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Capítulo 6

—Senhora— _ _

Quando ele pisca, ele é estranhamente charmoso. Levanto a taça em sua homenagem e naquele momento me sinto como Leonardo DiCaprio no filme 'O Grande Gatsby'

Neil não espera para ser ouvido: eu estava me despindo para tomar banho e o telefone vibra.

/Amanhã depois da aula venha até a entrada do dormitório masculino para que possamos nos organizar/

Foi uma ordem ou ele esqueceu o ponto de interrogação?

/ OK/

Resposta simples e despretensiosa.

— Amy — não sei de quem é a voz que está no meu ouvido e por isso fico tenso.

— Olá Neil, você não era para me esperar no seu quarto? - digo um pouco irritado.

—Você está sempre de mau humor ou é só porque sou eu? — cruza os braços, dá um sorriso idiota e se encosta na parede. Seu corpo, embora esguio, cobre toda a minha visão do campus e o fato dele estar tão próximo me dá uma sensação semelhante a aborrecimento.

Às vezes não percebo minha azia – por quê? quem é? – mas se eu conseguisse segurar, o jogo ficaria interessante.

— Sabe aqueles filmes onde nas universidades sempre tem o garoto legal... aquele que parte o coração de todo mundo... —

—Aquele que acabou de ganhar o prêmio de autoestima e pior autoapresentação? Ah, sim, entendido – Ele deve ter sido uma daquelas crianças que cresceu lisonjeada com o quão bons e bonitos eram. Talvez a minha também fosse a inveja: criei a minha autoestima do nada e ninguém nunca me elogiava a não ser que fossem dirigidos ao meu físico e de forma vulgar, por isso nunca os apreciei.

"Eu vou te guiar", ele ficou sério... ah, coitado, ele realmente achava que todo mundo o conhecia? O VIP da Universidade Estadual da Califórnia!

Assim que chego me encontro em um corredor idêntico ao dormitório feminino, mas em vez de rosa é azul: tanto machismo.

- Estes são Carlos Roy, Devon, Evan, Oliver, James, Calvin e Trent. Faltam alguns, mas mais cedo ou mais tarde você vai conhecer todos – diz Neil, apontando um por um para os caras que vi com ele na cantina. Já esqueci os nomes deles, exceto o de James: 'tocador de bunda e futuro cobrador de ingressos', ah, sim, 'amigo de Brianna'.

— Prazer em conhecê-la, Amy — cumprimentou a todos com um aceno de mão no ar.

- Até mais -

— Não consuma — grita um dos muitos frequentadores da academia, mas não sei qual, já que todos se viraram e estão saindo do quarto.

Entramos em seu quarto e eu honestamente não esperava que fosse tão limpo. Realmente brilha.

— Você tem uma faxineira? — caramba, pensei alto, eu realmente não queria dizer isso. Viro-me para ele com culpa e mordo a pele do meu polegar.

—Você acha que como homem eu não sei limpar? -

— Estou simplesmente surpreso ao encontrar alguém que é autônomo e não acredita na divisão de tarefas entre homens e mulheres —

—Se você está se perguntando, eu também sei passar e lavar a máquina, a única coisa que não sei é cozinhar. É por isso que vou à cantina.

— Considere-me impressionado, principalmente porque não sei lavar a máquina de lavar e nem mesmo cozinhar — depois do primeiro momento de constrangimento começo a olhar ao meu redor. Ele também deve ter sido um especialista em feng shui porque aquela sala parece maior do que é graças à disposição inteligente dos móveis. Há um sofá no canto da sala, próximo a uma janela. O banheiro gera um nicho com parede de gesso cartonado em correspondência com o qual foi colocado um armário de cozinha com pia simples, fogão, frigobar e torradeira. O resto da sala é ocupado por uma mesa rodeada de cadeiras na lateral voltada para a parede e por um segundo sofá na frente, para que possa ser virado se necessário.

—Então, que curso você está fazendo? — Brianna na verdade não me contou nada sobre sua faculdade, ou sobre qual assunto ela a contatou.

— Engenharia e quando vi aquele anúncio vocês não sabem o quanto me senti aliviado. Queres alguma coisa para beber? -

— Não se preocupe, obrigado — Fiquei feliz que a ideia da Brie foi apreciada — E de que material você precisaria? -

— Estou um pouco atrasado em algumas provas e na verdade não é uma, mas cinco... — talvez ele também saiba a culpa, penso: tem a mão no cabelo e os ombros estão curvados, parece uma criança que acaba de ser repreendido pela mãe por voltar para casa com os sapatos enlameados.

- Cinco?! -

— Sim, mas deixei para vocês os mais discursivos para que não tenham problemas em transcrevê-los, vou entender o que li e poderei me concentrar nos temas onde há fórmulas e histórias — se apressa em explicar.

— Bem, se você coloca dessa forma… temos um acordo! Cinco dólares por hora de lanche. Você é o engenheiro, então descubra quanto isso custaria.

“Dólares, mas toda vez que você terminar uma matéria eu te pago”, diz ele, estendendo a mão na esperança de fechar o negócio.

Eu o seguro e quase me surpreendo com o calor de sua pele, ela é áspera e com alguns nós dos dedos esfolados, mas incrivelmente quente. "Suas mãos sempre ficam tão frias, Amy?" -

— De onde eu venho dizemos mãos frias, coração quente — foi apenas uma frase típica para me justificar, mas ele provavelmente encara isso como um desafio devido ao seu sorriso travesso.

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