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CAPÍTULO 7

Clarisse não lembrou exatamente quando e porque achou que ir para a faculdade naquele dia, depois de todos os acontecimentos da manhã, iria lhe ajudar. Desde que sentou na cadeira até o levantar para ir embora tudo que ela conseguia pensar era no rosto daquele homem, nos seus olhos claros a devorando, seus lábios abrindo e fechando como se quisesse dizer muitas sacanagens e talvez fosse lindo de ouvir, sua voz grossa falando sacanagens.

Não.

Não.

Não.

Não.

Ela não podia pensar naquilo. Vincent Tornneght era seu sogro, pai do seu namorado e jamais poderia pensar em dormir com ele. Seria estranho, já era estranho ele querer vê-la nua. Dizer que ela era bonita.

Estava claro que ele a queria, mas como? Porque? E odiava também saber que quase cedeu, quis beijar sua boca, sentir seu toque. Não. Não. Aquele não era o comportamento que sua família ensinou.

Talvez se ficasse na sua, nada daquilo iria acontecer novamente. Claro que se não tivesse subido até o quarto dele, não teria ouvido de seus lábios lindos e suculentos que ela seria jogada na cama, e seria tocada, sugada pela língua dele.

Ela queria isso.

Não.

Não.

Não.

— Não – Murmurou devagar despertar de seus pensamentos e encarar com mais atenção a mulher à sua frente. Havia um sorriso medroso e um livro direcionado a si.

— Só quero saber o valor desse livro, pagar e ir embora. Ou posso só ir embora. Caso queira voltar para seu sono profundo. – a cliente achou graça, enquanto Clarisse apenas assentiu.

Não deveria ter assistido à palestra, nem indo para seu trabalho se tivesse corrido para casa não teria que falar sozinha ou sonhar acordada com o pai do seu namorado. Um homem proibido. E ela amava Ronny. Né?

Amava!

Quando voltou para casa naquela tarde, não escapou dos seus pais em perguntar tudo sobre a festa que ia no Natal, pois ambos estariam juntos assistindo e comendo agarrados, o que não era algo ruim para o casal de senhores apaixonados que davam tudo para estarem juntos.

Porém, a única pessoa a qual Clarisse não conseguiu escapar de sua Vivian que invadiu seu quarto com opções viáveis para a festa de Natal. Podiam sair naquela mesma noite para procurarem por um vestido lindo, ou escolher pela internet e encomendar o mais breve possível, afinal, o Natal seria nesse fim de semana e quanto mais rápido se arrumasse, melhor. Porém…

— Então isso quer dizer que ele acha que você não sabe se vestir? – Vivian se jogou na cama ao lado da garota que já abraçava seu urso preferido. — Ou ele quer te colocar dentro de um vestido horroroso?

Por um momento Clarisse pensou nessa questão, e se ele quisesse que ela perdesse todo o tempo que tinha para procurar um vestido bonito e entregar a ela um que não lhe serviria para ela não ter o que vestir.

Porém, e se ele estivesse falando a verdade? Depois das duas últimas trocas de palavras, seria ruim se ele estivesse apenas brincando com sua cabeça, sua mente… mas não, ela era linda sim, e tudo bem um homem como aquele achar também, né?

Né?

— Na verdade ele aceitou que eu vá na festa, pois precisa que Ronny esteja lá. Então se eu não for, Ronny não estará presente para ser apresentado.

— E ser apresentado é tão importante assim?

— Isso é coisa de gente rica, ele quer mostrar que tem um herdeiro. Algo do tipo.

— Que sorte a sua cair numa família assim. Digo….o Ronny é um cara muito bonito e apaixonado por você. E além de tudo, é rico. Você ganhou na loteria.

— Não preciso do dinheiro dele, tenho minha mesada e meu fundo estudantil é mais alto do que você pensa.

Ambas sorriram deixando de lado a preocupação com o vestido, porém, seria mais prudente deixar um de reserva. Vicent Tornneght não iria estragar sua noite.

Assim que terminaram de escolher um possível vestido, Clarisse foi avisada de que o seu namorado estava ali para vê-la.

Tinha dormido com ele, passado uma noite e tomado um café delicioso com ele, ainda assim, era pouco. Amava beijar seus lábios e tocar em seus cabelos.

Ronny era o namorado perfeito? Não sabia, mas queria descobrir um pouco mais.

Jantaram com os pais de Clarisse e sua amiga que não parava de falar sobre a tão sonhada festa dos Tornneght e seria uma pena não poder levá-la, pois a lista de convidados era restrita apenas aos desejos de seu pai.

— De verdade, não é culpa minha não poder levar seus pais, iria gostar de tê-los lá – Ronny confessou ao parar em frente ao seu carro para de despedir da namorada.

— Meus pais entenderam muito bem, e até ficaram mais tranquilos de eu estar com você. Eles ficaram juntos, um jantar romântico, uma troca de presentes linda e fofa, e no final, vão pra cama.

— Hmmmm. Nossa noite também será especial. Porque depois dessa festa chata, vamos passar a noite juntos. Meu pai alugou um barco e vamos fugir para lá antes dele. – Brincou com um sorriso grande ao abraçar a namorada.

— Ah sobre seu pai – Hã? O que ela estava fazendo? Será se contava tudo ao namorado o que estava acontecendo? Ou esperava mais um pouco? Não. Não. Não podia contar nada sobre o que rolou naquele quarto. Não podia. — Ele disse que mandaria alguém procurar alguns vestidos…

— Clarisse, não pense no meu pai como um monstro. – Agarrou as mãos na namorada dedilhando o anel a qual tinha dado — Ele sabe que se você não for a essa festa, eu não vou. Por isso cedeu e me prometeu que te trataria bem. Apesar de não gostar de você.

Isso era mentira. Ele gostava.

Só não gostava de ver seu filho com ela.

— Ele disse finalmente que não gosta de mim?

— Não, não, não se preocupe. – Tentou desconversar, não queria sua namorada se sentindo mal — Você é minha namorada, e eu gosto de você. E é isso que vale.

E era isso mesmo, né?

NÉ?

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