Capítulo V
Assim que me virei lá estava ele, na penumbra da cozinha, vestido apenas com uma calça de moletom, com a luz parcial do quintal iluminando sua pele nua. O peito subindo e descendo com antecipação, os olhos ávidos na espera por alguma reação minha, e eu tinha certeza de que se pressionasse minhas mãos em seu peito seu coração estaria batendo tão rápido quanto o meu.
Não tinha dúvidas porque era assim desde que o conheci.
Fernando não disse nada, apenas ficou ali do outro lado do balcão me encarando. Eu fui a primeira a desviar o olhar me concentrando no micro-ondas como a covarde que era, torcia para que ele fizesse logo o que foi fazer ali e fosse embora.
Mas o infeliz sabia bem como mexer comigo, não demorou para que eu sentisse o calor do seu corpo perto do meu. Seus braços me envolveram em um casulo quando ele agarrou o balcão a minha frente me deixando presa entre o granito frio e seu peito quente. Senti quando ele esfregou o nariz em meus cabelos, descendo até estar contra minha nuca.
Aquilo era injusto de tantas formas, ele sabia como eu estava necessitada, em como os hormônios estavam uma loucura desde o começo da gravidez e pior agora, já há semanas sem ele, sem me dar prazer.
Os lábios tocaram ali e ele traçou um caminho até prender com os dentes o lóbulo da orelha, me arrancando um arquejo de satisfação.
Eu fechei os olhos e, como se sentisse que eu não fugiria, ele se permitiu soltar o granito e afastar meus cabelos, os enrolando na mão e segurando firme em minha nuca. Um gemido me escapou com o puxão possessivo que ele deu, Fernando sabia o quanto eu adorava quando ele puxava assim. Nuca, pescoço e pés eram nossos pontos, ele sabia que me teria fácil, fácil indo por aquele caminho.
Ele mordiscou a pele sensível, chupando, lambendo, descendo por meu pescoço até meu ombro. Eu não tinha mais reservas, estava entregue. Queria que ele fizesse o que desejasse comigo até explodirmos juntos. Eu sabia que era errado levando em conta toda a nossa situação, mas não conseguia resistir ao meu homem.
Por isso entrei no seu jogo de provocação e empinei meu bumbum em direção a sua ereção, me esfregando nele de forma descarada para que ele me fodesse ali mesmo.
— Fernando. — gemi seu nome em uma súplica e ele afastou a outra mão do balcão a levando direto ao meu seio.
Eles estavam pesados, sensíveis e inchados, e Fernando sabia bem como me dar alívio os tocando. Sua mão o segurou firme e o contornou de forma delicada o mamilo, até que ele estivesse rígido apontando na blusa, ele continuou com a tortura deliciosa que enviava ondas para o meio das minhas pernas, onde já pulsava por mais.
Deixei que minha cabeça tombasse em seu ombro e recostei todo meu corpo contra o dele. Fernando aproveitou meu momento de entrega e fez o mesmo com o outro seio me arrancando mais gemidos.
Se não me controlasse a casa toda seria acordada com meus sons, mas eu o queria, precisava do meu homem agora.
— Você é minha! Só minha! — eu apenas acenei com a cabeça concordando torcendo para que ele me tocasse lá embaixo logo e me desse alivio.
Mas tudo o que ele fez foi continuar com as mãos ali enquanto a ereção me cutucava por trás. Eu conseguia ouvir ao longe o micro-ondas apitando avisando que a comida já estava quente há muito tempo, mas eu só o queria.
— Não vou aguentar essa enrolação por muito tempo. — Fernando sorriu contra minha pele diante do meu desespero.
— Mãos no balcão doutora! — a ordem com a voz de comando enviou arrepios por meu corpo.
Rapidamente eu tratei de fazer o que ele mandou, apoiando as duas mãos no balcão a minha frente.
Fernando desceu as mãos em uma carícia sensual por minhas costas e quadril, então desceu minha calça, junto com a calcinha, até meus tornozelos. Senti sua mão passeando de forma despretensiosa por minha bunda, se embrenhando entre minhas pernas prolongando meu desespero, antes de abri-las até onde a calça permitia e enfiar o rosto ali.
