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CAPÍTULO 2 # BENÇÃO OU MALDIÇÃO?

Anita então deixou a par Martina sobre a babá que viria ficar com a sua filha até ela chegar, a mulher aceitou de bom grado, mesmo porque não teria como cuidar da pequena e, ao mesmo tempo trabalhar na casa, além disso, ela sabia que a sua patroa não era rica, e tinha que fazer o que podia para ganhar um pouco a mais, para se sustentar, Martina ouviu batidas na porta e foi atender, Chun-hee então falou:

— Mamãe eu quero o meu cereal!

Anita procurou na dispensa, não estava, então lembrou-se, que no outro dia viu Martina colocar na parte de cima do guarda louça, porém com o seu um metro e cinquenta e quatro, tudo era muito alto para ela alcançar. Por isso, subiu na cadeira para tentar pegar o cereal, mas sentiu no exato momento em que a cadeira pendeu pro lado, e só não caiu porque Sulamita e Martina seguraram a cadeira, então ouviu Martina falar:

— Anita o que faz em cima dessa bendita cadeira?!

Ela pegou o cereal e com um sorriso amarelo falou:

— Estava pegando o cereal para a Chun-hee!

— Porque não pediu para mim? Quando digo ser, você mesma quem se põe em situações desastrosas, as facilitando, nunca acredita em mim, mas olha isso?!

Falou Martina séria, apontando para ela ainda em cima da cadeira, ao observar o olhar sério dela. E também observar Sulamita e Chun-hee segurarem o riso, desceu da cadeira e comentou:

— Nossa Martina também não é assim, não é verdade, que facilito!

Falou ela, porém não tão convicta assim, afinal lembrava-se as muitas vezes em que a sua peculiar mania de se pôr em situações desastrosas acompanhada com a sua má sorte, lhe puseram em situações difíceis e vergonhosas.

Como da vez em que o seu lenço ficou preso na máquina antiga de xerox do colégio, e francamente ainda não conseguia entender como conseguiu fazer aquilo, o pior de tudo que só conseguiu sair de lá quando o professor Carlos ouviu o seu pedido de socorro, porém a situação foi constrangedora, principalmente quando ele falou:

_Não imagina a bela visão que está-me proporcionando daqui Anita!

Ela sabia do que ele estava falando, afinal ela estava de rosto grudado naquela coisa arcaica, e devido aquilo teve que ficar praticamente de quatro, e para piorar estava vestida de saia, mesmo que não tão curta, quem entrava a via exatamente assim naquela posição constrangedora, e como Carlos era um tremendo safado, e vivia cantando-a e levando toco, aproveitou para se vingar dela e falar aquilo antes de a soltar.

Teve também a vez que ela infelizmente derrubou o diretor Batista com uma bela trombada, estava atrasada para pegar Chun-hee no colégio e na correria não o viu. Quando bateu no seu corpo ambos foram ao chão, os alunos que viram, acharam muita graça, nesse dia ele chamou-a na sua sala e a repreendeu, pedindo para ter melhores modos dá próxima vez, e ela só não levou uma advertência por ter pedido muita desculpas e ter lhe explicado a sua situação.

Mas o pior de tudo, foi a vez que ela animadamente batia palmas para comemorar a entrada da mini escola de samba do seu colégio, e bateu sem querer no cigarro, do pai de um dos alunos, o cigarro caiu numa parte bem inflamável de um dos carros alegórico, tocando fogo em boa parte dele. Desde, esse dia os garotos do colégio a apelidaram professora Anita furacão, um apelido que francamente a aborrecia profundamente. Embora lógico eles não falasse perto dela, fora a tantas outras quedas, situações e acontecimentos que as vezes Anita acreditava acontecer somente com ela.

Sulamita ainda rindo deu bom dia, e lhe comunicou que Aline iria sim, pegar Chun-hee no colégio. Após agradecer e pagar o seu aluguel, Anita despediu-se de ambas, levou sua pequena no colégio e foi trabalhar, antes, porém, avisou Martina:

— Acredito que a parti de agora chegarei um pouco depois das setes, então querida não precisa esperar-mer ok!

