NO CORAÇÃO DO PRAZER O ACOMPANHANTE DE UMA NOITE
Resumo
Em uma suíte luxuosa de um hotel cinco estrelas, lençóis de cetim deslizam sob uma mão delicada. Uma mulher, acompanhada por uma noite excepcional, prepara-se para vivenciar momentos de prazer intenso e passageiro. As luzes fracas acariciam sua pele e um perfume inebriante enche o ar. Do outro lado da sala, um homem espera por ele, com os olhos ardendo de promessas. No cerne do prazer, cada momento é uma exploração dos sentidos, onde o proibido se torna tentação. Gabriel, com seu olhar penetrante, CEO da "Montana the Company", leva Rose a um mundo onde o perigo e a tensão coexistem. Depois dessa noite entre Gabriel e Rose, tudo muda. Gabriel se apaixona. No dia seguinte, Gabriel teve o prazer de ser convidado para um casamento cujos noivos ele desconhecia. Durante a cerimônia de casamento, ele percebe que a noiva era Rose, a acompanhante da noite anterior. Inundado pelo choque e surpreso com o acontecimento, Gabriel se faz mil perguntas. Como isso foi possível? _Como uma acompanhante poderia desfrutar de um casamento tão luxuoso depois de ter recebido um cliente no dia anterior? _E por que ela foi obrigada a trabalhar como acompanhante, quando tinha que se casar no dia seguinte...?
O regresso do filho prodígio
Depois de anos estudando no exterior, finalmente voltei para casa. Saí de casa jovem, com a ideia de fazer estudos brilhantes em gestão numa das universidades mais prestigiadas do mundo, a Harvard Business School (Estados Unidos).
Hoje não sou mais um adolescente tímido, mas um homem realizado, pronto para assumir as rédeas dos negócios da família, um império construído por meu pai com forte determinação. Eu sabia que meu retorno era esperado, mas a emoção que senti foi além de tudo que eu havia imaginado.
Ao descer do avião, um vento quente e familiar me cumprimentou. Assim que pisei na pista do aeroporto, uma mistura de excitação e nostalgia cresceu dentro de mim. O ar cheirava a terra quente, especiarias e aquele aroma característico do país que eu tinha visto nascer. Lembrei-me da minha partida, meus olhos cheios de sonhos e promessas de grandeza, e agora foi um retorno triunfante, meu coração cheio de orgulho.
Dentro do aeroporto, o ambiente barulhento e colorido, repleto de conversas alegres e abraços calorosos, contrastava com o ambiente higienizado dos aeroportos internacionais que frequentei durante meus estudos. Sorrio ao ver crianças correndo pelos corredores, famílias reunidas em torno de seus entes queridos. Aqui eu não era mais um estudante anônimo entre outros, mas sim, o filho da terra, que voltava para casa.
Meu motorista estava me esperando na saída com um grande sorriso. “Bem-vindo, Sr. Gabriel. Todos estão ansiosos para vê-lo novamente”, disse ele com ar encantado.
A viagem até a casa da família foi uma verdadeira redescoberta. Enquanto caminhava pelas ruas ladeadas de palmeiras e pelos mercados movimentados, senti uma onda de felicidade tomar conta de mim de uma só vez. Cada esquina evocava uma memória de infância. O piscar das luzes de neon, o burburinho dos vendedores ambulantes e o barulho suave dos carros antigos fizeram parte da paisagem da minha infância.
O carro então pegou uma estrada ladeada por colinas verdes. Lembrei-me das excursões que fazia na adolescência, quando explorava essas mesmas colinas com os meus amigos, com o coração leve. A luz dourada do sol poente conferia à paisagem um brilho quase mágico e ele deixou-se invadir por esse calor suave. Percebi o quanto sentia falta do meu país.
Finalmente, ao chegar em frente à grande casa da família, senti uma onda de intensa alegria. Ali, na soleira, estavam meus pais, com os olhos brilhando de emoção. Meu pai, ainda imponente apesar da idade, estendeu-me os braços e eu corri para abraçá-lo. Minha mãe, com lágrimas nos olhos, acariciou meu rosto com ternura antes de me tomar nos braços.
Tudo que eu conquistei fez sentido naquele momento.
Eu estava em casa.
