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8- Derick

Se estou surpreso? Mas é claro que sim, essa garota entende mesmo de negócios, ela se saiu muito bem na reunião e todos ficaram encantados com ela, eu não tive outra saída a não ser reconhecer que ela foi muito bem e de certa forma, até nos ajudou a conseguir aquele belo contrato, mas eu ainda não gosto dela só por causa disso, essa garota é muito atrevida, ela me irrita ao extremo.

Ontem ela teve a cara de pau de dizer na minha cara que eu beijo mal e hoje me desafiou quando eu disse que poderia demiti-la, eu não sei até quando vou consegui aturá-la aqui tão perto de mim, eu não gosto de ser desafiado, não gosto de ser confrontado dessa maneira mas parece que eu realmente não a intimido, e ela também disse isso na minha cara, essa garota me tira do sério e eu estou me controlando ao máximo para não fazer uma besteira, estou tentando mantê-la ocupada ao máximo que dê para que ela não tenha tempo de me irritar, e espero que isso funcione.

Depois da reunião voltamos cada um para sua sala e eu fiquei pensando na maneira como os homens olhavam para ela durante a reunião, até os infelizes dos meus irmãos não tiravam os olhos dela, eu não posso negar que ela é muito linda e aquela calça tão justa mexe com a imaginação de qualquer um, eu não vou ser hipócrita de dizer que eu não reparei nela porque isso foi impossível não fazer isso, mas não me agradou a maneira como aqueles infelizes olharam para ela mesmo depois de saberem que ela é minha noiva, noiva de mentira mas ainda assim, minha noiva, já que ninguém aqui sabe do acordo.

Meus irmãos nos chamaram para almoçarmos juntos mas eu acabei afirmando que iríamos almoçar juntos, eu sei que eles querem encher Evellyn de perguntas e eu não sei muita coisa sobre ela, e nem ela sobre mim, e já que teremos que conversar sobre isso achei melhor almoçarmos juntos, não quero ficar em uma saia justa por não saber responder alguma pergunta sobre ela e nem ter que aceitar e concordar com alguma besteira que ela fale sobre mim, do jeito que ela é louca eu não duvido de nada.

— Nossa... Isso é mesmo um sorriso... Um sorriso pequeno mas ainda sim, um sorriso. — E pensando na peste lá está ela parada na porta me encarando surpresa.

— Acho que você precisa procurar um oculista com urgência, porque você está com um problema sério de visão, está enxergando coisas onde não tem. — Digo sério me levantando tentando disfarçar que estava sorrindo por estar pensando nela. Ela não precisa saber disso!

— Ok... Pode tentar me enganar o quanto quiser mas você não vai conseguir, queridinho... Você mente muito mal. — Diz ela com um pequeno sorriso no rosto ainda parada porta com os braços cruzados. Como ela ousa dizer que estou mentindo? — Bom, eu só vim avisar que já estou de saída para o meu almoço... Com licença senhor. — Diz ela me encarando com deboche e se vira para sair, mas chamo-a mesmo bufando de raiva.

— Evellyn! Espera! — Peço enquanto pego o meu celular sobre a mesa e vou na sua direção. — Podemos almoçar juntos? Precisamos conversar sobre algumas coisas. — Digo já bem próximo a ela que me encara surpresa.

— Por mim tudo bem... Vamos. — Diz ainda surpresa enquanto saímos da minha sala seguindo pelo corredor, mais uma vez toco a sua cintura para guiá-la e mais uma vez me sinto estranho por fazer isso mas mesmo assim, o fiz.

Entramos no meu elevador privado e descemos em silencio até o térreo, assim que saímos do elevador já no saguão do prédio mais uma vez me deixo agir pelo impulso e pego a sua mão guiando-a pelo longo trajeto até a saída, não preciso dizer que estão todos nos olhando, esse bando de desocupados, parece até que nunca viram um casal de mãos dadas, não entendo o porquê da surpresa em me ver de mãos dadas com uma mulher, já que a mulher em questão é linda, ao pensar isso eu a encaro e vejo que assim como eu ela também não dá muita importância para os muitos olhares sobre nós.

