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CAPÍTULO TRÊS — ALVO NÃO CLARO

Punkson tem sorte, pois ao olhar para um dos cantos da cozinha consegue ver uma arma AKM ao lado de uma geleira. Rapidamente ele vai até a ela, pega e se posiciona para ameaçar o seu inimigo e preparar-se para atirar caso seja necessário. Ele respira ofegante. Primeiro , organiza o seu cabelo colocando atrás das orelhas diversas vezes à medida que os passos do seu inimigo soam em direção do lugar onde está a cozinha.

Não demora e o dono dos passos aparece na entrada do espaço, Punkson sem pensar duas vezes e sem ver o que é ou quem é, pressiona o gatilho, mas nenhuma bala abandona a arma .

— Muitas guerras travamos e todas elas começaram assim. — palavras soam vindo de uma uma outra pessoa diferente do Punkson.

Os olhos do homem do terno branco começam a deixar lágrimas mornas transbordar das suas órbitas.

O dono dos passos é um homem com uma grande massa corporal com um chapéu e um palito na boca, também com duas pistolas, uma em cada mão apontando e prestes a atirar contra o outro.

— Pai...

— Darkin?

— Você... está vivo? — diz o homem sem acreditar no que acaba de ouvir.

— Felizmente... eu te amo. — Punkson diz e as suas lágrimas apenas continuam a escapar dos seus olhos diante do seu pai.

— Eu... — com um ar triste o homem diz direcionando a sua mão direita ao chapéu como se quisesse ajustar.

— Não precisa dizer agora. Eu sei que ainda não me perdoou, eu entendo.

— Agora não é o momento. — diz o pai do Punkson e volta a colocar as duas pistolas de onde tirou.

Punkson abaixa a arma e corre até ao pai para lhe dar um abraço, mas o outro logo que sente o filho rejeita-o.

— O que houve com os seus olhos? — Punkson pergunta com uma grande preocupação.

— É isso mesmo que você está vendo.

— Não pode ser.

— Relaxa, apenas fiquei cego, mas ainda posso lutar contra os Zralkies.

— Sinto muito. Mas o que são Zral...

— Zralkies.

— Exato.

— Não sei ao certo o que são, só tenho certeza que são nossos inimigos. — o homem diz passando a mão na sua enorme barriga e caminha lentamente até a geleira onde leva uma garrafa de álcool e uma arma dourada. — Toma, você vai precisar disto. — ele diz entregando ao seu filho e como se estivesse a evitar o assunto.

Punkson recebe a arma e em seguida com as costas da mão direita limpa as suas lágrimas.

— Pai... Você disse Darkin?

— Esperava que dissesse outra coisa além do seu nome? Espera, você também está tendo lapsos graves de memória?

— Bem, perdi uma boa parte da minha memória e estou recuperando aos poucos, mas sempre me pergunto a mesma coisa. O que está acontecendo comigo. — O homem do terno branco diz e em seguida faz uma pausa para analisar as palavras do seu pai e em seguida continua — Como assim eu também estou tendo lapsos graves de memória?

— É que a sua mãe antes de morrer também apresentava os mesmos lapsos que tu apresentas. Se esquecia de coisas simples como nomes, apelidos...

— Não, não... — diz Punkson com uma voz derrubada e cai no chão de joelhos com as lágrimas voltando a rolar para o chão saindo das suas esferas de visão. — Porquê está acontecendo tudo isto? Ela não podia morrer...

— Na verdade ninguém. — o homem cego diz.

Punkson não consegue acreditar que a sua mãe morreu e o que mais lhe consome é ter perdido as memórias de uma forma estranha que não consegue compreender.

— O que houve com ela, como é que morreu? — Punkson questiona ao seu pai que calado olha para o filho sem nenhuma resposta. — Pai, por favor me responda.

O homem nada responde apenas olha para o filho e em seguida diz:

— Vamos comer antes que a comida arrefeça, mas primeiro tome esta munição para ter um bom apetite... vais precisar. — O homem com um tom frio dá ao outro munição para usar na sua arma dourada e leva a comida por ele confeccionada para sala.

Com a munição na mão, Punkson olha para a parede que exibe uma fotografia onde ele faz parte. Ele vê os seus pais abraçando ele e a sua irmã que exibe um sorriso lindo e inocente. Ao lado da mesma foto tem um nome escrito; Thomas Punkson. É aí que ele descobre que "Punkson" não é o seu nome, no entanto, sim, seu apelido e o seu nome foi pronunciado pelo seu pai que é Darkin.

Darkin leva a munição e coloca na arma e depois sai da cozinha para a sala onde o seu pai está. Olha para o seu progenitor e diz:

— Eu vou comer consigo, mas primeiro quero ter certeza que a criatura que está nesta casa morreu ou ainda está rondando por aqui.

— Que criatura? — pergunta o pai dele, mas depois percebe do que o filho está falando. — Zralky.

— Me conte mais sobre isso, parece que sabe de alguma coisa sobre...

— Vamos comer. — o homem friamente diz ao jovem do terno branco e não se demora para começar a comer.

— Certo, bom apetite — Darkin diz e não demora a se dirigir ao quarto onde se escondeu quando fugia da criatura esquelética.

Organizou a sua arma dourada, presente do seu pai.

Vai e chega no quarto andando lentamente com a arma apontando a frente com cautela e olhando para todos os lados, mesmo com o medo lhe tentando dominar. Ele estando na entrada e não vendo nada com clareza, atento, estica a sua mão até ao interruptor e pressiona, a lâmpada do espaço fica ligada e aí ele tem uma das maiores imagens diante dele. Ele não pode acreditar, pois nunca viu uma coisa tão cruenta como o que está vendo, simplesmente horrendo.

Darkin continua apontando e o seu alvo está bem ali diante dele...

Continua...

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