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me tornei confiante quando decidi que me divertir era muito mais importante que o medo de passar vergonha.
PILLAR LAZZARO
MEDIC SALUD | 04:38
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Após o estresse com Juan tomei banho para tirar a tensão dos meus ombros e quando finalizei fui até sala do pós-operatório dar uma olhadinha no Alejandro.
Próximo ao seu leito perdi a noção do tempo que fiquei pedindo a Deus para que, acorde bem e sem nenhuma sequela.
Aproveitei que esta sedado para segurar em sua mão e como não tem ninguém aqui acho que posso falar abertamente como sou apaixonada por ele.
— Mesmo que nunca fiquemos juntos, saiba que quero seu bem, asseio que acorde logo para voltar a andar por esses corredores todo elegante e bem cheiroso. — alisei seu rosto realizando meu desejo de sentir sua pele — Você é o motivo dos meus sonhos dormindo e acordada.
Passei uns trinta minutos contando em riqueza de detalhes como me apaixonei por ele e sorrir por declará meus sentimentos platônicos que jurei a mim mesmo nunca contaria a alguém.
Alisei sua sobrancelha grossa e de pertinho fiquei o imaginando de barba, já que vive com o rosto sem um pelo sequer e por estar começando a crescer deve ser daquelas bem preenchidas que deixam os homens bem atraentes.
Me dando conta que posso estar passando do limite com esses carinhos, olhei a minha volta e repousei minha mão em seu peito.
— Tenho que ir. Até amanhã! — me despedi e acaricie seu rosto mais uma vez antes de voltar para o dormitório.
Sentindo meus pés latejarem, apaguei a luz e me deitei disposta a tirar um cochilo de 30 minutos.
Mal fechei os olhos e me veio a fisionomia do homem que é o responsável pelos meus sonhos mais intensos, entubado e totalmente indefeso em um leito.
— Faltam 4 meses para acabar minha residência e hoje tive que operar o meu mentor, sei que fiz tudo corretamente e se caso houver sequelas será devido ao acidente, disso tenho certeza.
Alejandro confiava em mim para operar casos bem semelhantes ao dele sozinha tendo 100% de recuperação me deixando cada vez mais confiante nesse último ano e foram poucas às vezes que ele esteve comigo em uma sala cirúrgica e as que estava foi somente observando.
— Com ele não diferirá, vai ter uma boa recuperação, sei que sim. — angustiada, me encolhi na cama.
Tentei dormir a todo custo e não consegui, por estar imaginando como será para ele descobrir que a esposa faleceu.
— Acredito que era muito apaixonado por ela, já que não olhava para nenhuma mulher com malícia e quando se tratava de assuntos pessoais como viagens ou relacionamentos, a conversa sempre girava em torno de Damires.
Os sete anos de residência passaram na minha cabeça como um filme e me senti péssima por deixar que esse sentimento platônico se enraizasse dessa forma.
— Só não entendo como o destino brincou comigo desse jeito! Tentei me envolver com outros homens, mas nunca ia para frente — choraminguei — a verdade é que sou loucamente apaixonada por Alejandro e ele sequer me enxerga como mulher.
Sequei uma lágrima devido minha melancolia me deixar tão frustrada.
— Seria tão fácil se me olhasse e falasse; Pillar eu te amo, te desejo e quero me casar contigo!
Comecei a rir por deixar minha imaginação fértil criar suposições que nunca irão acontecer!
Mesmo aos 39, Alejandro é elegante, cheiroso e exala confiança por onde passa. Seus cabelos atualmente estão mais grisalhos, o que lhe dá uma beleza mais madura. Seu sorriso sincero, digo, o largo que dar sempre que Manu faz alguma piada envolvendo a virilidade dele, esse sim é magnífico, porque estreita os olhos, deixando sua expressão facial tão perfeita que até um cego se apaixonaria.
Ou aquela cara de desdém com sua sobrancelha esquerda bem arqueada, que direciona ao Pedro toda vez que diz que é imune ao amor.
Só de pensar, partes do meu corpo se umedecem de um jeito que chega ser constrangedor ficar tão excitada por um homem que nunca me olhou como mulher! Para Alejandro Matteralla serei sempre Pillar, sua melhor residente em anos!
