes e nada mais”, suspira o gerente. Coloque a música rapidamente, os clientes vão chegar”, ordena.

Nate obedece, com um sorriso travesso nos lábios.

“Você não pode viver sem mim, Lucy, sou seu melhor funcionário”, ele exclama.

O jovem coloca a mão no ombro do gerente por um momento antes de ir até o aparelho de som.

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