Capítulo 4 - A busca
POV Jordan
"Quer que eu vá atrás dela, meu Alpha?" Hector, meu beta me questionou.
"Não." falei baixo vendo seu jato decolar. "Ela é mais poderosa do que eu pensava." me virei para encará-lo. "Quero que descubra a verdade sobre o que ela diz. Se essa criança for minha, somente eu tenho o poder para curá-lo e o quero sob o meu poder." Hector concordou e se afastou me deixando sozinho nos espaço vazio do aeroporto.
Voltei caminhando para alcateia ainda em minha forma humana, tentando lembrar em que parte eu me deixei levar e acabei fecundando aquela mulher.
Foram raras às vezes que me senti atraído por alguém daquela espécie. Eles sempre foram fracos e mesquinhos, cheios de regras e medos. Eu podia sentir suas fraquezas, somente pelo cheiro, mas com Celine foi diferente, minha atenção foi captada no exato momento em que ela entrou no meu bar. Ninguém se atreveu a olhá-la por que sentiram que eu a queria. Ela tinha um poder que poucas humanas possuíam e aquilo mexeu com meu lobo.
Tê-la em meus braços não foi difícil, o problema foi me controlar para não deixar minha parte animalesca assumir na hora de possuí-la. Eu sentia vontade de dar mais a ela e ela parecia aceitar de bom grado. Ela não fraquejou em nenhum momento e se entregou a mim de forma plena. Aquilo mexeu com meu ego.
Assim que acordei e me vi sozinho dentro daquele carro, eu percebi quão ingênuo tinha sido. Deixei que as emoções daquela humana me arrastassem para o limite do fracasso. Me deixei levar por suas emoções e jurei que nunca mais faria isso.
Agora, depois de dois anos, ela retornava dizendo que eu tinha um filho com ela e me ameaçando.
"MALDITA!" Rugi frustrado. Me transformei em minha forma lupina e comecei a correr em direção a minha alcateia.
Entrei em nossa vila com a raiva tomando conta de todo o lugar. Todos se desviavam de mim enquanto eu ia em direção a minha casa.
Voltei para minha forma humana e abri a porta com força, fazendo as dobradiças chiarem pelo esforço.
"O que aconteceu, meu alpha?" Angél estava sentada em minha poltrona e se jogou ao chão ficando de joelhos para me receber.
"Não é da sua conta." falei passando por ela sem lhe dar o devido valor.
"Claro, senhor." senti sua voz vacilar e me virei "Levante-se." ela o fez e me encarou com olhos tristes. "O que faz em minha casa?" fui seco.
"Como sua futura esposa, eu achei que poderia ficar mais tempo com você para aprender seus costumes e seus gostos." ela se aproximou com um sorriso doce e estreitei meus olhos. "O que posso fazer por você, meu alpha?" rugi irritado.
"Saia já daqui e só apareça quando eu lhe chamar." minha voz estava sombria e eu não queria sua bajulação naquele momento.
"Sim, meu alpha." ela se afastou e vi seus ombros caírem em derrota.
"Se quer ser minha Luna, mantenha a postura. Não gosto de fracassados ao meu lado." a mulher se endireitou olhando para mim por cima do ombro.
"Não acontecerá novamente, senhor." Angél se afastou e fechou a porta com cuidado para não me irritar mais.
Continuei meu caminho indo em direção ao meu escritório. Eu precisava saber quem era aquela mulher e com que eu estava lidando.
Assim que comecei minhas buscas, descobri que Celine Jones é uma das maiores empresárias do país, sendo a Ceo do conglomerado da Construtora Jones e Associados. A mulher estampava a capa das revistas de negócios mais influentes do país e era considerada uma liderança no ramo da construção civil.
"Essa é a diferença." sorri satisfeito por não ter dado ao meu suposto filho uma matriarca fraca.
Passei a tarde investigando a vida de Celine e acabei descobrindo que ela esteve em um relacionamento com outro empresário importante por bastante tempo. Não sei me dizer por que aquela informação me deixou tão irritado, mas tentei afastá-la de minha mente.
No final da tarde, Hector tinha voltado e me dito que alguns dos nossos homens de maior confiança já estavam em buscas das minhas informações.
"Se o que ela diz for verdade, o que pretende fazer?" ele me questionou e o encarei.
"Trarei meu filhote de volta. Ele me pertence." Hector concordou e voltou a olhar os papeis que entreguei a ele.
"Só saberemos com um teste de DNA, mas sabe que isso é perigoso, uma vez que podem descobrir a mutação em nossas células." ergui a sobrancelha para ele tentando entender onde ele queria chegar com aquela conversa.
"Sei dos riscos." rosnei. "É por isso que pago aquela equipe médica." Hector segurou os papéis com mais força e se sentou na beira da cadeira.
"Senhor, eu só acho que..." ele reformulou a frase e me encarou respirando fundo. "Acho que, talvez, a melhor escolha é deixar o filhote morrer." o encarei com ódio, me levantando e apoiando minhas mãos sobre a mesa.
"Sou eu que decide quem vive e quem morre nessa alcateia. Se aquela criança tiver meu sangue correndo nas veias, eu saberei o que é melhor para ela." rosnei em tom sombrio. "Quando eu precisar da sua opinião, eu pedirei, agora eu só quero que faça o que lhe ordenei." ele concordou assustado pelo meu tom. " Ache o hospital onde ela está com o filhote e me avise. Quero a equipe médica a postos no exato momento que eu a encontrar."
"Claro, meu alpha, claro." Hector se levantou assustado e saiu de minha sala em uma corrida por informações.
Voltei a me sentar e analisei a foto de Celine que estava estampada em meu laptop. Aquele semblante sério, aquelas curvas sedutoras. Tudo nela me atraia de uma forma diferente, porém eu não podia me esquecer que agora existia mais uma questão a ser resolvida entre nós.
Se o filhote fosse mesmo meu e eu pudesse ajudá-lo, eu o faria? Qual seria o preço por manter essa criança viva e entrar em uma briga com sua mãe pela guarda dele?
Do mesmo jeito que eu detinha o poder em meu território, Celine detinha o poder no território dela.