Capítulo 6
Faltava cerca de uma hora para o sol nascer, trazendo vida à Clareira com seus raios quentes. Resolvi passar um tempo no meu lugar preferido: a Torre. Fui até lá e comecei a subir o longo lance de escadas. A vista lá de cima era sempre maravilhosa e eu não pude deixar de sentar com as pernas balançando, pronta para desfrutar de alguns momentos de relaxamento, sozinha com meus pensamentos e longe de preocupações. Uma leve brisa matinal soprava no ar e fazia cócegas em meu rosto. Foi pouco antes do amanhecer. Não demorou muito para que eu começasse a ouvir o barulho das escadas rangendo. Quem se atreveu a me incomodar? - De nada? — - Newt perguntou, olhando para fora, sorrindo. - Certamente estúpido. Venha, venha", eu disse a ele. "Como é que você acorda tão cedo?" a loira me perguntou. "Eu poderia te perguntar a mesma coisa", respondi. "Na verdade, eu segui você. eu estava roncando como trombones e não conseguia dormir. Então me levantei, vi você chegando aqui e pensei em me juntar a você - - ele me explicou. - Como? - - perguntei curioso. - Não há nenhum motivo específico , Eu só gosto de ficar com você — - ele admitiu. — Eu também gosto de ficar com você, loirinha — Ele sorriu para mim e começou a olhar para a Clareira a sua frente, em silêncio. Eu segui seu exemplo e vi que os primeiros raios de sol estavam aparecendo no horizonte. Apoiei-me, coloquei minha cabeça no ombro de Newt e o menino me aproximou. "Eu gostaria de ficar aqui em cima para sempre", eu disse depois de alguns minutos. "Ah, sim ? E por quê?" ele perguntou curioso. "Este lugar é capaz de me transmitir uma tranquilidade infinita. Afasta os maus pensamentos — - expliquei. — Além disso, você está comigo — - acrescentou o menino. "O menino não está muito modesto", comentei, rindo. - Porque? É a verdade - . — Claro, não tenho dúvidas — - falei, despenteando seu cabelo loiro. Ficamos lá conversando, nos abraçando por um tempo. "Acho que deveríamos descer agora", eu disse com relutância. - Nao vamos. Eu me sinto tão bem aqui com você. — Newt, temos que ir trabalhar. Ninguém gosta de preguiçosos, lembra? — . O menino bufou e se levantou relutantemente. —Que tal nos encontrarmos aqui todas as manhãs? - - ele propôs. —Ok, já estou lá dentro—. - É uma promessa? — . — É uma promessa — - respondi sorrindo.
Assim que desci da torre, me despedi de Newt e fui procurar Alby para saber qual seria meu trabalho hoje. Depois de alguns minutos de busca, encontrei-o ocupado conversando com Gally. Eu me aproximei deles. —Bom dia Alby—. —Bom dia Mara. Hoje você está com Gally e os Construtores. Você terá que seguir todas as instruções se não quiser correr o risco de se machucar. "Está tudo bem, Alby, farei o meu melhor." — Eu sei que você vai — - disse o garoto, me dando um pequeno sorriso e indo embora, deixando Gally e eu sozinhos. —Vamos novato, se apresse, não temos tempo a perder—. "Você poderia parar de me chamar de novato?" — - eu disse irritado. —Eu também tenho um nome—. — Sim, sim, claro — - disse o menino, afastando-se. — Ufa, esse dia começou tão bem! - - Eu pensei. Eu bufei e rapidamente alcancei o Construtor. —Ei, temos um convidado aqui conosco hoje! — - disse um garoto virando-se para Gally. —Pessoal, hoje a novata vai trabalhar conosco e com o George, já que vocês se importam tanto, vou confiar ela a ela e tentar fazer com que ela não cause problemas. E o resto de vocês, o que estão esperando? Levantem-se e voltem ao trabalho! — - Gally disse. — Não preste atenção nele, ele está de mau humor hoje — . - Só hoje? - - Eu mencionei isso. O garoto percebeu o sarcasmo na minha voz e riu alto. "Prazer em conhecê-lo, sou George", disse ele, estendendo a mão. “Mara”, eu disse, retribuindo o aperto. George me deu um rápido tour de apresentações para me apresentar ao resto dos Construtores. Todos aqueles caras eram muito altos e super musculosos e eu nunca poderia fazer as mesmas coisas que eles, mas fiz uma promessa a mim mesmo. Ela teria trabalhado muito e mostrado para aquela malvada Gally que ela era uma trabalhadora e tinha muita força de vontade e vontade de trabalhar, apesar de ser uma menina. George me explicou o que o trabalho de hoje implicava. Íamos construir um grande recinto para animais a pedido de Winston, o mordomo dos Estripadores. Naquele momento pensei no meu primeiro dia trabalhando lá. Eu esperava de todo o coração que Alby não me obrigasse a trabalhar lá também. Não sei se algum dia teria forças para despedaçar um animal pequeno e indefeso sem piscar. Imediatamente tirei aquelas imagens aterrorizantes da cabeça e comecei a ajudar os Construtores carregando pesadas tábuas de madeira e depois pregando-as no chão para criar a nova cerca. Continuei carregando ferramentas e muitas outras ferramentas de trabalho, enquanto as crianças