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CAPITULO 01

Caldwell - Nova York

Erick Lassiter

D

uas da manhã no subúrbio de Caldwell, Nova York, o filho da mãe seguiu pela rampa de acesso à ponte que ligava o lado leste da cidade.

— Ele é meu!

Erick é implacável quando quer matar um traidor.

Havia apenas uma regra na Ndrangheta que jamais poderia ser quebrada: manter em segredo tudo sobre o clã, independente do que fosse necessário fazer para isso, os inimigos jamais poderiam saber quem era o chefe.

Mas, infelizmente, esse filho da puta se infiltrou em um dos rituais e acabou descobrindo a informação que os inimigos tanto anseiam. Nada que Erick não fosse capaz de solucionar.

O barulho da buzina de um carro, seguido por um estrondo de pneus cantando, foi o primeiro sinal de que seus homens tinham encontrado o que ele procurava. Conduzindo sua Dodge Tomahawk saiu disparado como uma flecha atrás do infeliz.

Assim que alcançou o topo da rampa exatamente a tempo de ver o maldito ricochetear no capô de uma Toyota. O impacto fez o carro morrer, mas não reduziu nem um pouco a determinação do homem, que rolou pelo concreto, mas continuou seguindo seu caminho. Porém a trilha de sangue indicava que ele já estava ferido.

O homem olhou para trás, e, caiu em desespero ao ver uma moto se aproximando. O vento soprava contra eles, grudando suas roupas no corpo e sussurrando através das vigas de aço. Lá embaixo, bem distante, as águas escuras do rio não eram mais que um espaço vago e escuro, como um estacionamento à noite.

Assim que se aproximou a voz do homem ecoou pelo ambiente.

— Estou armado — gritou.

Erick continuava se aproximando, sem desviar o olhar do pobre infeliz.

O homem correu os olhos pelo limite da ponte e então puxou o gatilho, com o impacto Erick esquivou-se para trás, o tiro tinha acertado precisamente o seu braço, assim que levantou a cabeça o homem viu a própria imagem do demônio em sua frente. Os olhos azuis que agora estavam escuros permaneciam encarando fixamente o traidor.

Ele com uma fúria incontrolável avançou agarrando o homem pelo pescoço. Então tirou sua adaga e começou a desferir diversas punhaladas, aquela lâmina afiada penetrava em cada centímetro de carne. A cada punhalada, ele expirava com intensidade e toda vez que puxava sua adaga para fora da carne, inspirava profundamente. O ritmo de sua respiração criava uma cena espantosa.

Quando diminuiu o ritmo o homem já estava destroçado. Logo seus homens chegaram e ele se recompôs e anunciou que levassem o infeliz para ser esquartejado e dado como alimento para os cães que guardam os calabouços da Ndrangheta.

Assim que retornei à minha mansão tomei um longo banho para tirar todo aquele sangue do meu corpo. Dormi somente por três horas, desde a morte da Gisely os pesadelos não me deixam, assim despertando todos os meus demônios. Jamais voltarei a ter esse sentimento que só trouxe algo que eu jamais deveria sentir, as mulheres só me servem como objeto sexual e depois que apresento a elas o Red Pain Room, me deliciando de todo o seu sofrimento acabo as descartando. Afasto meus pensamentos ao ouvir a voz do Alex.

— Estamos com problemas, essa manhã a Paula sofreu um terrível acidente e está em coma.

Meu sangue todo gelou, a raiva percorria todo o meu corpo, por um impulso dei um soco sobre a mesa fazendo Alex se assustar.

— Quero que encontre uma nova designer de joias o mais breve possível, em dois meses será o aniversário de 20 anos da Tiffany & Co. e o lançamento da nova coleção será o auge do evento. Não quero desculpas, faça o que tiver que ser feito, você tem até amanhã para encontra uma substituta a altura da Sra. Guterres.

Agora vamos, temos alguns assuntos da Ndrangheta que precisam ser resolvidos.

Amanda Collins

Acordo em um sobressalto, lentamente abro os meus olhos e vejo que já amanheceu. Tento me levantar, mas a dor em minhas pernas me deixam desmotivada. Após passar a noite toda em pé servindo os clientes no bar do restaurante, mal cheguei em casa e cai em um sono profundo. Saio dos meus devaneios ao ver minha mãe se aproximando. Os seus olhos então cheios de lágrimas e já imagino que o motivo, é por tudo que estamos passamos nos últimos meses.

— Sinto muito, por você ter que enfrenta tudo isso, sendo tão nova.

Sua voz está embargada, as lágrimas rolam pelo seu rosto.

— Mãe, tenho que agradecer por tudo que você e o papai fizeram por mim, jamais irei me perdoar por ser o motivo da morte dele e ver você passando por tudo isso.

— Amanda nunca volte a repetir isso, desde o momento que Alexandre soube da sua existência ele te amou incondicionalmente, ainda lembro quando você nasceu eu nunca tinha visto seu pai chorar por motivo algum, mas ao tê-la em seus braços percebi o quanto você mudaria as nossas vidas. Tanto ele quanto eu, jamais iríamos permitir que os planos daquele demônio em relação a você viessem a se concretizar. Filha você foi o melhor presente que Deus colocou em nossas vidas, minhas lágrimas não são por tudo que perdemos, e sim por vê-la nessa situação, se sacrificando para que não falte nada a nós duas.

Você tinha um futuro brilhante pela frente, teve uma boa educação tem um talento invejável, seus desenhos sempre foram admirados por todos ao nosso redor.

— Queria muito encontrar alguma coisa na minha área, mas tive sorte de encontrar um emprego assim que chegamos. Durante esses três anos fugindo nunca tínhamos ficado tanto tempo no mesmo lugar. Mas prometo que irei pesquisar nos sites de emprego talvez encontre algo melhor e que me pague um pouco mais.

Assim que tranquilizei minha mãe tomei um banho rápido, fiz minhas necessidades e peguei o notebook e comecei a pesquisar algo relacionado à designer.

Após algumas horas tentando, já estava a ponto de desistir, e foi quando meus olhos se negavam a acreditar na imagem a minha frente, meus batimentos aceleraram.

Essa será a solução para mudar as nossas vidas.

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