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Continua Capítulo Um

Parte 4...

O barulho da festa e das pessoas foi diminuindo, ficando para trás à medida que ela se aproximava da área. Estava tudo bem iluminado e logo pôde ver Apolo sentado em um dos bancos de concreto, olhando na direção da piscina que ficava do outro lado.

Respirou fundo, repetindo em sua mente para continuar ou seus pés iriam traí-la e voltaria dali mesmo. Ajudava pensar nas palavras das duas sobre ele gostar muito dela.

Ela seria corajosa, não iria arriscar que ele acabasse viajando e ficando com outra antes de saber sua verdade.

Foi se aproximando devagar. O chafariz estava ligado e ainda assim ele ouviu seus passos e se virou. Seu coração bateu forte. Abriu um sorriso e parou em frente a ele.

— Oi, Apolo. Posso ficar aqui com você?

— Melhor não, Phoebe, não estou bem para conversar - disse sério — Volte para a festa.

— Eu posso ficar e te fazer companhia - sentou ao lado dele.

Devido à bebida, ela se sentia mais solta e sentou com as pernas tocando as dele de propósito.

— Phoebe... Porque tão perto? - franziu o cenho — Me parece bem animadinha - notou seu sorriso sem sentido — Você bebeu?

— Só um pouquinho - fez um gesto espremendo os dedos e rindo — As meninas me deram, mas foi só um pouco.

Ele olhou feio para ela. Da forma como falava não parecia ter sido só um pouquinho como dizia. Balançou a cabeça decepcionado.

— Não deveria ter bebido - se afastou — Nunca bebeu antes e mesmo um pouco para você se torna muito. Não deveria ter aceitado e nem elas deveriam ter lhe dado. Você é menor de idade.

—Ah, eu sei - torceu a boca — Mas não faz mal, é uma festa de amigos. E na sua casa. Tudo bem.

— Tudo bem, nada. Você errou.

Ela se encolheu um pouco. Esse modo sério dele falar a deixou um pouco intimidada.

Mas, não podia recuar agora.

“Ele pensa que você é uma menina. Prove que está errado”.

“Seja corajosa, mostre que já é uma mulher”.

“Faça qualquer coisa”.

Sua mente ficava repetindo isso sem parar, quase como um mantra, para não desistir e sair correndo dali.

— Não precisa exagerar - colocou a mão em sua perna — E estamos festejando, não é mesmo?

— Phoebe - retirou sua mão — Volte para dentro agora.

Ela não quis desistir. Voltou a colocar a mão em sua coxa e deitou a cabeça em seu ombro.

— Apolo, eu quero ficar aqui com você.

Ele suspirou alto.

— É melhor me deixar sozinho.

— Está chateado com alguma coisa?

— São problemas de adultos, nada a ver com você.

Ele falou de um modo irônico que soou como um desafio aos seus ouvidos. Lembrou das palavras de Yane.

“Prove a ele”.

Sim. Ela teria que provar que não era uma menina como ele achava que fosse. E iria provar isso.

Se encheu de coragem e se ajeitou. Virou o corpo de frente para ele, segurou seu rosto e o trouxe para perto de si, elevando a boca até ele e unindo os lábios.

O pegou de surpresa.

Apolo suspirou e fechou os olhos, se deixando beijar, mas não retribuiu como ela esperava. Ele se espantou com o comportamento ousado dela. Jamais tivera uma atitude dessa antes.

— O que está fazendo, Phoebe? - separou o rosto e segurou seus braços — Ficou louca?

— Eu... Eu... - gaguejou nervosa — Eu sou louca por você, Apolo. Sempre fui - revelou.

Ele levantou rápido a olhando estranho, surpreso. Ela umedeceu os lábios e levantou, ficando de frente para ele. Seus olhos grudados em seu rosto bonito e confuso.

Ela ergueu as mãos e agarrou seu rosto de novo, puxando sua cabeça para cima e lhe deu outro beijo, forçando sua boca a se abrir, mas ele não correspondeu.

Apolo se esquivou de seu beijo e segurou seu pulso.

— Você é só uma menina tonta - disse com raiva — Está ousada e cheia de si por causa do álcool. Não deveria ter bebido.

— Eu não sou menina - cambaleou para a frente e se apoiou nele — Sei o que estou fazendo.

— Não sabe nada. Vou levar você para os seus pais.

— Não! - falou alto — Eu posso até estar um pouco alta, mas não sou menina - repetiu.

Sentiu uma pontada na testa na lateral e apertou os olhos, ficando tonta. Teria caído se ele não a segurasse, abraçando-a.

— Meu Deus, você está muito bêbada, Phoebe - a segurou com força e a ajudou a sentar de novo — Não está bem - passou o braço por seus ombros e segurou seu queixo — Respire fundo e devagar.

Ela fez o que ele disse. Sua cabeça girava e sentiu vontade de vomitar. Deitou a cabeça em seu ombro e fechou os olhos.

— Você está fora de seu normal - alisou sua bochecha — E não deveria ter vindo aqui. Não deveria ter se jogado pra cima de mim.

— E por que não? - murmurou com os olhos marejados.

— Porque isso não é certo - respondeu sério.

— Mas eu gosto muito de você, Apolo - falou baixo o encarando — Eu sempre gostei de você... - tocou seu queixo com a ponta do dedo indicador — Eu quero te beijar, sentir seu gosto...

Em um rompante de coragem ela se jogou em cima dele, passando os braços por seu pescoço de novo e forçando outro beijo. Ele não se mexeu, não abriu a boca. Parecia feito de gelo.

Ela abriu os olhos, decepcionada.

— Eu te amo! - tentou novamente em desespero.

Ele franziu a testa. Estava confuso com essa Phoebe e com sua ousadia repentina. Ficou contrariado por seu comportamento.

— Phoebe - falou rude — Que diabos deu em você? - ele ficou rígido e puxou seus braços a afastando — Você é especial para mim, sempre gostei de sua companhia, de sua amizade - passou os dedos pelo cabelo — Mas você está passando dos limites - levantou.

— Eu...

Ela queria falar, mas sua postura era dura. Ficou com medo.

— Sempre foi adorável, uma boa amiga... Mas eu não posso brincar de casinha com você. Tenho algumas obrigações que me impedem de perder meu tempo com uma criança.

Não foi bem o que ela esperava ouvir quando o seguiu.

— Não quero ser sua amiga ou brincar com você - respirou fundo duas vezes — Quero me casar com você - soltou seu desejo.

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