Capitulo 04 - Longa Noite
#Adam
Estava trancado em meu quarto com os meus pensamentos fluindo. Não queria ver e nem falar com ninguém no momento eu só queria o silencio da minha cabeça e o barulho do meu coração. O peso que caia sobre minhas costas era maior que eu podia suportar em tão pouco tempo me transformei na versão que meu pai tanto queria que eu fosse. Um homem capaz de resolver qualquer situação, que tomasse posse de tudo aquilo que era dele e fosse forte acima de qualquer escolha certa!
Um homem capaz de resolver qualquer situação, que tomasse posse de tudo aquilo que era dele e fosse forte acima de qualquer escolha certa!
O banho quente que eu agora tomava me acalmava de um jeito gostoso, eu tinha o luxo de ter isso todas as noites. Tirei minha camisa suja com o sangue da tal garota, minha calça suada e a cueca. Abri o chuveiro em máxima força e me coloquei em baixo dele, a água estava pesada mais era ela mesma que me fazia bem. Passei a mão sobre meus cabelos e deixei que as ideias tomassem conta de mim. Alice tinha que voltar para casa, aqui era o lugar dela, perto de mim, dos seus irmão e de sua mãe que tanto sentia sua falta dia e noite, mais para isso eu derrubaria quem quer que fosse que estivesse no meu caminho para manter minha família unida, esse foi o pedido do meu pai antes de morrer e pra mim virou questão de honra trazer Alice para casa.
Enrolei a toalha na cintura e passei os dedos pelos cabelos molhados, abri a cômoda e tirei uma camisa, uma calça e uma cueca. Vesti e me olhei no espelho enquanto eu me arrumava. Nada mudou todos esses anos, pareço aquele adolescente de 20 anos de idade brigando com o Fernando ou com a Alice por alguma coisa qualquer que eles pegaram no meu quarto. Um sorriso me vem nos lábios e me apoio na cômoda encarando o homem de 39 anos que em momento si quer da vida nunca pensou diferente disso aqui eu agora só precisava urgentemente beber alguma coisa bem forte para aquecer as ideias!
A porta abriu e eu vejo a morena me olhar com desejo. Seus olhos queimam ao me ver e automaticamente ela morde seus lábios, hoje ela esta com uma saia pequena, botas e blusinha amostrando sua barriga seca e malhada. Seus cachos bem alinhados a deixando ainda mais linda e saborosa, mais hoje não estou com cabeça pra isso hoje eu só quero beber e dormir!
_ Adam você chegou e nem me avisou?
Sorri torto a olhando pelo espelho
_ Não tenho que te dar satisfações da minha vida Cassie, sabe muito bem que odeio cobranças!
_ Sabe que adoro quando você esta de mal humor _ Se aproximou lentamente sorrindo e eu me virei a encarando cruzando os braços
_ Quem sabe esta noite eu te faça companhia? _ Segurei sua bochecha com força a fazendo se afastar de mim, eu não queria nada, ela precisava entender
_ Hoje eu não estou afim de sexo Cassie _ Aproximei seu rosto do meu e depois a larguei de vez. Peguei minha arma saindo do quarto a deixando sozinha
Cassie tem a ilusão de que um dia eu me casarei com ela e que encheremos essa casa de filhos, pobre iludida da vida que fica sonhando em ter futuro ao meu lado! Eu não tenho futuro
Desço as escadas e a casa estava totalmente em silencio, pelo horário todos já devem estar dormindo, então vou ate o bar e encho o copo de Whisky bebericando alguns pequenos goles. Acabei concluindo que hoje só sofre quem quer, porque a vida te oferece todos os dias inúmeras oportunidades para ser feliz, mas você as vezes sem perceber a rejeita. Parece que ser "burro" faz parte da natureza humana.
Aquela garota não me parece o tipo de mulher que se encontra em qualquer esquina. Seus olhos verdes mostram medo e confusão de tudo ao seu redor, o estado que eu a encontrei nem um cachorro de rua viveria naquele estado, mais afinal que merda aconteceu na vida daquela menina?
Ouvi um estrondoso barulho do lado de fora e peguei a arma a engatilhando, andei lentamente ate a porta e a abri lentamente estava chovendo forte e fazia muito frio.
Sai e senti as gotas geladas na minha pele, de longe vi alguém mancando e caindo ao mesmo tempo tentando fugir, seus cabelos loiros me eram bastantes familiar a essa hora os coiotes gostavam de sair de suas tocas para caçar e ela seria uma ótima Janta!
_ Mais que merda ela pensa que está fazendo! _ Praguejo saindo na direção que ela estava.
Corri em sua direção e acabei a perdendo de vista, tínhamos um vinhedo onde fazíamos vinhos da melhor qualidade, minha família era famosa por fabricação de vinho e outros negócios a mais.
Depois do vinhedo era uma floresta seca e sem vida que se ela fosse para lá, tenho certeza que não sairia com vida. Corri ignorando todos os perigos possíveis e pulei a cerca correndo ainda mais para alcança-la, apontei a arma quando ouvi uivos de animais que eu sabia serem mais fortes que aquela criatura pequena e machucada. Ouvi um choro baixinho e me aproximei, vários olho verdes brilhavam entre a escuridão e a vi cercada por no mínimo sete lobos que rosnava ferozmente em sua direção.