— Ok Anita, tenha um bom dia de trabalho e por favor querida, e tenho muito cuidado, afinal ultimamente o morro está sobre guerras de facções!

— Como assim? — perguntou Anita, então se aproximando, Martina falou de forma bem baixa:

— Dois novos traficantes estão tentando tomar o comando do traficante (Pivô) e dizem que esses homens são muito mais cruéis, já mataram alguns homens do Pivô, agora as pessoas do morro estão muito assustadas. — Anita de olhos assustados e amendoados falou:

— Meu Deus Martina isso é tão assustador!

— Exatamente, é por isso que eu digo, toma cuidado por aí querida, agora vá trabalhar que eu vou ficar por aqui sempre orando por você e a sua filha, e nada de mau irá acontecer-lhe! — falou Martina enquanto fazia o sinal da cruz na testa dela e da sua filha, depois deu tchau para garotinha também.

— Tchau Chun-hee!

— Tchau Tina! Falou ela sorrindo para Martina enquanto, saia de mãos dadas com sua mãe.

Ela olhando pela porta enquanto, mãe filha seguiam até o ponto onde a condução as pegaria, ficou a pensar o quanto a sua jovem patroa era uma mãe esforçada e determinada em sempre dar o melhor para a sua filha. Anita tinha 29 anos, mas tinha que andar com a sua carteira de identidade para poder provar tal idade, afinal com aquele rostinho de criança quem a via a primeira vez jamais imaginaria que ela realmente fosse uma adulta, mãe de família e professora.

Rindo, lembrou sobre algumas das vezes que ela chegou aborrecida com algumas situações constrangedora por não acreditarem nela mesmo com a identidade dela em mãos.

*Lembranças de Martina:

—Droga eu precisava ter essa aparência!

Falou ela com raiva, enquanto se olhava no espelho, Martina então comentou:

— Tá reclamando do que Anita? Olha para você, parece até que descobriu a fonte da juventude com a aparência que muita mulher deseja, sempre jovem, isso é uma benção não?

— Pode ser para qualquer uma, menos para mim!

— Por que diz isso?

— Bem, quando cheguei ao Brasil por parecer jovem demais para uma professora, para conseguir emprego foi bastante difícil, afinal as pessoas costumam sim julgar um livro pela capa, e o que para algumas mulheres parece ser benção, para mim tem ser tornado uma maldição.

— É sério isso?!

Perguntou Martina pois não sabia disso, afinal quando a conheceu, ela já estava grávida e já trabalhava como professora naquele colégio.

— Sim é verdade, e olhe só hoje, a dona Sula pediu-me o favor de ir ao supermercado, comprar algumas coisas para ela, e como eu também precisava comprar para nós, aproveitei e peguei o seu carro, porém no caminho fui parada numa blitz, e mesmo mostrando a minha carteira de habilitação, não acreditaram em mim, tive que esperar horas para provar a minha verdadeira idade!

Falou ela de braços cruzados e ainda mais aborrecida, confidenciou:

— Ainda tem o detalhe que devido a minha aparência também não... bem não costumo chamar a atenção de um…

— De um homem?! Incrédula Martina perguntou, então continuou: — Não faz sentido isso, afinal olha para você, é linda e parece uma…

— Criança?! É justamente o que estou-lhe falando, pareço uma espécie de fetiche ambulante, se atrio atenção, é de alguns desses homens de gostos duvidosos por ninfetinhas, ou algum pedófilo, que inicialmente pensa que sou alguma possível presa, até descobrir a minha verdadeira idade, e francamente Martina não é essa categoria de homem que desejo ao meu lado.

Respondeu Anita, só então Martina entendeu porque Anita nunca teve namorados, fora que ela sabia que, a mulher escondia um grande segredo, afinal nunca comentou nada sobre a vida que teve na Coreia, era como se quisesse realmente apagar de vez tal acontecimento da sua vida.

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