O doutor que não quer se revelar
Capítulo 02
Cura meu coração
Camila se pôs a andar com o coração aos saltos, e, em seguida, continuou pela alameda até a luz, que provavelmente era da casa.
Com o triste pensamento passando pela cabeça de que o irmão Guto não iria se salva e que ela fracassará ainda chorando vacilou e desequilibrou, e sem querer pisou em falso e gritou de dor, em seguida xingando nomes péssimos que ela odiava caiu flexionando o corpo abraçando os joelhos.
Um soluço cortante, e desesperado a manteve distraída com a cólera da dor por um tempo, por isso nem percebeu que alguém estava se aproximando.
Passos bem próximos decididos e sem cerimônia, de repente, ligou uma luz que foi mirada na sua direção, e a lanterna no seu rosto finalmente chamou sua atenção, a fazendo cessar o choro descontrolado.
Camila imediatamente tenta olhar para saber quem estava ali, mas a luz da lanterna a cegava não permitindo que ela visse o semblante de quem apontava a luz na sua cara. Em seguida a mesma voz irritadiça embriagada a faz tremer.
— Então você é mesmo uma jovem garota, mesmo assim, nem pensa que vou facilitar as coisas para você!
— Oi senhor, por favor, só me deixe pedir um táxi, juro que vou embora daqui o quanto antes!
— Ah claro que vai, mas será no carro da polícia, e só para constar eles já estão a caminho, pois invasão de propriedade e ilegal aqui por essas bandas.
— Mas, eu não invadir nada senhor, e o portão se abriu e eu presumi que me fosse dada a oportunidade de entrar e solicitar o meu táxi, pois já entendi que quem eu estou procurando não se encontra aqui.
— Que ótimo que você entendeu, então agora levante-se e vamos até varanda, pois não quero ser acusado de matar ninguém!
— Como, o que o senhor disse?
— Cale-se e me siga, a sua carona na viatura já está a caminho.
— Oh por favor, não precisa de polícia, e sério eu não queria atrapalhar ninguém, como expliquei eu só queria ver a pessoa que lhe informei, e agora vou embora, mas eu acho que quebrei o meu pé, ou torci muito forte e acho que não vou conseguir me levantar, então me deixe aqui e peça o táxi em meu nome, sou Camila Santana.
— Olha garota, se você estiver mentindo, eu juro que vou fazer você pagar caro, então se segurar em mim.
— Ei, não, por favor senhor não precisa me pegar no colo, pois eu juro que quero espera aqui!
— Cala boca garota e pare de lutar ou então vamos cair os dois, estou com a cabeça cheia de álcool.
— Oh, sinto muito pelo trabalho, mas é que...
— Merda, já disse para você calar a maldita boca.
— Está bem.
Braços fortes carregaram Camila com um pouco de dificuldade, provavelmente porque o homem estava mesmo embriagado como Camila já suspeitava, e com medo do estranho ela simplesmente fechou os olhos e deixou ele a levar, pois ela já não acreditava que algo pior poderia lhe ocorrer. Até se colocada sobre algo muito macio, e ao abri os olhos ver que o estranho a olhava agora com olhar de avaliação, e o mesmo acontecia com ela que apesar dele está totalmente diferente, só podia ser ele o médico Rodrigo Otomano.
Aparência desgastada, abatida e cansada e sem cuidado era algo inicialmente assustador, mas os traços bem feitos não deixa dúvidas de quem estava por trás da barba enorme sem fazer, e dos cabelos desalinhados.
Um pouco de esperança inundou o coração de Camila, que passou a colocar os pensamentos para ser o mais racional possível, e com todo resto de energia que tinha só lhe cabia apelar para a sua dor, e fazer o médico se auto revelar cuidado de seu pé machucado. Camila ainda não fazia ideia de como, porém não iria parti sem levá-lo consigo.
Então foi com muita surpresa que ela percebeu que ele havia lhe perguntado algo, pois estava pensando em plano e não fazia ideia do que ele lhe falara.
— Perguntei se dói ainda, garota? Você não vai responder?
Bufa de raiva, a olhando de modo quase fulminante. E, logo entra na casa e retorna com uma garrafa de conhaque e bebe na boca da garrafa como se fosse coca cola tomando muito líquido de uma vez.
