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Capítulo 5

BARÃO: Endoidou porra?

------ Pega  visão caralho!!!

JN: Qual é  mermão?

------Pega leve meu irmão, a mina só está  defendendo irmão.

----- Foi por  isso  que ela intrometeu, o sangue  sempre fala mas forte Barão, você sabe  disso.

-------- Tenho certeza, que você faria  o mesmo por mim, eu por você!!!

Conhecendo o Barão, eu sei que ele mataria  os dois num piscar de olhos , eu tava querendo  apaziguar às  coisas, mas é quase impossível, o meu irmão  é um  homem  sanguinário, sei que ele está  duelando nesse exato momento com seus demônios.......eu não  queria  que ele matasse  a mina, e muito menos meu amigo  Luan, coitada da Laura, ele noucateou a garota sem necessidade.

Fiquei  com dó  dela, ela tem um jeitinho tão meigo, percebi que  a presença  da  Laura, de certa forma  incomodava meu o irmão, ele  nutrir um desprezo desnecessário  pela garota,  eu sei que  o Barão  é um  tanque de guerra , ele passa por cima de qualquer um, sem piedade e sem compaixão.

Impaciente e cheio de autoridade e ironia  ele fala, olhei-o sem conseguir  dizer uma palavra, não  adiantava  bater de frente com ele, era como se ele anunciasse a morte por onde passassem.

LAURA: Pronto era o que me faltava , todos os olhos estavam  sobre mim,fiquei ainda mas envergonhada,estou agradecendo mentalmente  ao Jn, por não  permitir  que o diabo continuasse  me agredindo, um ódio descomunal tomou conta de todo o meu ser.

Fui jogada no pior dos pesadelos e  infelizmente, não tenho ideia de como sair dessa.

 Sob essa fachada  de homem bonito, há um ser tão frio e que não demonstra empatia por ninguém, ele é  o verdadeiro Diabo.

O monstro murmuro com um tom de desdém,e cheio de sí.

BARÃO: Seu desgraçado,achou mesmo que poderia  ficar me devendo?

------Apresse, você  tem 48 horas, para arrumar o meu dinheiro, nem um minuto a mais, então comecem agilizar, não  sou homem de perdoar dívida.

------- Ai de você,  se não  pagar, se tentar  fugir, de acharei no inferno.

------- Não vai ter a segunda chance......matarei os dois em praça  pública, para servir  de lição pra muita  gente, vai ser um prazer enorme, tortura-los......irei me divertir bastante.

------ Você  seu bosta pegar visão , não  me provoque, nem testar a minha paciência , terei um prazer  enorme  de apresentar, o inferno  a vocês.

Dou meu recado  viro às  costas  sem olhar  para  trás.

LAURA:Meu coração  disparou,  suas palavras foram  bem claras, sinto o perigo iminente, engulo em seco, sentindo todo o meu sangue fingindo do meu corpo.

Quando  eles saíram, sentir um  grande alívio, mas não vou negar que está sendo doloroso, o medo me dominou por completo.

O choro que  tava entalado na garganta, sai descontroladamente, as lágrimas escorrem com intensidade.

Nunca  imaginei  que  Luan colocaria  a gente nessa situação de eventual perigo,com a voz falhando eu falei.

------- Vamos morrer,  por quê  não  temos  dinheiro para realizar o pagamento, era melhor  ele ter matado a  gente  de vez, só assim acabava com  essa  agonia.

------ Como você teve coragem fazer isso com a gente.

Em seguida o meu irmão  falar.

LUAN: Não, vamos morrer.

------Vou dar um jeito  princesa.

----- Confia  em  mim.

LAURA: Você não  deveria fazer promessas que não pode cumprir.

-----Qual valor da dívida?

LUAN: Seis mil.

LAURA: Nesse momento era como se eu  tivesse , levando, um soco no estômago.

Com fúria eu digo.

-----Acorda  Luan , não  temos  dinheiro para comprar, comida.

