Capítulo 3
- Vamos beber alguma coisa? Alessio me pergunta. Ela tem dois olhos lindos, verdes brilhantes.
“Com prazer!” Eu pisco.
Chegamos ao bar lotado e, depois de ficar na fila por pelo menos cinco minutos, pedimos dois drinques.
Uma vodca de menta para o garoto bonito ao meu lado e um uísque redbul para mim.
Já tomei três drinks desde que cheguei aqui, mas sendo domingo à noite pretendo me soltar e acima de tudo me divertir, antes de ter que enfrentar mais uma cansativa semana de aula.
Sei que vou me arrepender amanhã de manhã, mas agora não quero pensar em nada.
Eu deveria ter vindo ontem à noite, sendo sábado, mas minha mãe insistiu em passar uma noite com a família e eu não pude recusar.
Escusado será dizer que passamos uma noite muito chata jogando cartas e assistindo a filmes que só eles gostavam.
Gosto de dançar, de ir à discoteca, porque me sinto livre, os pensamentos saem da minha mente e posso finalmente deixar-me levar.
Alessio me oferece outra bebida e eu aceito de bom grado.
Grátis é melhor.
Uma hora depois estou fora de mim, desconectado da realidade e a sobriedade deixou meu corpo.
Eu esfrego o corpo de Alessio sem dignidade, que parece apreciá-lo.
O garoto de olhos verdes coloca as mãos em meus quadris, enquanto eu faço movimentos provavelmente embaraçosos, mas no momento eu não percebo e na verdade, não me importo nem um pouco.
-O lugar das bichas é noutro sítio!- grita-nos de repente um rapaz, acompanhado pelo riso do que suponho ser um amigo dele.
Apesar do meu estado, essas palavras não me deixam indiferente.
-O quê, com licença?- Me afasto de Alessio e alcanço o garoto derrapando.
-Você entendeu muito bem. viado.- Marque a última palavra com convicção.
Ouvir essa frase me faz explodir.
Sem pensar duas vezes, dou um soco na cara dele, e não sei como consigo acertá-lo de verdade, pois minha visão fica turva e sinto como se estivesse socando o ar. Meu gesto desencadeia uma luta iminente.
O garoto responde imediatamente, me dando um empurrão tão forte que me joga no chão. Se eu estivesse sóbrio, teria mais chances de contra-atacar e definitivamente não teria caído no chão como um idiota, mas não sendo eu mesmo, não consigo me defender como deveria.
"Mas você é o Mancini", ele aponta divertido. -Aquele babaca que o balconista pegou no primeiro colegial enquanto ele estava sendo chupado por um dos colegas.- ele comenta.
-Eu, por outro lado, não faço ideia de quem diabos você é, mas é estranho, já que esquecer uma cara de bunda como a sua não é tão difícil.- Eu o ofendi.
Estou prestes a me levantar quando o cara pula em cima de mim e começa a me bater.
“Deixe-o em paz!” ouço alguém gritar, talvez Alessio.
O macho alfa homofóbico está sendo arrancado do meu corpo. Sinto sangue saindo do meu nariz.
Alessio me ajuda a levantar. -Está bem?-
Minha visão está um pouco embaçada, aquele idiota provavelmente me deu um olho roxo.
-Acho que sim.-
-Vou te levar ao hospital.-
"Não!", apresso-me a dizer. -Eu estou indo para casa.-
-Vou te dar uma carona, você não tem condições de voltar sozinha.-
Não respondo, até porque no meu estado arriscaria me perder em algum lugar.
Saímos do clube e chegamos ao carro dele, ando mal, minha cabeça está girando e vejo em dobro. O menino me ajuda a levantar.
Demoro um pouco para formular uma frase concreta. Leva vários minutos para me lembrar onde moro.
Alessio me acompanha. Durante a viagem, graças a uma garrafa de água que tinha no carro e a uma sandes que ele gentilmente me ofereceu, quase me recuperei. Embora não exatamente.
"Bem, obrigado pela carona e pelo... sanduíche."
-Sem problema, sugiro que faça um curativo nessas feridas e se mudar de ideia, vá para o hospital.-
Eu concordo. -Eu só preciso dormir um pouco.- Admito entre bocejos.
-Se você me passar seu celular, eu te passo meu número.- ele propõe.
Penso em. Alessio é um cara legal e eu não vejo um membro masculino há meses que não seja meu, então eu entrego a ele meu celular e deixo ele discar seu número.
Quando chego à porta da frente, levo vários minutos para abri-la. Quando entro, encontro todas as luzes apagadas, só a da cozinha está acesa e espero sinceramente que não seja minha mãe, se ela me ver nesse estado vai enlouquecer. E eu realmente não quero ser repreendido.
Nesse momento ouço passos e felizmente não era minha mãe, mas sim Calvin, que arregalou os olhos ao ver meu estado.
"O que você fez?", ele me pergunta.
-Nada.- Tiro minha jaqueta e deixo no cabide.
-Não acredito.-
-Não é da sua conta, germe. -
Ele me dá as costas e volta para a cozinha, pensei que a conversa estava indo para algum lugar, mas me surpreendo ao vê-lo chegar com um lenço na mão.
Ele se aproxima de mim e eu me afasto, mas ele agarra meu queixo e me obriga a olhar para ele. Seu toque é firme, seus dedos são gelados.
"Eu posso dizer pela sua respiração que você andou bebendo", ele comenta, enquanto limpa o sangue que começou a escorrer do meu nariz novamente.
-Então? Quer me punir? - brinco.
-Quem fez isso para te colocar assim?-