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O Arrependimento do Meu Ex-marido

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Telma Frota
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Resumo

Dois anos de casamento, um parto difícil. Mariana Costa jazia em uma poça de sangue, esquecendo que hoje era o casamento dele com outra mulher. Vicente Almeida disse: — A criança fica, nós nos divorciamos — disse Vicente Almeida. Tudo que ele queria era o bebê em seu ventre, e o recém-nascido teria que aceitar outra mulher como mãe! Mariana morrer na mesa de cirurgia como queria, mas não sabia que ainda havia dois bebês não nascidos em seu ventre! Quando se reencontraram, ele a tratou como um tesouro precioso, mas ela já estava casada e tinha dois filhos. Vicente invadiu furiosamente seu local de casamento... — Vicente, já morri uma vez. Desta vez, só quero a sua vida. — Mariana destruiu o que ele mais amava com suas próprias mãos, sem saber que, quando a notícia de sua morte se espalhou, Vicente fechou seu coração em uma única noite. Com olhos vermelhos, ele passou mais de mil dias e noites em agonia, apenas para vê-la mais uma vez...

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Capítulo 1: Ela é a mãe do meu filho?!

A última ligação para Vicente não foi atendida. Após nove meses de gravidez, Mariana não acreditava que ele pudesse ser tão cruel!

Um filete de sangue escorreu pelo canto dos lábios pálidos de Mariana. Seus dedos agarravam firmemente a cama da sala de parto enquanto sua visão embaçava. Ela ouviu alguém do lado de fora lembrando o médico que era imprescindível salvar a criança. Foi então que recordou vagamente: hoje era o casamento do pai desta criança com outra mulher.

Tudo que ele queria era o bebê em seu ventre.

Ele já havia até escolhido um nome para a criança e encontrado uma nova mãe para substituí-la.

Que ridículo!

Mariana conteve as lágrimas, suportando a dor dilacerante enquanto segurava firmemente o bebê em seus braços.

De repente, a porta da sala de parto foi chutada e várias pessoas invadiram o local.

Com lábios esbranquiçados e rosto terrivelmente pálido, Mariana tremia enquanto protegia o recém-nascido, seus olhos injetados de sangue.

— Mariana, entregue a criança. Você deve isso à minha irmã. Se algo acontecer com o bebê, Vicente certamente acabará com sua vida — exclamou Ana Costa com voz estridente.

— Eu não a machuquei! — protestou Mariana, obstinada.

— Isso não importa mais — Ana riu friamente. — Entregue a criança rapidamente. Com este bebê, minha irmã poderá se tornar a esposa do herdeiro da família Almeida, e toda a família Costa será honrada. Quanto a você, bruxa maldita que condenou minha irmã a um estado vegetativo, vai apodrecer na cadeia pelo resto dos seus dias!

— Eu não a machuquei! — gritou Mariana com todas suas forças.

Ela nunca havia feito tal coisa. Por que Vicente estava fazendo isso com ela? Por quê?

Ela estava sendo injustiçada e não entregaria o filho para outra pessoa, muito menos permitiria que ele reconhecesse outra mulher como mãe!

Freneticamente, Mariana tentava ligar para Vicente uma vez após outra, mas não conseguia completar a chamada. Por fim, o telefone dele foi desligado.

Ana riu ruidosamente e disse:

— A esta altura, você ainda acha que o Sr. Vicente vai se importar com você? Você foi apenas uma ferramenta para que minha irmã pudesse ascender socialmente. Agora que o bebê nasceu, você não tem mais utilidade. O Sr. Vicente prefere se divorciar de você para casar com uma mulher em estado vegetativo a ficar com você. Mariana, você ainda acha que ele te ama?

Cada palavra cruel golpeava o coração de Mariana. Sua frágil alma estava sendo despedaçada aos poucos. Ela nunca imaginou que Vicente pudesse ser tão insensível, muito menos que os dois anos de casamento servissem apenas para beneficiar aquela mulher!

Nesse instante, o medo tomou conta de seu corpo. Uma dor intensa se espalhou de seu abdômen, quase consumindo-a por completo. Ela sentia uma dor dilacerante, já não conseguia distinguir se era a ferida física ou emocional que mais doía. O sangue tingiu o chão de vermelho enquanto sua respiração ficava cada vez mais fraca.