------ Vamos  ter seis mil reais para pagar essa dívida ?

-------O seu problema  é este, prometer e não  cumprir, estou exausta e cansada das suas promessas.....é promessa atrás de  promessas.

-----Não aguento mais.

------ Cheguei  ao extremo!!!!

Eu deixei bem claro para ele o que pensava, ele levantou do chão, beijou  minha  cabeça e  saiu sem dizer nenhuma palavra ......né questionei pra onde ele ia, já não  tenho mas forças  para brigas, o Luan só fechou a porta depois que saiu.

Nesse  momento caio num choro  profundo, que  doía a minha alma.

Como um filme tudo  veio a torna, lembrei da época  que éramos  crianças, mesmo vivendo um inferno desde criança, sempre procurei tratar bem as pessoas.

O papai , ficou  viúvo quando eu ainda tinha poucos meses de vida, então não  guardo nem uma recordação  da mamãe.

Lembro  que  papai , trabalhava num sitio, quando levou um tombo do cavalo, ás coisas ficarão ruim..... ele vendia gado, dizem que ele trocava boi cego por cavalo sem dente.

Ele era uma espécie de um cambista!!!!

Morávamos de favor num sítio fora da cidade, depois do acidente o patrão  dele dispensou, ficamos sem rumo,todos  os dias  dormimos  em algum lugar diferentes, às  vezes  num banco de  praça ou num ponto final de ônibus.

Até que um certo dia, viemos para aqui no Morro do Alemão .

Depois disso  o papai começou  fazer alguns  pico como servente, então,ele começou  a bebe muito, ele chegava às 5, 6 horas da tarde e mandava o Luan  buscar uma garrafa de pinga pra ele, que tomava com laranja ou limão  espremidos,a situação se tornou insuportável.

Ele fumava um cigarro fedorento, e às 7 da noite, o papai  já estava muito embalado.....aí ele maltratava o meu irmão, e a mim.

O papai nos batia com um pedaço  de  mangueira, não era fácil,doía muito, deixando  marcas roxas  no nosso corpo, meu pai sempre me bateu, desde os cinco anos de idade, mas batia forte e não uma palmadinha.

O Luan  às vezes enfrentava  ele,tomando minhas dores...... sempre tentavam me proteger, mas algumas vezes era em vão.

Teve uma vez, que pensamos em  fugir, mas ficamos com medo, se meu pai, descobrisse  era capaz dele nos matar de verdade.

Éramos só nos três em casa !!!

Quando o papai morreu eu tinha  sete anos, meu irmão  quinze, o Luan  pegou a responsabilidade  pra ele, e começou  a vender  pastéis que o senhor Severino fazia, eu lembro  que os pastéis ficava numa  caixa de papelão,meu irmão  também , engraxava e vendia jornal na praça, nessa época  eu ficava o dia todo na escola  do Morro que era integral, eu gostava porquê eu tinha três  refeições  por dia.

Meu irmão  tinha muito  medo da gente, ir  parar  em algum  abrigo, mas Deus nunca  permitiu.

O Luan  da maneira   dele, sempre cuidou de mim, todos os  dias  ele voltava pra casa, com algo pra gente  comer, sempre foi  o meu herói.

Não me lembro  como foi que  ele  se perdeu  nessa vida, preferindo seguir o caminho  errado.....a nossa  vida sempre foi sofrida, samos sobreviventes, nem consigo ter raiva  dele, eu amo tanto....sei que  ele também me ama.

Ele é tudo que  eu  tenho nessa vida !!!

Choro  por que a dor dói demais..... tudo sempre foi difícil pra nós, sempre foi espinhoso.

Nem tinha percebido que o dia tinha  amanhecido, só tiver noção  quando vir a  minha  melhor amiga  parada  na minha  frente, encaro  para Duda assustada.

Ela se aproximou, seu  olhos estão cheio de ternura, ela sentou  no chão  e  me abraçou, me sinto protegida  , nesse  momento  desmoronei num choro sem fim.