Me abaixei
_ Não se mecha _ Peço e ela apenas assentiu com medo, agora tinha raios cortando o céu o que não ajudava muito no cenário de terror que estávamos.
Os lobos rosnavam cada vez mais se aproximando dela, mirei em quem eu atiraria primeiro e atirei, logo alguns correram assustados e os outros avançaram pra cima de nós dois. Dei meu braço para proteger meu rosto e levei uma mordida dolorosa que rasgou minha pele. Outro abocanhou minha perna e me puxou para longe, atirei na cabeça do que mordia meu braço e depois atirei no da perna, a dor estava insuportável o que dificultou eu levantar, ela pegou um pedaço de tronco que estava no chão e me encarou tremendo
_ Que merda você pensa que estava fazendo?
Ela levantou seu rosto onde a chuva molhava e seus olhos estavam apagados, sem vida, alguém matou essa garota de dentro para fora, mais de qualquer jeito ela era um grande enigma, estendeu sua mão pequena onde eu estava e com muita dificuldade me levantou, urrei com a dor na perna e apontei a arma em sua direção
_ Se tentar fugir novamente aposte que eu verei seu corpo sendo comido pelo abutres de manha, eu não me importo com você, estamos entendidos? _ Ela se abraçou a mim tremendo e eu ao andar sentir a perna falhar pelo ferimento da mordida
_ Eu te ajudo! _ Sua voz quase não saia de tão fina e fraca, me apoiei nela e começamos a andar lentamente de volta para casa.
A chuva agora tinha se tornado uma tempestade, a grama estava ensopada o que dificultava da gente andar, caímos pelo caminho e ela com muito custo me levantou de novo, seus cabelos estavam grudados em seu rosto e seu vestido branco que estava meio rasgado agora era uma mistura de barro e sangue. A porta estava aberta mais batia com força na parede por causa do vento.
Entramos e eu fechei a porta, subimos as escadas com ela me ajudando e abri meu quarto, puxando a pequena cadeira no canto e me sentei sentindo dores no braço e na perna que sangravam sem parar pela mordida
_ Dentro do banheiro tem primeiros socorros _ Apontei para o local e ela andou apressada sem dar uma palavra si quer, voltou rapidamente e se ajoelhou na minha frente, tirou as coisas e olhava com atenção cada item, seu corpo tremia e ela molhava meu chão de água e sangue
_ Sabe como usar essas coisas? _ Perguntei e ela apenas assentiu tremula
Pegou a água oxigenada e limpou lentamente o ferimento com gazes, passava delicadamente no lugar, seus olhos fixos no ferimento não me encaravam. Ela pegou um pinça e tirou o que parecia ser pedaços de areia e carne solta para não inflamar, meu braço pingava de sangue, sujando todo lugar, depois ela pegou agulha e linha e começou a me costurar, estávamos os dois molhados e ela tremia de frio, depois que terminou o meu braço ela se ajoelhou e rasgou minha calça e fez o mesmo processo, tudo bem devagar e cuidadosamente, em nenhum momento ela disse nenhuma palavra ou encontrei seus olhos, depois que costurou minha perna estancando o sangue eu tirei a camisa e ela baixou a cabeça evitando me olhar, me levantei e tirei a fivela do cinto e ela continuava imóvel, juntou as coisas e guardou dentro da caixa que tinha um x vermelho, se levantou colocou em cima da cômoda e abriu a porta, me olhou com medo e levantou a cabeça, seus olhos estavam cheios de água
_ Obrigada por ter salvado minha vida! _ Sussurrou e voltou a baixar cabeça saindo logo em seguida.
Fui ate a pia e lavei o braço, passei água na perna e notei que isso ficaria uma cicatriz horrível! Ótimo eu nunca tive nada na pele e agora ficaria marcado. Ate nas minhas piores brigas eu nunca me machuquei feio e ai vem essa garota e faz merda! Mais isso não iria ficar assim, parei e pensei por um momento, como ela sabia tanto de cuidados médicos se só vivia tão debilitada?
Abri a porta e fui em direção a dela, precisava agradece-la também por ter me ajudado, abri lentamente sua porta a vendo tirar o vestido com muita dificuldade, me assustei ao ver suas costas totalmente marcadas com grande cicatrizes que se estendia por todo seu corpo, ela chorava baixinho e quando o vestido caiu por completo a cena que eu vi me fez recuar e senti pena como nunca antes. Ela tinha marcas por todo seu corpo. Sua bunda, cocha, costas, braços, pescoço estavam marcados e eu não sabia bem a sensação que me bateu naquele momento, ela enxugou os cabelos lentamente e voltou a se deitar sem o vestido, suas bandagens estavam ensanguentadas, mais ela deveria estar tão cansada que nem notou isso, se deitou e se cobriu abraçando o lençol de frio, não demorou muito e ela caiu em sono profundo!
Sai com a respiração entre cortada e voltei para meu quarto, não sei exatamente o que me deu quando vi aquela garota daquele jeito, ela poderia ter ido embora e deixasse que outro animal terminasse o trabalho acabando comigo, mais ela voltou e mesmo machucada me ajudou a voltar para casa em segurança. Não vejo malicia naquela garota, tão pouco maldade em seus olhos, vejo uma menina perdida e sozinha, procurando talvez um lugar para ter paz. Agora sei que não estou sozinho nesta vida, existe alguém bem mais fodido que eu!
Agora sei que não estou sozinho nesta vida, existe alguém bem mais fodido que eu!