O cheiro da comida em família, as risadas, o calor dos reencontros... Tudo foi banhado por um clima de alegria. Senti em cada gesto, em cada olhar trocado, um amor profundo e incondicional. Foi muito mais que um retorno físico. Foi uma reconciliação com as minhas raízes, com a minha história. Mais do que nunca, senti-me pronto para assumir o meu papel, para seguir os passos do meu pai, mas também para traçar o meu próprio caminho. A felicidade que encheu meu coração não tinha limites.
Eu estava de volta em casa e tudo estava em seu lugar.
Senti falta do cheiro reconfortante das refeições da minha infância mais do que qualquer coisa.
Naquela noite, a mesa estava posta como eu não via há muito tempo. A refeição, simples mas saborosa, reflectia os gostos de todos: blanquette de vitela, batatas tenras, uma salada fresca com um vinagrete caseiro que a minha mãe sabia preparar na perfeição. Houve também queijo bem curado e uma torta de maçã dourada de sobremesa. Minha mãe preparou tudo com carinho para comemorar minha volta.
Sentado à mesa, senti-me tomado por uma doce nostalgia, mas também por uma alegria imensa. Minha mãe, Monique, olhou para mim com os olhos brilhando de emoção, enquanto me perguntava se eu tinha comido bem durante a viagem. Meu pai, Philippe, geralmente mais reservado, nunca parava de me fazer perguntas sobre minhas aventuras na Ásia e na América do Sul. Minha irmã mais nova, Clara, ficou fascinada pelas minhas anedotas, pelos meus encontros inesperados, pelas minhas histórias de paisagens deslumbrantes.
— “Então, conte-nos, como era a comida no Peru?” Monique perguntou com um sorriso.
Eu, Gabriel, inclinei-me ligeiramente para frente, meus olhos brilhando de excitação.
— "Foi incrível, mãe! Os ceviches estavam tão fresquinhos, o milho tão diferente do que temos aqui... Mas o que mais me chamou a atenção foi a bebida local deles, a chicha morada. Eles faziam de milho roxo. No começo eu não tinha certeza, mas me acostumei! Eu disse rindo.
Philippe, meu pai que adorava tudo relacionado à gastronomia, se interessou imediatamente por esse detalhe.
— "Milho roxo? Interessante! E você já experimentou alguma outra bebida local aí?"
"Sim, no Japão experimentei muitos saquês diferentes. É uma loucura como os sabores variam dependendo da região. Algumas variedades são tão delicadas, quase florais, enquanto outras são muito mais robustas."
Clara, que tinha apenas dezessete anos e já sonhava em viajar, olhou para mim com admiração.
— “E as pessoas eram acolhedoras em todos os lugares que você ia?” ela perguntou, curiosa.
Eu sorrio suavemente.
— "Sim, Clara. Há lugares onde as pessoas não têm muitos meios, mas dão-te tudo o que têm. Na Indonésia, por exemplo, fui hospedado por uma família que vivia numa pequena casa de madeira. Eles fizeram me sinto como um rei, mesmo que eles vivessem com quase nada."
Monique gentilmente colocou a mão na minha, com amor e admiração
- “Isso mudou você, não foi?” ela disse com uma voz terna.
Eu balancei a cabeça.
— "Sim, mãe. Isso me fez perceber o quanto somos sortudos. Temos tudo aqui. E esta noite, esta refeição com todos vocês... é o melhor presente que eu poderia receber."
A conversa continuou, pontuada por risadas e histórias, entre duas mordidas na torta. Falei das minhas noites sob as estrelas no deserto do Saara, da sensação de liberdade atravessando planícies intermináveis a cavalo na Argentina ou da minha escalada ao Monte Fuji. A cada história, meus pais e minha irmã ficavam pendurados em meus lábios, como se estivessem viajando comigo, descobrindo através de minhas palavras um mundo que nunca haviam visto.
Este jantar, à volta desta mesa familiar, não foi apenas uma refeição partilhada. Foi um reencontro, uma reconexão. O amor familiar foi expresso em cada gesto, cada palavra, cada gargalhada. Minha viagem foi extraordinária, mas nada valeu esse momento. Porque, em última análise, mesmo depois de conhecer o mundo, eu sabia que meu verdadeiro lar era aqui, entre meu povo.
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