Capítulo 6
Marina.
Fiquei estática alguns segundos absorvendo o que esses dois homens tinham acabado de me contar, aguardo eles rirem revelando toda a verdade que tudo isso é uma pegadinha, e o Senhor Sam não é o Samuel, e que não estive o tempo todo ao lado do garoto que atormentou minha infância inteira.
Primeiramente, me senti patética por não ter percebido antes, se for raciocinar direitinho, algumas coisas se encaixavam, mas como iria passar pela minha mente que Samuel teria ser tornado esse homem tão.. forte e bonito e... Balanço a cabeça afastando esses pensamentos absurdos.
Meu Deus! eu joguei água nele? Cai no seu colo e pisei no seu pé no ônibus. Samuel com certeza está buscando uma forma de se vingar de mim.
__ Ela não está respondendo aos meus comandos, acho que está em algum tipo de transe. Ei Marina?! Você ainda está conosco? - Uma mão surge na frente do meu rosto tampando a visão daquele par de músculos me olhando de forma intimadora.
__Ham? Estou bem, estou bem. - Sorri. __ Porque não me contou que ele era seu irmão Alex. - Falei entredentes.
___Sinto muito.
__ Vocês vão continuar tagarelando? ou vamos levar a Marina logo para sua casa. - Gesticula sem expressão se colocando ao meu lado, dou um passo para trás por extinto.
___ Não é necessário você ir junto. Alex pode muito bem me levar, não é Alex? - Vou para perto do meu amigo e o coloco na minha frente me protegendo.
__É Sam, não precisa se incomodar.
Vejo uma ruga se formar na sua testa, enquanto me olhava de forma perturbadora.
___ Não, faço questão de ir, para falar a verdade estou com muita saudades da sua família. Recordo-me que a comida da sua mãe era divina, de lamber os beiços. - Beija as pontas dos dedos, vai para perto do Alex tirando a chave pendurada no seu bolso dando batidinhas em seu ombro sorrindo .
__Vamos? O que estão esperando? - Acena sorrindo e bufo frustrada.
Samuel liga para o segurança vir buscar seu cachorro, e ficamos aguardando impacientes.
___Você me paga Alex! Isso não vai ficar assim. - Aponto o dedo enfurecida e engole seco.
Caminho a passos firmes até seu carro, abri a porta de trás me sentando no banco cruzando os braços, recebendo um olhar ardiloso do Samuel. O que ele está tramando? Alex abriu a porta e sentou no banco do passageiro colocando o cinto.
___ Tem certeza que ainda consegue dirigir essa maquina? - Arqueia a sobrancelha para o irmão e sigo o olhar preocupada.
__Porque? Não vai me dizer que você não sabe dirigir?
__ É melhor você colocar o cinto. Vamos descobrir isso agora.- Curva os lábios em um sorriso, girando a chave no contato.
___O que? Nem morta! Eu vou a pé.. - Me curvo para abrir a porta.
__Desliga agora! Lanço um olhar de solai-o.__Como abre isso Alex? - O vejo pisar fundo dando uma arrancada, meu corpo voa para o outro lado e acabo batendo minha cabeça no seu banco.
___Ai minha cabeça! - Resmungo chorosa.
___Marina, você está bem? - Alex olha para mim preocupado .
__Está vendo? Essa é a importância do uso do cinto de segurança. - Disse com um sorrisinho, lancei um olhar mortal.
__Ai minha cabeça! acho que vai formar um galo. - Esfreguei freneticamente.
__ Veja pelo lado bom, não vai poder chegar atrasada no serviço. - Tenho vontade de xinga-lo, mas dou meu melhor sorriso sem mostrar os dentes.
__Alex pode olhar para mim, fazendo um favor? - Faço minha voz manhosa.
__Claro. - Sorrio e se inclina segurando meu rosto entre as mãos analisando minha testa. __ Está um pouco vermelho. Está doendo muito? - Pergunta carinhoso.
__Um pouco. - Faço bico e escuto uma risada vindo do motorista, faço cara de esnobe.
__Vou assoprar está bem? Assenti. Alex começa a assoprar com cuidado e o miro hipnotizada, meu coração começa acelerar, porque era tão lindo e atencioso comigo? como um verdadeiro príncipe. Será que Deus realmente não quer a gente junto? Porque para mim não existe outro homem nesse mundo que combinaria comigo tanto quanto o Alex. Ele para e me olha sorrindo mostrando suas covinhas.
O carro breca de uma vez fazendo com que eu volte para realidade.
__Chegamos! - Samuel avisou tirando o cinto e descendo em seguida.
__ Obrigada. - Minhas bochechas esquentam.
__ Não foi nada, agora vamos descer, Samuel está um pouco impaciente. - Olhei pela janela e está com a mão na cintura andando de um lado para o outro. Reviro os olhos, se estava com pressa porque se ofereceu para me trazer?
___ Já estou segura. Agora pode ir, deve ter muitos assuntos pendentes sobre a organização do seu casamento. - Me olha levantando uma sobrancelha. Ele gira o corpo na minha direção e da passos precisos vindo para mim, me afasto e acabo me chocando com o carro.
___ Eu poderia convida-la para meu casamento. Mas não vou correr o risco dele ser destruído pelo furacão Marina. - Me olhou com as sobrancelhas levementes franzidas. Abri a boca chocada.
___ Não posso acreditar! Samuel? Menino é você mesmo?! Minha mãe sai na porta sorridente, pisca para mim se virando e sorrindo maroto.