Saímos do prédio e meu carro já estava estacionado na entrada como sempre nesse mesmo horário, abro a porta para Evellyn e pego as chaves com o manobrista entrando logo em seguida dando a partida, seguimos boa parte do caminho em silencio mas assim como ontem ela é a primeira a puxar assunto.

— Para onde estamos indo? Eu posso saber? — Pergunta curiosa assim que entramos na garagem subterrânea do prédio da minha cobertura.

— Pode sim... Estamos indo para minha cobertura, acho que vamos poder conversar mais à vontade na minha casa sem ninguém para nos incomodar o tempo todo. — Digo enquanto estaciono na minha vaga e ela me encara surpresa mas não diz nada.

Saímos do carro e seguimos para o elevador lado a lado e ainda estou tentando entender o porquê de ter trago ela justo para cá, eu não sei o que deu em mim, eu poderia tê-la levado para o meu apartamento ou para um restaurante mas, quando nos casarmos ela terá que morar aqui então é melhor que ela já conheça o lugar.

Subimos pelo o meu elevador privado e ela coloca a sua atenção em seu celular por estarmos demorando a chegar a minha cobertura, vejo pela sua expressão que ela não gostou do que viu no aparelho pois ela está mais séria que antes, não falo nada apenas a observo até as portas de metal do elevador se abrirem já dentro da minha cobertura, dou passagem para ela que entra olhando tudo a sua volta se familiarizando com o ambiente.

— É uma bela cobertura! — Diz caminhando pela sala e vai até a sacada.

— Obrigado... Que bom que gostou pais vai ser aqui que vamos morar depois do casamento. — Informo seguindo atrás dela que para se virando para me encarar.

— Por mim tudo bem, o nosso casamento não vai durar muito mesmo, então não tem o porquê gastar dinheiro comprando uma casa nova. — Diz ela sem dar importância alguma a esse pequeno fato e continua andando caminhando pela sacada. — Nossa... A vista é incrível... Você é um privilegiado. — Comenta se aproximando mais da sacada admirando a cidade a sua frente, não digo nada apenas fico parado em pé na porta com as mãos nos bolsos admirando-a de longe. Como uma mulher pode ser assim tão linda?

— Com licença Sr. Derick, o almoço será servido quando o senhor quiser. — Diz Mary se aproximando e Evellyn se vira nos encarando e se aproxima encarando Mary com um largo sorriso.

— Mary, essa Evellyn Kannenberg... Minha noiva. — Apresento-as sem conseguir tirar os olhos da bela morena a minha frente.

— É um prazer conhecê-la Srta. Kannenberg, seja muito bem vinda a essa casa. — Diz Mary a cumprimentando com um aperto de mão mas Evellyn a surpreende com um abraço e um beijo em seu rosto.

— O prazer é todo meu Mary, e por favor nada de me chamar de senhora ou senhorita pelo amor de Deus, me chame apenas pelo o meu primeiro nome, está bem? — Diz ela ainda segurando as suas mãos com carinho e vejo o quão surpresa Mary está.

— Me desculpe Srta. Kannenberg... Mas eu não sei se devo chamá-la assim. — Diz Mary meio sem graça e Evellyn me encara séria antes de encarar Mary outra vez.

— O seu patrão não vai se importar se você fizer o que estou pedindo, não é amor? — Diz ela abraçando Mary ainda sorrindo mas me encara séria me fazendo bufa.

— Está bem... Faça tudo que ela pedi Mary, nos casaremos em breve e ela será a dona dessa casa. — Forço um pequeno sorriso e me aproximo acariciando a sua pele sedosa e macia, pegando-a de surpresa, me afasto entrando de volta na sala. — Pode servir o almoço Mary, por favor. — Peço deixando-as para trás mas elas vem atrás de mim.

Me acomodo em um dos sofás e Evellyn se acomoda ao meu lado ainda olhando na direção em que Mary foi, conversarmos brevemente sobre o que gostamos de fazer e onde gostamos de ir e fomos para mesa, e Mary nos serve o nosso almoço, assim que ela se retira voltamos a conversar para conhecermos um pouco mais um sobre o outro e também sobre as nossas famílias, conversamos também sobre os nossos trabalhos nas empresas dos nossos pais e me surpreendi um pouco mais com as suas habilidades na contabilidade, por incrível que pareça eu estou gostando de conversar com ela.