— Nunca fui fã de homens mais velhos, mas curiosamente quando bati os olhos nele, simplesmente me apaixonei. — cobrir minha cabeça com travesseiro de modo a afastar esses pensamentos — Chega! Tenho que seguir em frente, porque mesmo viúvo, nas sercustancia que tudo aconteceu, tenho certeza que fica um bom tempo sozinho e quando resolver se envolver com alguém será com uma mulher da sua idade já que temos 12 anos de diferença.
Respire fundo me achar louca, por não seguir adiante e ter me evolvido com outra pessoa. Fechei os olhos e me concentrei em pegar no sono.
Às oite decidi me levantar, Como não consegui dormir comecei a arrumar minhas coisas para ir para casa. Troquei de roupa e ao sair fui surpreendida por Manu encostado na parede com os ombros caídos e cabeça baixa. Quando nossos olhos se conectaram constatei que os deles, estão bem vermelhos.
— Manu… — ele se aproximou —, pensarmos positivo. A princípio Alejandro ficará bem, calma, esperaremos para ver como será seu pós-operatório.
Pedi, sabendo que por serem amigos de longa data esteja com medo que algo aconteça com o amigo.
— É o nosso pai! — senti um frio na espinha com essa menção — Ele…
Por sua fisionomia é notavel não ser uma boa notícia.
— Ele passou mal novamente? — negou com a cabeça antes de levar as mãos aos olhos e um pressentimento ruim me atingiu — O que aconteceu?
— Não sei ao certo, mas pelos relatos da nossa mãe, acredito que foi infarto fulminante…
— Está tentando me dizer, que o nosso pai… — a pequena palavra engasgou em minha garganta e ele concordou — mentira, não é possível.
— Não tenho porque mentir! — minhas lágrimas rolaram e deixei que o choro me consumisse.
— O que fará? — questionei pensando na melhor forma de irmos juntos para Marbella — Meu plantão acabou, tenho que ir em casa pegar a Fifi e deixar com a Tiane, se puder me esperar!
— Vou na frente, nossa mãe precisa de apoio. Só fiquei, porque a pessoa que poderia lhe dar essa notícia acabou de sair dessa sala em cima de uma maca.
— Vou em seguida, chegou ao anoitecer, no mais tardar amanhã pela manhã, pois vou de carro, como seguirá para lá. —
— Vou no helicóptero do Salus, ele já está à minha espera. — fiquei de acordo — Não demore a chegar tentarei agilizar tudo para o enterro.
— Tudo bem! Só não levo a Fifi, porque a viagem é longa. — abraçados fomos para a saida — Diga a mamãe que logo chegarei.
— Não demora! — acenei em positivo — até mais tarde.
Ele seguiu para o elevador de modo a ir para o heliponto. quando sumiu de vistas fui atrás da Tiane.
Entrei no dormitório dos enfermeiros e ela estava trocando de roupa.
— O que aconteceu? — ainda vestindo a calça veio até mim quase caindo — não me diga que ele não resistiu?
— Alejandro está no pós-operatório e por hora se encontra fora de perigo, meu choro é por outro motivo. — ganhei um abraço forte — fica com a Fifi pra mim, tenho que ir para Marbella.
— Sua mãe está bem? — disse que sim me agarrando a ela para chorar — Oh, Pillar… seu pai passou mal novamente?
— Ele se foi, meu pai… — ela me apertou em seus braços — tenho que ir pra casa, como vou de carro, poderia ficar com ela pra mim?
— Claro, amo aquela cachorra, já está indo? — disse que sim — vou contigo, me dá as chaves que vou dirigindo.
Lhe entreguei sem nenhuma resistência, na saída deixei as orientações para o Sebastian e pedi que me mantivesse informada do estado clínico do Alejandro.
Após a confirmação fomos para o estacionamento.
— Nem sei como consolar sua dor, mas chorar é a única coisa que alivia.
— Também penso dessa forma.
Por estar muito cansada pegamos Fifi em minha casa e fui para a dela dormir um pouco antes de pegar 5h de estrada.