Capitulo 1
Fernanda
Hoje não é o meu dia, sinceramente não mesmo! Primeiro o meu trabalho foi um saco. Estou quase pedindo demissão e falta pouco mesmo. Tudo dando errado acho que hoje não deveria ter saído de casa.
Agora eu estou aqui na frente do escritório do meu marido, ligando pra ele pra gente irmos almoçarmos juntos e nada de ele atender.
— Droga Otávio, atende a porra desse telefone? — Resmungo já ficando possessa com ele.
Ligo novamente pro celular dele e nada. O que será que ele estava fazendo que não podia atender a porra de uma ligação, afinal eu era a sua esposa.
Fico muito puta com ele e guardo o celular na bolsa e olho pro relógio e espantada com o atraso do Otávio e olha que ele nunca foi de se atrasar.
Ouço o celular tocar e antes mesmo de pegar dou um sorriso e quando eu pego ele e dou um suspiro de frustração ao ver que não era o meu marido e sim uma das minhas filhas e não que eu me dê bem com elas só pensei que era ele.
— Oi Kathy, o que houve? — Pergunto.
— Mãe posso sair com o seu carro. — Pergunta minha filha.
— Kathy eu ainda nem cheguei em casa! — Respondo ainda frustrada.
— Mãe o papai está aí, perto? — Ela me pergunta curiosa.
— Não, Kathy! — Dou um suspiro e continuo: — Cadê a Kam?
— Ah ela está no quarto! — Ela me responde e fica em silencio é quando eu ouço a voz da minha outra filha e estou pra perguntar o que está acontecendo, quando ela continua: — Mãe a Kam, esta aqui do meu lado falando que tentou falar com o papai e que ele não a atendeu.
— Ela também, tentou ligar pra ele? — Pergunto apreensiva.
— Sim, mamãe! Ela acabou de me contar nem eu sabia. — Kathy diz e ouço a Kam dizendo que queria falar comigo.
— Oi mãe! — Kam fala preocupada.
— Oi filha, sua irmã disse que você também não esta conseguindo falar com o seu pai, também hoje? — Pergunto curiosa, tentando saber porque o Otávio não estava atendendo ninguém hoje.
— Não consegui! Era pra perguntar pra ele se podia me emprestar um dinheiro pra gente ir ao shopping. — Ela me fala e continua dizendo: — E fiquei preocupada quando ele não atendeu. — A Kam fica em silencio e logo continua dizendo: — Mamãe porque o papai não atendeu a minha ligação?
— Filha não sei, sendo que é a primeira vez que acontece isso! — Dou um longo suspiro e continuo dizendo: — Nem a mim ele esta atendendo.
— E agora, estou preocupada, ou melhor, nós estamos preocupadas. — Kam fala.
— Você e sua irmã ficam tranquilas e não se preocupem eu estou aqui na frente do escritório do seu pai e assim que eu descobri o que houve eu ligo pra vocês, ok!
— Tá bom, mamãe mande um beijo pra ele! — Ela me pede.
— Pode deixar e você e sua irmã se comportem hein. — Peço eu sabia o que duas adolescentes podiam me deixar quase louca, eu que diga.
— Ok, eu e a Kathy não vamos brigar! — Ela brinca e sei que não.
Despeço-me delas dando risada e desligo a ligação. Minhas filhas são o que eu mais amo nesse mundo. Graça a deus somos bem unidos. As gêmeas não puxaram quase nada de mim e sim do pai.
Ah Otávio foi o meu amor de adolescente, com ele eu perdi a virgindade e logo decidimos nos casar e aquilo foi maravilhoso. Nossas famílias se conheciam e ficaram tão felizes que nos casamos e logo eu engravidei, ou seja, o meu casamento era perfeito.
Resolvo sair do carro e entro no escritório de contabilidade, cumprimentando a todos que eu via. Fazia um bom tempo que eu não vinha aqui. Pego o elevador e subo pro andar do escritório do Otávio.
Quando chego lá eu encontro o corredor vazio e acho estranho e olho novamente pro relógio e percebo que deve ser que todos deveriam estar almoçando.