começavam a pregar as tábuas maiores horizontalmente. — Gally, não seria melhor colocar as tábuas de lado? Assim eles ficarão mais resistentes- - propus ao menino. O Construtor olhou para mim com atenção, como se quisesse entender se aquela ideia realmente partiu de mim. “Se dependesse de mim, eu incluiria você entre os Construtores imediatamente”, comentou George. — Bom novato, você foi mais útil do que eu pensava — - disse o garoto com um pequeno sorriso. Ele então saiu para comunicar as novas diretrizes aos outros Construtores. —Estou errado ou Gally apenas sorriu para você? — - George perguntou surpreso quando eu. — Assim parece — - respondi sorrindo de satisfação. Continuamos a trabalhar a manhã toda cravando pregos e martelando aqui e ali até que finalmente concluímos o curral. — Bom trabalho, por hoje terminamos — - Gally disse, enxugando o suor da testa com a palma da mão. — Novato, você pode vir um momento? Tenho que falar contigo - . Fiquei surpreso com seu pedido, mas decidi segui-lo mesmo assim. —Escute, eu sei que fui um pouco rude e rude com você e sinto muito—. Gally coçou a cabeça de vergonha e continuou. — Você é um bom trabalhador, eu não deveria ter te julgado tão rapidamente sem nem te conhecer. Gostaria de tentar deixar de lado nossas diferenças iniciais e recomeçar. o que você acha disso? — . A mudança de atitude do menino em relação a mim me surpreendeu muito, mas acho que todos podemos cometer erros às vezes. E acho que todos merecem uma segunda chance. "Ok, mas só se você parar de me chamar de novato", brinquei. Gally riu levemente. —Considere isso como um fato… Mara—. Com isso, Gally e eu caminhamos em direção à cantina junto com os outros. A sala estava estranhamente vazia. Talvez tivéssemos terminado o trabalho antes dos outros grupos. É por isso que decidi conversar com o grupo Builders. Eu gostava daqueles caras e agora que fiz as pazes com Gally, me sentia confortável perto deles. Sentei-me no meio, entre Gally e George. —Então você vai trabalhar com os Construtores, certo? — - este último me perguntou. —Realmente ainda não sei. Me dei muito bem com você, mas também gostaria de experimentar outros trabalhos antes de escolher um- - expliquei. —Todos menos o Matadouro! Nunca poderei fazer o trabalho dos Estripadores. Jorge riu. - Sim, eu acho. O Matadero não é um lugar adequado para uma garota doce e bonita como você. Corei ao ouvir aquele elogio. “Quando você fica vermelho você fica ainda mais bonito”, confessou o menino. — Obrigado — - respondi timidamente. Em pouco tempo, a cantina começou a se encher de Clareanos famintos pelo trabalho árduo daquela manhã. Assim que terminei o almoço levantei-me e fui descansar um pouco à sombra de um carvalho antes de recomeçar o trabalho. Sentei-me exausto e olhei impacientemente para as paredes do labirinto, aguardando ansiosamente o retorno de Ben e Minho. — Princesa cansada? — . Dei um pulo e me virei para o garoto que estava encostado no tronco da árvore com um ombro só. "Newt, você me assustou." — Me desculpe, não era minha intenção — - disse a loira, sentando ao meu lado. - Dia pesado? - - Eu perguntei. - Suficiente. Os bulbos que você plantou ontem já estão começando a crescer, sabe? - - respondidas. - Na realidade? — . - Sim com certeza. Você era um bom fazendeiro. Como foi com os Construtores? — . — Foi bastante desafiador, mas no geral correu bem. Eu gosto desses caras - — Sim, acho que eles também gostam muito de você, principalmente George — . - Por que você diz isso? — -perguntei perplexo. O menino apontou para um lugar próximo e vi George nos observando de longe. Assim que o menino percebeu que também estávamos olhando para ele, imediatamente desviou o olhar, fingindo estar ali por puro acaso. —Acho que ele está bastante apaixonado por você. Esta manhã eu estava levando alguns legumes para a frigideira e parei para olhar para você por um momento. Acredite quando digo que aquele garoto não conseguia tirar os olhos de você nem por um segundo - - explicou o loiro. "George estava apenas me ajudando." - Sim, sim, claro. Você não vê como ele olha para nós? Acho que ele quer me matar... — Mas estamos apenas conversando — - afirmei. "Não mais", disse Newt, colocando o braço em volta dos meus ombros e me puxando em sua direção. Descansei minha cabeça em seu ombro. — Ben e Minho já deveriam estar em casa há um tempo, não acha? — - perguntei preocupado. — Não se preocupe, eles sempre voltam na hora — . —E se eles não conseguirem? — . — Eles vão conseguir, não se preocupe. Você está pensando em relaxar comigo por um tempo agora? Eu fiz o que ele me disse. Na verdade, depois de alguns minutos, os dois velocistas voltaram à clareira e correram para dentro do abrigo para marcar no mapa o percurso de hoje. —Você tinha razão, eles sempre voltam—.