— Fernando! — minha repreensão não tinha nem força, eu estava adorando o homem ajoelhado dando beijos em minha bunda. Fernando lambia e dava chupadas sem pressa, então antes que eu pudesse prever ele me virou e não esperou que eu me recuperasse da surpresa já me atacando com sua boca. — Isso! — foi tudo o que consegui dizer antes de começar a gemer perdida com sua boca em minha boceta.
Ele esfregava a língua em círculos, cobrindo toda a pele sensível com sua baba. Os dedos se juntaram a brincadeira e abrindo meus lábios ele deslizou para dentro de mim dois deles, deixei que minha cabeça tombasse enquanto eu gemia seu nome.
Como tinha esperado por isso, sentia fala da sua boca, dedos, do seu pau! Fernando passou a fazer círculos com a língua enquanto o dedo continuava no vai e vem lento, ele queria me fazer perder a cabeça. Bastou que eu embrenhasse meus dedos em seus cabelos macios para que ele intensificasse as chupadas, minhas pernas tremeram e eu tentei me firmar, mas o homem ajoelhado a minha frente queria mais e para provar puxou minha coxa sobre seu ombro enterrando ainda mais a cabeça no meio das minhas pernas.
Minha boceta latejava enquanto ele socava agora dois dedos, eu estava tão perto e sentia que uma vez só não seria suficiente.
— Goza na minha boca! — Fernando gemeu com a boca contra meu clitóris antes de voltar a chupá-lo.
Precisei só de duas estocadas sincronizadas com seus lábios para que eu explodisse em um orgasmo intenso. Fechei meus olhos curtindo a sensação se espalhando desde os dedinhos do pé até meus seios, os pontinhos brilhantes se formaram atrás de meus olhos e eu sorri deixando meu corpo relaxar em suas mãos.
Quando finalmente abri os olhos encarei o homem com cara de safado sorrindo com os lábios úmidos. Não consegui esperar mais e agarrei seu rosto tomando sua boca na minha.
O gemido de satisfação dele explodiu quando sentiu minha língua deslizando sobre a sua, minhas mãos procurando os cabelos bagunçados que eu adorava, descendo pelo pescoço e fazendo questão de arranhar a pele do abdômen com as unhas até chegar ao cós da calça.
— Eu quero você! — afirmei com a voz descompassada, meu fôlego indo embora junto com minha sanidade.
— Helen... — sua voz soou como um aviso, mas eu não quis saber, enfiei a mão em suas calças e agarrei o pau duro como pedra ansiando por mim. Nossos gemidos preencheram o lugar, mas suas mãos seguraram as minhas rapidamente me afastando. — Eu vou voltar pra São Paulo amanhã.
Um banho de água gelada teria sido menos doloroso. Puxei minhas mãos das suas com brusquidão, ele estava certo, não devíamos estar fazendo aquilo, especialmente eu me entregando facilmente assim com tudo o que ele estava me fazendo passar.
Me virei irritada comigo mesma, com ele principalmente por ter vindo atrás de mim, peguei o prato no micro-ondas e me virei procurando um garfo. Agora já não me importava em fazer barulho ou não, todo o sangue que parecia ter descido pulsando até o centro das minhas pernas agora parecia se espalhar, fervendo por todo o corpo.
— Boa viagem! — rosnei prestes a sair da cozinha, mas sua voz me fez parar.
— Eu volto, final de semana eu estou aqui. E então vamos conversar sobre nós, sobretudo. — sua voz era calma e contida e eu queria pedir que ele ficasse, que conversasse comigo agora.
Mas eu sabia que não era o melhor momento, ele precisava de mais tempo para entender o que estava em jogo.
Então apenas suspirei alto e concordei com a cabeça, já subindo as escadas com meu prato.
— Você não deveria ir e sabe disso, eu e seu filho precisamos de você aqui!
— Eu te amo! — ele afirmou no pé da escada e eu apertei os lábios um contra o outro para reprimir o choro, ele dizer apenas que me amava e não dizer nada sobre amar o nosso filho cortava meu coração. Engoli duro e reprimi para não me dar a chance de dizer que o amava também.
Mas assim que fechei a porta do quarto eu sussurrei que o amava, porque apesar de todos os nossos problemas eu o amava. Não consegui segurar o choro por muito tempo e apostava que todos ali na casa já tinha me ouvido chorar mais vezes antes.