Capítulo 4
***Eduarda Amorim
Estou pronta na recepção da escola, esperando o carro, que me levará até o Arthur. Comigo está a Sá, me fazendo companhia.
Não estou nervosa, e sim ansiosa.
Ansiosa para saber como ele é, se é falante ou calado, se vai gostar de mim ou não.
Será um primeiro contato, onde devo impressionar. Pus um vestido preto que é transpassado na frente e fechado com uma cordinha, estou de calcinha e sutiã rendado preto e um scarpan de salto da mesma cor. Prendi o cabelo num rabo de cavalo, como foi orientado por ele, esticando bem e deixando muito liso. Fiz uma maquiagem básica, pois Sá me disse que ele não gosta de maquiagem carregada. Pintei as unhas de vermelho, sob orientação dela, já que é a cor preferida dele.
Eu não consigo ficar sentada esperando, então eu me levanto e respiro fundo.
-Procuro Senhorita Eduarda.
Um rapaz grisalho, magro e alto, vestido de terno, chega na recepção já falando isso.
-Sou eu senhor.
-Por favor me chame de Beto. Menina Sabrina, como vc está?
-Bem Beto, que bom te rever. Cuida bem da minha amiga!
-Ela está em boas mãos.
-Sei que sim.
Ele olha para mim e diz:
-Vamos menina? O patrão não gosta de esperar.
Concordo com a cabeça, e dou um abraço na Sá.
-Boa sorte!
Ela murmura no meu ouvido.
-Obrigada!
Acompanho o Senhor até a porta do carro, e ele abre para mim. Eu me sento, e logo sinto um perfume maravilhoso masculino. Amadeirado, misturado com sândalo. Será que é o perfume do meu Dom? Se for, eu tô ferrada, pq já molhei a calcinha.
Ele põe uma música instrumental para tocar, e começa a dirigir. Meia hora depois, para em frente a um portão de grades com um brasão, com mais ou menos, uns três metros de altura. O portão abre, e o carro começa a entrar num jardim gigante, com uma fonte no meio do jardim. O carro vai por uma estrada até a porta, com uma escadaria de mais ou menos vinte degraus.
O motorista desce do carro, dá a volta e abre a porta para mim e eu saio.
O nervoso aumentou consideravelmente, é como se mil borboletas começassem a voar na minha barriga, ao mesmo tempo.
Maravilha, só falta eu passar mau!
Começo a tremer, sem conseguir controlar meu nervosismo.
Beto percebe, quando segura minha mãos frias e suadas.
-Tudo bem Senhorita?
Ele pergunta enrugando a testa.
-Sim, só um pouco nervosa.
-É compreensível, mais o patrão é uma pessoa muito boa, eu sinto que vocês vão se dar bem.
Eu suspiro e concordo.
-Obrigada pelo apoio.
-Precisa de ajuda para subir as escadas?
Vejo a escadaria e sinto minha perna vacilar.
-Preciso.
Ele concorda, fecha a porta e começa a me ajudar a subir com aquele salto imenso, e as pernas tremendo.
Se acalma Duda!
Quando chega na porta, uma Senhora já está lá com a porta aberta, esperando eu chegar. É uma senhora baixinha, com um terninho cinza, e um coque no cabelo.
Ela me olha e diz:
-Seja bem vinda querida. Não está se sentindo bem?
-Ela está um pouco nervosa Maria.
-Já estou me sentindo melhor. Obrigada Senhor Beto.
-De nada, e é só Beto.
Ele faz uma reverência e sai.
Maria sai de frente da porta, e pede para que eu a acompanhe.
Entramos numa sala enorme, com móveis coloniais e poltronas antigas, dignas de uma realeza, parece uma sala onde é servido o chá das cinco na Inglaterra. Seguimos por um corredor, passamos por várias portas e atravessamos uma porta de vidro, chegando numa sala mais moderna, com móveis escuros. Ela diz:
-Por favor, aguarde aqui que vou avisar que a Senhora chegou.
-Obrigada!
Me sento no sofá e dou graças a Deus que não desabei ainda, nem tropecei em nada.
Cinco minutos depois ele aparece, todo de preto. Com um suéter de gola rolê preto, calça jeans preta e sapato pretos. Com os cabelos bagunçados como se tivesse passado as mãos muitas vezes. Me levanto e abaixo meus olhos como uma boa submissa deve fazer, diante de um Dominador.
Eu olho para os pés dele , ele para em minha frente, me rodeia, acho que me observando. O cheiro dele é impressionante, um cheiro que mexe com meus sentidos.
-Sente-se Senhorita Eduarda.
E a voz? Rouca e potente ao mesmo tempo. Eu logo imagino esse homem gozando, deve ser uma loucura.
Foco Eduarda!
-Senhorita Eduarda, estimo muito seus olhos baixos e seu comportamento, mais você ainda não é minha submissa e preciso que você olhe nos meus olhos, enquanto conversamos. Pode fazer isso para mim?
Posso, posso tudo!!! O fogo que estava escondido dentro de mim, dá as caras com todas as suas nuances. É possível ficar molhada só com a voz de uma pessoa?
Eu levanto a cabeça e o olho. A fotografia não faz jus a ele. Aqueles olhos verdes, que parecem que vão tirar todas as verdades de mim, sem nenhum esforço.
Ele diz:
-Boa menina!
E sorri... Sorri... Devia ser pecado um homem desse ainda sorri, e ter esses dentes alinhados e branquinhos. Um dominador não tinha que ser sério o tempo todo?
Que raios esse homem estava sorrindo pra mim?
Respiro fundo e dou um sorriso sem abrir a boca.
-Está nervosa Senhorita Eduarda?
-Um pouco.
Minha voz sai baixa e rouca, perdi até a voz com esse homem.
-Por quê?
Eu olho para ele e suspiro novamente. O que falo Deus?
-Seja sincera Senhorita, eu vou saber se mentir.
Será que além de tudo, ele lê pensamentos?
-Estou com medo de te decepcionar.
Ele me olha , apoia os dois braços, nos braços da poltrona e cruza as pernas, não parando de me olhar um minuto se quer.
-Por quê???
-Porque o mestre , é meu primeiro. Tenho medo de não agradar.
-Primeiramente, me chame de Senhor, e depois se as coisas evoluírem "meu Senhor". Segundo, se eu te escolhi é porque vc me agradou, não é mesmo? E terceiro, sei de suas dificuldades por eu ser o primeiro. Então suas preocupações e inseguranças são infundáveis. Não quero minha menina se preocupando com coisas sem importância. Se isso acontecer novamente, será castigada. Entendeu?
-Sim Senhor.
-Minhas meninas não se preocupam com nada, a única preocupação que devem passar pelas suas cabeças é me agradar 24 horas por dia e sete dias por semana. Fui claro?
-Sim Senhor.
-Então, agora que esclarecemos as dúvidas que a deixavam suando e pálida. Vou te dar um tempo para se recompor, enquanto faço um telefonema. Quando voltar quero que vc esteja em seu equilíbrio Eduarda, e isso não e um pedido.
Sai da sala e me deixa sozinha, e só agora eu consigo respirar novamente.
Jesus...
Continua...