Evellyn tem um papo bacana não é como aquelas mulher que só falam besteiras o tempo todo, além de linda ainda é inteligente, isso parece impossível, e esses olhos verdes que me prende neles? Estou me esforçando ao máximo para não olhar tanto para ela mas está impossível, eu não esperava uma mulher como ela para uma loucura como essa que os nossos pais inventaram.

— Eu já falei muito de mim, fala mais de você também...? Você tinha alguma namorada antes desse acordo...? Você aceitou esse casamento numa boa? — Pergunta com um sorriso tímido e ver sua pele corada tão linda me deixou sem ar. O que está acontecendo comigo? Porque estou me sentindo assim? Eu preciso procurar um médio!

— Não... Eu não tinha nenhuma namorada e também não aceitei o casamento numa boa, eu não queria isso e tentei convencer o meu pai de que isso era uma loucura, mas eu não tive escolha. — Digo meio irritado por estar falando sobre isso com ela mas também fiquei curioso para fazer a mesma pergunta. — E você...? Tinha alguém...? Você concordou com esse acordo absurdo dos nossos pais? — Pergunto sem jeito e não consigo entender o porquê fiquei assim com ela, me sinto em uma guerra e completamente desarmado.

— Não... Eu também não concordei com esse absurdo mas também não tive escolha, eu até tentei fazer o meu pai desistir desse acordo e ele estava disposto a desistir por me ver tão magoada com a atitude dele mas... Eu vi que isso era importante para ele então decide aceitar por ele... Eu estava... Eu estava com alguém quando eu aceitei o acordo e esperava que ele me entendesse e compreendesse a situação mas... — Ela diz em um tom triste e eu a interrompo.

— Ele terminou com você...? Ele não entendeu a questão do acordo? — Pergunto achando que era isso que ela iria dizer mas me surpreendo.

— Não! Ele não terminou comigo... Fui eu quem terminei com ele. — Diz em um tom ainda mais triste e eu fiquei sem saber o que dizer. — No mesmo dia em que aceitei o acordo eu descobri que ele tinha uma noiva... Meu pai me avisou que ele não era o cara certo para mim e eu não quis acreditar, porque sou uma burra por confiar demais nas pessoas. — Ela diz mexendo na sua sobremesa enquanto eu apenas a admiro discretamente.

— Você não é burra, muito pelo contrário... Eu acho você muito inteligente e olha que não era isso que eu pensava antes de te conhecer... Você está me fazendo ter outra opinião sobre você, Evellyn. — Digo enquanto pego a sua mão sobre a mesa e ela olha para o meu gesto me fazendo perceber o que acabei de fazer, recolho a minha mão meio sem jeito pela minha atitude. — Bom, eu vou subir até o meu quarto um instante... Se precisar ir ao banheiro tem um no final do corredor a esquerda... Ou você pode usar o quarto de hospedes lá em cima, qualquer porta a direita... Com licença. — Digo já me levantando e saio indo em direção a escada.

Subo para o meu quarto e assim que entro fico ali parado no meio do quarto, tentando entender o que está acontecendo comigo desde que essa garota chegou na empresa hoje, até mais cedo eu queria estrangula aquela peste atrevida por me desafiar tanto, mas eu não sei o que mudou, eu queria odiá-la mas não consigo.

Saio dos meus pensamentos e vou até o banheiro escovar os dentes e jogar uma água no rosto, depois de alguns minutos eu desço e encontro ela sentada no sofá distraída mexendo em seu celular, me aproximo lentamente para ter mais tempo de admirá-la, sua expressão volta a mudar, ela parece triste então ela percebe a minha presença e se levanta me encarando com um pequeno sorriso.

— Algum problema? Você parece triste. — Pergunto percebendo o seu sorriso forçado, diferente do seu sorriso de mais cedo.

— Está tudo bem não se preocupe... Aliás! Você se preocupar comigo é uma novidade para mim, até mais cedo você parecia querer me estrangular ou me jogar pela janela... Por falar nisso, será que tem como colocar grades naquelas janelas? É só por medidas de segurança. — Diz ela em um tom engraçado e não teve como segurar o riso.