Limpa a boca e a barba molhada do líquido marrom, e volta a exigir resposta tocando de forma áspera o pé de Camila que finalmente sai do seu devaneio.
— Aí, você ficou louco, está doendo demais seu bruto!
— Ah sério, pois a um minuto atrás você parecia tão serena que quase tive certeza que era mentira sua!
— Não por favor senhor, eu posso provar que digo a verdade, vou tirar meu tênis, e você então pode avaliar e dar sua opinião.
— Então Camila Santana, é esse seu nome certo, eu não vou avaliar nada, e estou pouco me fodendo se está quebrado tudo ou não, mesmo porque eu não posso fazer nada, não sou médico!
Um soluço repentino escapou da garganta de Camila, que finalmente entendeu que ele não iria se revelar jamais como médico a ela, e que se ela não fizesse algo extremo, em poucos minutos ela iria sair da propriedade e perde a chance de salvar a vida do seu querido irmão Guto, e ela não podia ser covarde então sem pensa se pôs de pé em um movimento rápido.
A dor foi tão dilacerante que ela gritou e caiu, fingindo um desmaio.
Para forçar o estranho a se revelar como médico e agir, e sim foi uma ótima ideia, pois logo ela pode sentir ele a tocar ainda no chão em lugares que somente médicos tocavam em paciente, pois nenhum ser humano que desconhecesse medicina poderia fazer tamanha avaliação tão rápida é criteriosa.
Ouvir os xingamentos, e auto recriminação do homem só confirmaram a Camila que ela acertou em cheio, ao usar um pouco do que sabia sobre atuação, pois se atriz era seu grande sonho desde de infância e ela sabia como ninguém fingir um desmaio, pois já havia levado os pais até a chama a emergência quando queria fugir de uma prova do colégio, já que não tinha estudado nada, e passou o dia e noite assistindo sua série favorita de vampiro até de madrugada.
Novamente ele a carregou nos braços, mas agora entrando na casa, e seguindo até uma cama, pois ao sentir seu corpo sendo posto sobre os lençóis macios e com cheiro de lavanda não teve dúvida.
Em seguida, ele tirou o tênis de Camila e a meia e novamente tocou o local inchado e arroxeado, mas dessa vez de forma quase cirúrgica, pois foi tão leve que Camila só sentiu a delicadeza dos dedos ásperos.
Novamente, o doutor que não quer ser identificado volta a avaliar o rosto de Camila, e então ele se abaixa e com rosto próximo avaliar a respiração dela, e logo a seguir com movimentos precisos das mãos alcança os botões da blusa e abrir para avaliar se realmente está tudo bem, novamente de modo cirúrgico ele tocar todo seu peito sem tirar o sutiã, e descer até barriga reta e depois ao sinalizar vai tirando a calça, mas antes a gira como uma boneca vendo se não há picadas ou ferimentos na lateral de seu torço delgado e jovem.
Apesar de saber que é puramente para saber se ela não corre nenhum risco de vida, e que ele está fazendo isso como médico. Camila tem dificuldade em manter seu fingindo desmaio, pois ela nunca foi tocada por nenhum homem antes, e apesar de toda a situação ela está sentindo um comichão e sensações nada respeitosas para ocasião que de verdade não tem nenhuma conotação sexual.
Então ao sentir os dedos firmes puxando suas pernas para lhe tirar a calça com a calcinha ela resolveu que iria acabar com o falso desmaio, pois deixa o médico ir até sua intimidade era demasiado íntimo e com certeza ela só poderia está louca se permitisse uma coisa assim.
Tentando ser o mais natural possível, ela mexe as pernas em seguida a cabeça.
O movimento faz o médico imediatamente para de tirar sua calça, e volta sua atenção ao rosto de Camila, que vira a cabeça de um lado para outro, e então mãos firmes seguram Camila pelos ombros, a fazendo enfim abrir os olhos e com voz mais lenta e baixa que ela consegue começa a tentar falar.
— Aí, aí minha cabeça, me sinto morrendo.
Digna de um oscar, estou indo bem, Camila se parabeniza por dentro.
Autora: Graciliane Guimarães