__Tia vera! Que alegria poder revela depois de tantos Anos. - Abre os braços e a abraça calorosamente.
__Alegria digo eu, olha para você? Que homem forte e lindo que se tornou.
__Não vamos exagerar. Alex é bem mais bonito. -Riu gesticulando e todos param e me olham, Inclusive o Alex , abaixo a cabeça envergonhada chutando algo imaginário no chão.
___ Vamos entrar, fiz uns pastéis de carne moída, tenho certeza que vai amar. Infelizmente meu marido está dormindo, ele adoraria te ver.
__Também gostaria de vê-lo, sabe Tia, estou com um pouco de pressa hoje, fica para outra hora. - Ergo a cabeça sorrindo brilhantemente.
__Ah serío querido? É um dos seus pasteis favoritos.
__ Mãe, Samuel é um homem muito ocupado, não vamos atrapalha-lo está bem? Vou até ela a abraçando. Me viro em direção ao meu amigo __Alex se você quiser, depois faço um embrulho de pastéis especialmente para você está bem? - Falei carinhosamente.
__Serío? Eu amo os pastéis da tia, mas não seria muito incômodo Marina? Não quero te sobrecarregar.
__Magina! É um prazer.
__ Pensando bem, vou aceitar . - Giro meu pescoço na sua direção de uma vez o sentindo estralar.
__O que?
___Sabe, se Marina se preocupa tanto em preparar os pastéis para meu irmão, é porque devem estar realmente deliciosos.
___ Nãoo! Digo alto. __ Quero dizer são gostosos, mas não tanto. Alex pode te dar um para experimentar, não é Alex?
__É.. Claro que sim.
__Eu prefiro quentinhos e feitos na hora. Claro, se o convite da Tia vêra ainda estiver de pé. - Apoia o braço na porta.
__Claro que sim querido! Entre. Gesticula sorridente. - Solto uma lufada de Ar.. Ele entra logo atrás da minha mãe e Alex e eu ficamos por ultimo.
__Samuel, um homem maduro?
- olhei de relance para meu amigo.
__ Eu não sei porque, Samuel muda completamente perto de você. Ele deve gostar de te provocar..
Observei no canto da cozinha com a testa franzida, minha mãe colocar praticamente um banquete na mesa para o Samuel. Desde quando tínhamos tanta comida em casa? Ele agradeceu cordialmente sem graça, se bem que para alimentar um homem desse tamanho precisa de bastante comida. Pensou se ele resolve comer todos os dias aqui em casa? Marina o que está pensando. Porque Samuel viria todos os dias aqui. Ele vai se casar em breve.
__Marina! Não fica parada menina, me ajude a servir os rapazes. - Me da um cutucão e sorri abertamente.
__Claro Mamãe!
Corro para o corredor e vou no quartinho pegar o avental, prendi meu cabelo e retorno para cozinha. Vejo Alex sentado sorrindo docemente e fico alguns segundos apenas o admirando. Foco Marina!
Minha mãe estava prestes a pegar o prato para por o pastel para o Alex, e entro na frente pegando da sua mão.
__ Com licença mãe, eu faço isso. -Sorri e balança a cabeça.
___Quantos pasteis você vai querer meu Am..Amigo. - Pergunto atenciosa .
__Dois está bom. - Sorrio.
__Tão pouquinho? Você precisa comer direito Alex ou vai ficar doente. - O repreendo sería.
___Se ele não quer comer, sobra mais, não é mesmo tia vera? Samuel ri levando a mão e pegando o pastel como um leão faminto. - O fuzilo com olhar. Ele já tinha comido um e colocado o segundo no prato, quando leva a mão para pegar, o terceiro dou um tapa o impedindo.
__Tem mais gente para comer, aqui não é a casa da mãe joana! - Fechou sua expressão.
___Marina! Que maneiras são essas de tratar as visitas? Não foi essa a educação que te dei menina. - Abaixo os olhos.
__Tem razão Marina. Aqui não é a casa da mãe joana. - Ergo os olhos.
__Está vendo? Ele concorda comigo!
___ É a casa da mãe Vera. E onde cabe três, cabe mais dois, não é mesmo tia vera? Inquiriu carismático.
__Claro querido. Que bom que continua o mesmo garoto puro de sempre. - Passou a mão no seu rosto e reviro os olhos.
Começo a mastigar o pastel com raiva do outro lado da mesa, porém quando meu olhar se direcionava a Alex toda minha ira se evapora, então lembrava do Samuel e toda minha ira voltava. Levei a mão para pegar o ultimo pastel da bandeja, quando minha mão esbarrou com a dele. Fiquei olhando esperando ele ser um cavaleiro e dizer as mulheres primeiro.
___ Espera.. Marina não é seu olho que caiu ali? -Falou seriamente apontando com o queixo.
__ Onde? Cadê? Olho para trás da cadeira e escutei todo mundo rir. Depois me dou conta que fui enganada, Samuel está comendo meu pastel como uma fera selvagem, cruzei os braços irritada. Não acredito que cai nessa de novo.
___Incrível! Você ainda cai nisso depois de tantos anos. - Zomba e respiro fundo para não cometer um crime, afinal agredir uma pessoa é pecado. Ele termina a refeição e coloca o guardanapo na mesa.
__ Estou satisfeito! Tia vera, se me permite quero fazer uma oração para agradecer esse jantar maravilhoso que nos proporcionou. Quero pedir para Deus abençoar grandiosamente essa família, a tempos não tinha me divertido tanto, me sinto novamente revigorado. - Me olhou sorrindo.