— Engraçadinha...! Vamos? Ainda tem muito trabalho nos esperando. — Digo ainda sorrindo e me aproximo mais lhe dando passagem para irmos e assim ela faz.

— Você fica bonitinho sorrindo... Devia sorrir mais vezes. — Diz ela com um sorriso tímido e confesso que o seu elogio me pegou de surpresa.

— Então você me acha bonitinho? — Pergunto curioso para ouvi-la dizer mais uma vez mas ela me surpreende como sempre.

— Mas é claro que não... Eu só falei isso para te agradar, está funcionando? — Diz ela mais uma vez me fazendo sorrir enquanto entramos no elevador.

Por incrível que pareça a nossa volta para empresa foi mais agradável e conversamos um pouco mais sobre o jantar beneficente de hoje a noite, todo ano a nossa empresa oferece esses jantares para arrecadar fundos para as instituições que apoiamos, pelo que descobri o pai dela também faz esse tipo de evento e como ele ainda está na cidade, ele também participara conosco.

Chegamos na empresa e mais uma vez recebemos os olhares de surpresa das pessoas que nos via de mãos dadas, subimos para o nosso andar e deixei Evellyn na porta da sua sala antes de entrar na minha. Foquei no meu trabalho assinando alguns documentos que deixaram em minha mesa mas logo a minha assistente vem me buscar para mais uma reunião, e assim como na primeira reunião a opinião da Srta. Kannenberg foi solicitada, e dessa vez eu não me impressionei tanto pois já estou sabendo o quanto ela é inteligente.

A reunião terminou bem assim como a outra então voltamos cada um para sua sala, ligo para minha assistente pedindo um café puro e logo ela aparece prestativa como sempre, mas logo voltamos para sala de reunião para a nossa última tarefa do dia. Após a reunião que terminou mais tarde que o normal voltamos para encerrar os nossos trabalhos de hoje, arrumo as minhas coisas e nesse momento alguém bate na porta e Evellyn entra na minha sala.

— Com licença Sr. Drumond... Eu trouxe os relatórios revisados e o relatório que o senhor pediu para refazer, e também já está revisado. — Diz ela se aproximando me estendendo os documentos.

— Pelo amor de Deus Evellyn! Eu não aguento mais ouvir você me chamar de senhor o tempo todo, isso é irritante já que somos noivos. — Digo meio impaciente e a descarada se diverte com a minha cara.

— Tudo bem, Derick... Eu vou tentar não te chamar de senhor, ok? — Diz se segurando para não ir enquanto eu a encaro sério pegando os documentos e os guardo na minha gaveta com chave.

— Eu não quero que você tente, eu quero que você consiga...! Já está pronta? Podemos ir...? Eu te deixo em casa. — Digo enquanto pego as minhas coisas e dou a volta na mesa indo em direção a parta.

— Obrigada pela carona mas não precisa, eu estou de carro. — Diz ela vindo na minha direção e passa por mim saindo da minha sala.

— Tudo bem, então vamos descer juntos. — Sigo logo atrás dela e abraço a sua cintura passando pela recepção.

Entramos no elevador e descemos até a garagem conversando sobre o jantar de hoje, combinei de ir buscá-la as oito para irmos ao jantar juntos e a cada sorriso que ela dá os meus olhos se prende mais nela, a sua voz suave e doce começa a me fascinar de uma hora para outra e eu não consigo entender o porquê disso está acontecendo.

Chegamos na garagem e a levo até o seu carro, assim que entra no mesmo eu sigo para o meu carro e entro dando a partida, vejo o carro dela passar e saio logo atrás seguindo a mesma direção que ela, por incrível que pareça o apartamento dela não fica muito longe da minha cobertura, então a sigo até ela mudar a sua rota para um lado e eu vou para o outro, sem conseguir deixar de me lembrar de como ela se saiu bem na empresa hoje para o seu primeiro dia de trabalho, eu jurava que ela seria um desastre no trabalho mas me enganei, e fico feliz por ter me enganado, do contrário eu já teria demitido-a na primeira hora de trabalho.

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