— Emergência! A paciente está com hemorragia grave! — gritou a enfermeira, desesperada.

Ana olhou friamente para Mariana, que havia desabado no chão, e ordenou sem piedade:

— Levem logo a criança! Se atrasarem os planos do Sr. Vicente, vocês vão se arrepender!

No momento seguinte, o bebê foi violentamente arrancado dos braços de Mariana. Ninguém se importou se Mariana viveria ou morreria, mesmo que ela já estivesse caída no chão, inconsciente.

O hospital emitiu vários avisos de risco de vida, mas ninguém quis assinar! Todos sabiam que Isabela Costa era o grande amor de Vicente, e este bebê de Mariana era apenas uma peça no tabuleiro para a ascensão de Isabela. Eles não se importavam com a segurança de Mariana porque Vicente também não se importava. Para eles, alguém como Mariana causaria menos problemas morta do que viva.

Somente após o hospital anunciar a notícia da morte, Ana finalmente saiu levando o bebê.

A luz brilhante do corredor realçava o vermelho vivo das manchas de sangue no chão. Restou apenas o aviso de risco de vida manchado de sangue, caído solitariamente no chão, com o nome de Mariana borrado pelo sangue.

Depois que todos se foram, a porta da sala de emergência foi repentinamente aberta!

— Doutor! Temos um problema! — exclamou alguém com urgência.

— A Srta. Mariana ainda tem dois bebês no ventre...

...

Quatro anos depois. Residência da família Costa.

Um menino delicado estava sentado imóvel no quarto, com feições frias e olhos profundos que revelavam uma maturidade incomum para sua idade. Observando atentamente, era possível notar a marca vermelha de uma bofetada em seu rosto pálido.

Ana abriu a porta, vestindo um elegante saia vermelho de alta costura que lhe conferia um ar nobre.

— Paulo, todos os convidados já chegaram. Vista suas roupas e venha comigo — ordenou ela.

— Não vou — respondeu Paulo friamente, em protesto.

Ana se aproximou dele, olhando-o de cima com autoridade:

— Vista seu traje formal agora!

— Não quero! — Paulo ergueu o rosto inchado, todo seu corpo demonstrando resistência.

Uma expressão de raiva surgiu no rosto de Ana. Ela fixou o olhar no castelo de blocos à frente de Paulo e, com um movimento brusco, derrubou tudo.

Os olhos de Paulo se arregalaram de incredulidade, enquanto as lágrimas rapidamente encheram seus olhos. Enxugando o canto dos olhos, ele gritou com voz rouca de tanto chorar:

— Passei a noite inteira montando isso! Por que a tia tinha que destruí-lo?

Aquele “tia” fez Ana se sentir extremamente desconfortável. Sua posição atual se devia a este menino, e isso fazia com que ela não conseguisse nutrir nenhum afeto por ele.

— Já te dei uma chance. Desça — comandou ela, sem expressão.

— Eu te odeio. — Com os olhos vermelhos, Paulo agarrou o traje formal do chão e o atirou violentamente contra Ana.

Ela segurou o pulso dele com força:

— Paulo, escute bem: se não fosse por mim, você já teria sido abandonado em um orfanato como uma criança indesejada. Não me importa quais sejam suas queixas, você vai engoli-las até o final da festa, quando todos os convidados tiverem ido embora. Senão, vou te jogar num orfanato agora mesmo!

Ana lançou sua ameaça com frieza.

É a primeira vez em quatro anos que Vicente organiza uma festa de aniversário tão grandiosa para Paulo, e a primeira oportunidade para Ana estar ao lado de Vicente.

Ela absolutamente não permitiria que esta criança arruinasse seu futuro!

— Já que não quer descer, então nunca mais vai descer! — Ana saiu do quarto, trancando a porta pelo lado de fora.

O pequeno Paulo ficou sozinho no quarto escuro. Suas experiências anteriores de ter sido trancado no depósito com ratos já haviam deixado traumas psicológicos. Ele tinha pavor de ficar sozinho, especialmente no escuro. Chorando, batia na porta.

— Tia, eu errei, me deixe sair. Buááá... não quero ficar sozinho, por favor, me deixe sair.