E ouço gemidos e fico curiosa e vou em direção onde estavam vindos os sons e dou de cara com uma porta encostada e a empurro acabo tomando o maior choque da minha vida.
E logo me ocorre um pensamento e ele estava dizendo "Você acredita na historia em felizes para sempre?”.
Por que a cena que eu estou presenciando ali acabou com que eu tanto me orgulhava em dizer que eu vivia um conto de fadas.
E aqui estou eu! Na porta do escritório entendendo porque o filho da puta do meu marido não podia estar atendendo nenhuma ligação ele estava muito ocupado fudendo a nova secretaria dele. Por que a antiga tinha se aposentado e eu deveria ter imaginado que algo desse tipo aconteceria quando ele ficava elogiando ela, muito.
O choque que tomei foi tão grande que praticamente congelei que quando eu acordei do choque eu acabei derrubando a minha bolsa no chão e o barulho fez.
É quando ele me vê ali parada e tira rápido a mulher de cima dele e fico ali parada o vendo subir o zíper da sua calça e só falo:
— Ah agora entendo, porque você não podia atender as ligações da sua família. Você estava muito ocupado com a piranha aqui? — Digo apontando pra ela que estava arrumando a sua roupa.
— Amor não é isso o que você está pensando? — Ele diz rápido.
— Tem certeza? — Debocho dele e olho pra vagabunda e digo ironizando: — Espero que tenha se divertido!
— Senhora Fernanda, não é isso o que a senhora está pensando! — Ela repete a mesma coisa que o meu marido disse, ou melhor, meu ex. Porque definitivamente posso dizer que eu sou uma mulher separada.
— Só preciso saber de uma coisa! Ah quanto tempo você está me traindo Otávio? — Digo ate calma demais eu acho.
— Foi à primeira vez e a ultima! — Ele diz como se aquilo fosse fazer a diferença.
— Eu não acredito em você! — E era a verdade a confiança que eu tinha por ele tinha acabado de morrer nesse instante.
— Meu amor é a mais pura verdade, você tem que confiar em mim! — Ele diz todo fervoroso.
— Otávio, por favor, não me chama de amor! — Praticamente eu grito e olho pra amante dele e digo: — Gostaria de ficar sozinha com o meu ex-marido! — Falo olhando pra ele que me olha chocado.
— Fê eu sou seu marido! — Ele diz praticamente gritando e veio rápido querendo me tocar e simplesmente eu solto as suas mãos nojentas.
— Tira as suas mãos de cima de mim! — Peço quase gritando.
— Fê me ouve, eu te amo! — Ele pede.
— Não você não ama! Se me ama-se como mesmo disse não teria me traído! — Respondo.
— Fê somos casados há quase vinte anos, aconteceu! — Ele se defende como se fosse algo normal.
— Você mesmo acabou de dizer que somos casados há quase vinte anos e a partir de agora não somos mais. — Respondo.
— O que você está querendo dizer? — Ele diz com voz em pânico.
— Pelo amor de deus, você entendeu o que eu disse! — Deu vontade de dar uns tapas nele.
— Não! Você não entende Fê eu preciso de você! — Ele diz desesperado.
— Não precisava de mim ate cinco minutos atrás quando estava ali fudendo na sua cadeira com a sua puta. — Falo dando ombros.
— Fê eu disse que foi só um deslize. — Ele volta a defender e olho pra cima pedindo paciência que eu não tinha mais.
— Como eu disse antes e volto a repetir eu quero o divorcio! — O Otávio me olha como se estivesse louca.
— Não, não! Eu não quero me divorciar de você! — Ele protesta e coloca suas mãos nojentas em mim e segura meus braços com forças.
— Você não tem o que querer Otávio. — Digo com firmeza e continuo a dizer: — Me solta, Otávio você esta me machucando!
— Me desculpa não queria te machucar! — Ele me fala tirando suas mãos de cima de mim.
— Otávio eu quero o divorcio! — Volto a pedir com a paciência se esgotando.