Capítulo 6 Encontro em um Avião
Quatro anos mais tarde.
O avião estava voando suavemente acima das nuvens, mas o menino no assento da primeira classe estava se movimentando.
- Papai.
Tentativamente, o menino chamou o homem que havia adormecido ao seu lado.
- Papai.
Vendo que o homem não respondeu, o garoto empurrou gentilmente o homem com sua mão desta vez.
- Sim?
O homem despertou.
- O que é isso?
Sua voz era firme e introvertida, mas não sentia calor.
- Pai, eu preciso ir ao banheiro.
O menino disse timidamente.
Matheus olhou de relance para a mulher sentada ao lado do menino e descobriu que ela também estava dormindo, então ele se levantou e levou o menino ao banheiro.
O garoto parecia ser muito independente. Quando ele estava usando o banheiro, enquanto Matheus estava do lado de fora da porta e esperando.
Na primeira fila da classe econômica, uma menina de cerca de cinco anos sentou-se junto à janela, olhando curiosamente para as nuvens sem fim.
- Mamãe, essas nuvens são lindas.
A menina tinha pele clara e macia e um par de olhos brilhantes em seu pequeno rosto, nariz alto e covinhas quando estava sorrindo.
A menina tinha franjas limpas e amarrou um pequeno rabo de cavalo atrás. Vestida com um vestido branco de algodão, ela estava linda e bonita.
- Sim, é lindo.
Júlia olhou na direção dos dedos da garota. Foi bastante espetacular.
- Mamãe, as nuvens sempre se movem quando estamos no chão. Por que nenhuma das nuvens aqui está se movendo?
- A menina perguntou curiosamente com sua voz suave.
- Não é que ela não se mova, é que nós não a vemos. As nuvens estão sempre se movendo com o vento.- A voz suave de Júlia caiu no ouvido de Matheus, que estava se destacando do banheiro.
Esta voz...
Matheus franziu o sobrolho, depois olhou para a fonte do som.
- Mamãe, eu também não vejo o vento. Onde está o vento? Foi para casa tirar uma soneca?
A menina parecia inocente e ignorante.
- Sim, Cecília, você é esperta. O vento estava cansado e voltou para casa para descansar.
Júlia mostrou um sorriso de amor. O mundo das crianças era simples.
- Mamãe, há um menino nos observando ali.
Cecília se virou de repente e apontou para os dois homens que estavam à porta da casa de banho.
Júlia olhou na direção do dedo de Cecília, e olhou nos olhos do homem. Ela não conhecia o homem, mas podia sentir o fôlego frio do corpo dele.
Mas o garotinho ao seu lado era muito simpático.
Os olhos grandes do garoto eram estranhos e levemente tímidos. Ele tinha um nariz reto, sobrancelhas negras e pestanas encaracoladas. Uma touca de juta em sua cabeça não escondia seus cabelos pretos.
Júlia olhou para o rapaz e depois para o homem, sentindo que eles pareciam semelhantes.
Júlia deu ao garoto um sorriso quente e uma onda amigável.
- Papai, posso ir até lá e brincar com a ela?
O garoto olhou para cima com expectativa.
- O avião ainda está voando. Voltamos para nossos assentos.
O homem pegou a mão do garoto e estava para partir.
- Papai, a mamãe está dormindo. Eu a acordarei se eu voltar. Vou brincar com ela por um tempo e voltarei quando a mamãe acordar.
O menino disse, voltando para trás.
- Senhor, deixe ele brincar comigo por um tempo, por favor.
A voz de Cecília era doce e suave, o que o tornava difícil de recusar.
- ...
Matheus estava em silêncio e queria recusar, mas a menina na sua frente tirou-lhe a capacidade de pensar.
- Por favor, senhor, deixe a criança brincar aqui por um tempo.
Júlia descobriu que o menino estava relutante com o menino, então ela intercedeu por ele.
Matheus tinha uma cara séria. Ele não queria envergonhar a criança em público, então ele teve que se comprometer temporariamente.
- Você está sozinho aqui. Eu vou buscá-lo.
- Obrigado, papai.
O menino estava tão animado que atropelou com um grande sorriso no rosto e Matheus olhou para ele e voltou para a primeira classe.
