Reservas
Após resolver o assunto da reunião que foi adiada, o Henry me diz que vamos precisar viajar para uma cidade próxima da nossa, onde ele irá participar de uma reunião amanhã, digo que ok, ele então pede que eu faça uma reserva num determinado hotel, e reforça que é o melhor, ouço atentamente, e assim que ele termina de falar, me levanto para sair da sua sala, e sou surpreendida pela pergunta inesperada de Henry:
— Você e o meu irmão estão juntos?
— Por que está me perguntando isso?
— Você deve ser mais uma interesseira que está atrás do nosso dinheiro.
— Quem você pensa que sou?
— Vocês são todas iguais. Mas está enganada... O meu irmão não tem dinheiro, ele vive da mesada que o meu pai deixou para ele.
— Não que isso lhe importe, mas se eu for ficar com o seu irmão, não será por dinheiro.
Me viro para sair, mas sou surpreendida por ele que me agarra pelo braço.
— Tome cuidado... O meu irmão gosta de colecionar mulheres.
Henry estava bem perto de mim, eu até conseguia sentir o hálito doce que saia da sua boca, e o seu perfume masculino. Eu não conseguia tirar os meus olhos do dele.
— Agradeço o conselho, mas já sou bem grandinha, posso me cuidar sozinha. — Falei com a expressão séria, encarando ele.
Henry muda a sua expressão e solta o meu braço.
— Pode sair. — Disse grosseiro.
Viro as costas e saio. O que aconteceu aqui? Esse homem é bipolar só pode, uma hora está doce feito mel, de repente vira um limão-azedo. Vou para a minha sala e faço a nossa reserva para amanhã.
Após o meu expediente vou para a minha casa, assim que entro me deparo com as sacolas de roupas que comprei numa loja “online”, vou para o meu quarto e experimento uma por uma, todas ficam lindas em mim. Depois vou tomar um banho, e assim que termino o meu celular toca, é o Henry do outro lado, o que será que ele quer? Espero que esteja me ligando para se desculpar.
Chamada ativa
— Oi chefe?
— Estou ligando para avisar que vou te buscar daqui a uma hora.
— Como assim?
— A viagem Gabriela, a reunião.
— Pensei que só fossemos amanhã.
— Gabriela, a reunião será amanhã de manhã, temos que ir hoje.
— Ah sim!
— Nos vemos daqui a pouco.
Chamada encerrada
Isso não vai dar certo, fiz as nossas reservas para amanhã, não sei por que, mas não tive coragem de comentar sobre isso com o Henry. Ele havia falado para que eu cuidasse das reservas e deixasse que das nossas passagens ele cuidaria, como eu ia imaginar que íamos embarcar hoje, ele poderia ter me informado isso. Arrumo-me rapidamente, coloco algumas roupas e alguns produtos de higienes pessoal na minha mala, um tempo depois a campainha toca.
— Posso entrar?
A casa do meu tio não é muito grande, nada do que o meu chefe estava acostumado, é uma casa sem grandes luxos, só tinha o necessário, uma sala com um sofá simples uma tv, atrás tinha a cozinha e mais dois quartos com duas suítes.
— Entre... Quer beber algo?
— Eu aceito um copo d’água.
— Vou buscar, fique à vontade.
Vou até a cozinha e pego um copo de água, assim que volto encontro o Henry e o meu tio no maior papo.
— Aqui está a sua água.
Após nos despedirmos do meu tio saímos. Quando vi o jatinho particular do Henry a nossa espera, entendi por que ele disse que cuidaria das nossas passagens. A viagem foi bem difícil para mim, eu nunca havia voado antes, Henry notou o meu desconforto e perguntou:
— Já voou antes?
— Não.
Me olhou erguendo uma das suas sobrancelhas, não sei por que, mas achei esse gesto simples tão sexy.
— Beba isso.
Ele me entrega um comprimido, sem pensar pego rápido e engulo goela abaixo, segundos depois eu apago.
— Hei... Acorda, chegamos.
Ouço uma voz bem longe, e sinto uma mão me fazendo carícias para que eu acordasse, aos poucos vou abrindo os olhos, e dou de cara com o meu chefe lindo me olhando.
— Vamos acorde, Gabriela.
— Já acordei chefe.
Henry sorri para mim e sem perceber fico encarando ele, sorrindo feito boba.
— Vamos Gabriela.
— Sim, claro!
Me levanto rápido da minha poltrona e ao sair torço o meu pé e acabo caindo em cima do Henry, que cai meio sentado na poltrona ao lado, comigo sobre o seu colo, seguro em seus braços fortes, estou tão próxima dele que as nossas respirações pareciam uma só, uma de suas mãos estão sobre a minha coxa.
— Tome cuidado Gabriela. — Disse me encarando.
Henry sorri lindamente, viro o meu rosto e olho para a sua mão que ainda está pousada na minha coxa, os nossos olhares se encontram, Henry se aproxima do meu rosto, mas o celular dele toca, saio de cima dele como se nada tivesse acontecido, vejo Henry fechar os olhos e passar as mãos nos seus cabelos, antes de atender o seu telefone.
“Oi, cheguei bem sim... Não é uma boa hora para termos essa conversa, porque acabei de chegar, depois nos falamos, tchau.”
Fomos para o hotel que era lindo e luxuoso como eu gosto, mas quando chegamos na recepção para confirmar a nossa reserva, o meu chefe ficou sabendo que não havia reservas no nosso nome, ele me olhou sério, enquanto eu esboçava um sorriso amarelo, Henry conseguiu um quarto que segundo a recepcionista era um quarto simples, mas lá teria duas camas de solteiro, respirei aliviada, fui para o quarto preparada para receber uma bronca enorme do meu chefe.
Ao entrar no quarto não entendi por que aquela recepcionista disse que era simples, tinha uma sala enorme com uma vista linda, uma suíte com duas camas de solteiro uma ao lado da outra. Deixo a minha mala em cima de uma das camas e vou para a varanda.
— Por que não me disse que não havia feito as reservas?
— Eu fiz, mas para amanhã.
— Espero que não se importe de ficarmos na mesma suíte.
— A suíte é enorme, acho que tem espaço suficiente para nós dois.
Henry olha para mim de um jeito diferente que me faz estremecer, até que essa bronca não foi tão ruim assim.
— Então, acho melhor irmos tomarmos um banho, depois descermos para jantar.
— Ótima ideia.
— Então até já, vou tomar um banho.
Enquanto Henry toma o seu banho, fico na varanda fazendo várias selfs.