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Quando eu acho que a vida não pode me surpreender, ela vem e me mostra que pode.
Eu acho que ela me confunde com uma Onstri, porque gosta de foder toda hora e sem aviso, cada vez pior.
Eu sempre quis uma companheira, ter alguém para chamar de minha, ter alguém para amar e para me amar de volta, ter muitos filhos.
Vi todos meus amigos encontrando suas companheiras, construindo suas famílias. Mesmo com as dificuldades eu vejo como eles são felizes.
E eu os invejo, nunca tive uma família exemplar. Meu pai foi a única figura que tive em poucos anos na minha vida.
E agora a vida me traz uma companheira, mas uma companheira quase morta.
Já se passaram três dias desde que a desenterramos e ela se encontra desacordada.
Ela tem machucados pelo corpo, a sua pele está muito vermelha, ela queimou com a areia quente. Na sua cabeça tinha uma machucado bem grave e era o único local que sangrava até ontem.
E foi isso que me deu esperanças, isso significou sua cura. Ela estava se curando.
Havíamos tentado de tudo, mas o seu corpo rejeitou os nossos tratamentos e isso mostrou que ela não é uma Mort e pela sua aura eu sinto que ela é muito poderosa.
__Ela é linda, mesmo morta viva- diz Joe me fazendo a encarar.
__Ela está se curando, a sua regeneração está acelerando. Acho que ela acorda em alguns dias- digo e ele me encara surpreso.
__O bom é que ela vai sobreviver e ela vai poder nos dizer como ela passou pelo portal- diz parecendo animado.
__Vá para o caralho e me deixe pensar- digo grosso e é o suficiente para ele sair sem perguntar nada.
De que reino ela vem?
Eu tenho de saber assim que ela acordar, o povo vai querer respostas.
A notícia sobre ela já se espalhou e ela um nome já deram.
A garota do deserto
Eu não disse à ninguém sobre ela ser minha companheira.
Não quero que ninguém saiba até eu conversar com ela.
Quero saber seu nome, de onde ela vem, que tipo de ser ela é, quero conhecer o seu carácter, quero conhecer a mulher que é minha companheira.
Não é por acaso que não saio daqui e uso a desculpa de estar a vigiando.
Eu gosto ficar olhando seu rosto ganhar cor a cada dia, eu gosto de ficar perto dela.
Mais três dias se passaram e o seu corpo já descansar na minha cama, ela já respira melhor, seus ferimentos já estão curados e só ficou uma cicatriz em seu corpo, na sua nuca.
Algo me diz que ela pode acordar a qualquer momento e isso está me deixando ancioso demais.
__Temos de ver o que fazer, o nossos estoque de alimentos está terminando- avisa Joe encostando na porta do meu escritório.
__Ordene que os servos do Castelo retirem os alimentos da minha dispensa e ajude a destribuir para as famílias com mais crianças e para os órfãos.
__É o que você vai comer Mouvryn?, você é o Rei, tens de se alimentar da melhor forma possível para governar o seu povo- diz me irritando.
Levanto irritado e bato na mesa tentando descontar minhas frustrações.
__Não terei um reino para governar sem o povo. Meu dever como Rei é zelar pelo meu povo e se isso significa que tenho de tirar o prato da minha mesa para a mesa deles, eu o farei. O povo sempre vem em primeiro lugar Joe, lembre-se sempre disso- digo passando a mão pelo meu cabelo.
__Eu entendo Mouvryn, Mas o nosso povo precisa de um Rei forte para o governar- diz tendo razão.
Suspiro cansado dessa situação.
__Tudo bem, ordene que eles deixem somente os alimentos essenciais para duas semanas- digo e ele me encara confuso.
__Duas semanas?, como você vai resolver essa merda em duas semanas?- pergunta se aproximando.
__É o tempo que tenho para pensar em uma solução- digo e ele me encara contrariado.
__É se você não conseguir?, o que vai acontecer, vais passar fome?.
__Você sabe que diferente dos outros, eu posso me alimentar de sangue. Agora chega, não estou discutindo sobre isso- digo encerrando o assunto.
Do mesmo jeito que há, Ómega, Beta e Alfa. A nossa raça "Mort" também vai do mais fraco ao mais forte.
Tem os Nen's que são os mais fracos, eles são inteligentes e são muito belos.
Tem os Fey's que tem força, inteligência, o dom da manipulação.
Tem os Mor's que tem tudo o que os outros têm e mais alguma coisa dependendo de cada um, e podem se alimentar tanto de sangue como de todos os alimentos.
Os Mor era composta pela linhagem da minha família e eu sou o último que sobrou.
__Tudo bem, irei fazer oque me ordenou- diz saindo do escritório.
Saio do escritório algumas horas depois é vou até o meu quarto querendo descansar.
Abro a porta e retiro minha camisa quando ouço um grito.
Me assusto e olho para minha cama, bonitos olhos azuis me encaram assustados.
Porra, ela acordou.
__Onde eu estou?, quem é você?, esse corpo é seu mesmo, tão lindo.
__Você está no Reino Mort, me chamo Mouvryn e sim, esse corpo é todo meu- digo sorrindo.
__Reino Mort, onde fica isso. Eu vivo aqui?- pergunta observando o quarto.
Ela não sabe onde vive...
Me preocupo e me aproximo sentando no canto da cama.
__Como você se chama?- pergunto e ela me olha estranho.
__Eu...eu...Olha aqui moço eu não lembro não, mas deve ser por ele ser muito feio, depois eu lembro- diz me encarando__Olha moço eu estou com fome.
__Qual é a última coisa que você lembra?- pergunto e ela fecha os olhos.
__Eu não lembro de nada, porque eu não lembro de nada?, oque aconteceu comigo?.