Ela ficou do meu lado sem pronunciar, chorei e chorei,a  sensação que eu tinha era que às  lágrimas tivesse o poder  de  amenizar a dor.  .....Duda só alisava o meu cabelo.

Minha  cabeça  parecia  que  ia explodir,  depois de  algum tempo, ela preparou um  suco de  maracujá me deu um  analgésico.

Em poucas palavras ela se pronunciou.

DUDA: Me perdoe, por não  está  do seu lado, o Plinio  me contou  agora cedo.

LAURA: Não  precisa pedir  desculpas...... eu precisava ficar mesmo sozinha.

Ela encolheu  os ombros....mostrando um sinal de decepção.

DUDA: Cadê  o Luan?

LAURA: Não sei, ontem  ele saiu daqui  feito um louco, dizendo  que  ia arrumar  dinheiro para pagar a dívida.

DUDA: A minha vontade  é de dá  uns tapas na cara do Luan, pra ver se ele cria vergonha na cara.

-----Como ele teve coragem,  de  colocar  vocês  nessa campo de  guerra ?

LAURA:  Eu não culpo ele.

------ A vida sempre  foi dura conosco.

------ Apesar  que  nada justificável.

------ Não quero  lamentar, muito menos fazer julgamento pelo seus atos.

Em poucas palavras eu tentava justificar o erro  do meu irmão. 

DUDA:  Laurinha você  é única!!!

-----  Você é uma menina pura e grande, tanto de coração, como de alma , é independente, é doce, é linda, é corajosa, responsável, um amor de pessoa.

----- Te amo muito......

LAURA:  Eu também te amo.

------ Obrigada por tudo.....não  tenho  palavras para agradecer, ou descrever tudo  que  você  já fez por mim.

------ Quem não lhe  conhece,  pensar que você  é durona, mas por  de trás  dessa casca grossa, existe uma menina, com o coração gigante.

Você é linda, Duda, por dentro e por fora, você exalar  ternura.

Estávamos  chorando.....

DUDA: Chegar de tristeza.

LAURA: A duda é uma garota  engraçada, ao mesmo tempo que chorar, sorrir, ela é diferente das outras pessoas, e eu gosto desse jeitão dela.  

Ela falava de uma maneira divertido.

DUDA: Deu pra perceber, que  essa maluca aqui, também tem sentimentos.

------ Hoje vamos aproveitar a vida.

------- Vim pessoalmente buscar-la, para aniversário  do Plínio.

LAURA: Eu agradeço, mas não  quero ir.

------ Estou sem clima, para festa, minha cabeça  está pesando  uma tonelada.

Duda balança a cabeça  negativamente, e me encara, impedindo que  eu falasse mas alguma coisa.

DUDA: Logico que você  vai.

------ Proibo a senhorita ficar aqui sofrendo  por  antecipação.

------ Amanhã será outro dia.

LAURA: Ele vai matar a mim e o Luan, o Barão  deixou bem claro.

DUDA: Se fosse  para matar, ele tinha  matado  ontem.

------ Até Plínio está  surpreso, no dicionário do Barão  não  existe  a palavra  depois.

------ Aquele  Deus grego é pior que  erva daninhas.

------ Vamos curtir  hoje, amanhã  prometo  colocar  o  meu  plano em ação.

LAURA: Por favor Duda, não  complica mas as coisas.

Murmuro  em fio  de voz.

DUDA: Confia em mim amiga.

----- Agora vai lavar  esse rosto,  lindo, que Deus de presenteou , vamos lá pra casa.

----- Ficar aqui chorando  não vai resolver  as coisas.

Tento tranquilizar-lá .

LAURA: Não me opus, ah, ela bem diferente, diferente até demais, sei que  a Duda, só quer me alegrar,e por outro  lado  ela está  certa, ficar chorando não  vai resolver o problema.

Preciso  espairecer, fecho olhos, tentando  não  lembra  do ocorrido.

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