- Olá, meu nome é Cecília Giordano, minha família me chama de Cecília.
Cecília Giordano foi muito extrovertida e se apresentou.
- Olá, Cecília, meu nome é Lucas Richter, minha família me chama de Lucas.
O menino sentou-se no meio do assento e cumprimentou Cecília com alegria, e depois se virou para dizer oi para Júlia.
- Olá, senhora, você pode me chamar de Lucas.
- Olá, Lucas, que menino adorável.
Júlia olhou para o garotinho com cuidado de novo.
Os jeans e os sapatos de lona pareciam comuns, mas todos eles eram grandes marcas. Os olhos de Júlia caíram sobre o antebraço esquerdo do menino, mas ela ficou decepcionada por ele estar usando um casaco de manga comprida.
As duas crianças se deram bem, falando e rindo do mundo que só eles podiam entender.
Júlia olhou fixamente para o garoto por muito tempo e estava relutante em desviar a vista dela.
O menino foi finalmente levado de volta pelo homem e eles nunca mais se encontraram até que saíram do avião.
O avião pousou suavemente. Faziam quatro anos desde a última vez que ela respirava o ar da cidade. Júlia tinha uma sensação indescritível e só sentia que seu coração ainda estava em uma dor tênue.
Ela voltou para a cidade onde havia nascido e sido criada após quatro anos.
Na rodovia do aeroporto, Júlia olhou para a janela sem pestanejar, vagueando pela mente.
Aqui, bem aqui. Foi aqui que seu pai morreu.
- Leve-me primeiro para o cemitério, Daniela. Já se passaram quatro anos. Eu deveria visitar meus pais.
Júlia falou com um humor abatido.
- Ok, eu sabia que você queria visitar o túmulo. Eu tenho as flores prontas para você.
Daniela Noel era a boa amiga de Júlia, a melhor, colega de classe da faculdade.
Foi a primeira vez que eles se conheceram em quatro anos desde que Júlia partiu.
- Obrigada, Daniela, por visitar o túmulo de meus pais durante todos estes anos.
- Diga obrigado novamente e eu o deixarei na rodovia.
Daniela disse em tom de brincadeira.
- Eu sou boa, Sra. Daniela. Não me deixe na auto-estrada.
Cecília parecia ter medo e apressadamente satisfeito Daniela, porque era a primeira vez que ela conhecia esta bela senhora e não a conhecia bem. Se Daniela realmente deixasse ela e sua mãe na rodovia, seria terrível.
- Oh, a pequena beleza está com medo? Não se preocupe, eu não vou deixá-la aqui.
Daniela sorriu enquanto dirigia. Ela queria ter um dos filhos simpáticos.
- Mamãe, a senhora não vai nos deixar. Ela acabou de fazer uma piada.
Cecília finalmente respirou um suspiro de alívio e sorriu.
- Sim, ela estava brincando. Ela é minha melhor amiga. Como ela pôde deixar a mamãe aqui? Cecília, a mamãe vai levá-la para ver seus avós.
Falando em pais, o sorriso de Júlia desvaneceu-se.
Se seus pais ainda estivessem vivos, se eles pudessem acompanhar Cecília para crescer, isso deveria ser uma coisa feliz.
- Mamãe, a avó e o avô vão gostar de mim?
Cecília perguntou com preocupação.
- Sim, eles vão gostar de você.
Quando eles estavam diante do túmulo de seus pais, Júlia não conseguiu controlar suas lágrimas e continuou varrendo.
Júlia colocou as flores em frente ao túmulo, agachada no chão e olhou as fotos de seus pais no túmulo, soluçando.
- Pai, mãe, finalmente voltei.
- Tia e Vanessa estão bem, não se preocupe.
A súbita partida de seus pais fez Júlia sofrer demais.
- Mamãe, não chore.
As mãos quentes enxugaram suavemente as lágrimas de Júlia, o que deixou Júlia ter algum conforto.
- Sinto falta deles. Cecília, as duas pessoas na foto são seus avós, digam olá.
- Olá, vovô, vovó, eu sou Cecília.
Cecília era uma criança educada, cumprimentou e fez uma reverência profunda.