Capitulo 5
Leon
Chego à fábrica e logo sinto o aroma de chocolate vindo em minha direção. Gemo de prazer. Amo chocolate. Nossa, e ele usado no meu pau fica perfeito!
Entro no elevador e logo ouço um grito pedindo para segurar a porta. Como todo-cavalheiro que eu sou, seguro-a. Logo vem, praticamente descabelada, a minha secretária.
— Oh, não acredito que é você — brinco.
— Quem você achava que era? A Branca de Neve? — ela ironiza.
— Nossa, o que deu em você? — eu tenho que a tratar bem, senão é bem capaz de ela colocar veneno no meu café.
— Mal dormi — ela resmunga.
— Bom, isso dá para ver na sua cara — brinco, e recebo um olhar mortal. Fico em silêncio.
— Não começa, Leon!
— Você não quer me contar por que não dormiu?
— Minha irmã teve pesadelos novamente — ela dá de ombros, como se fosse normal.
— Nossa, ela deve ter passado por algo bem pesado mesmo!
— Sim, as coisas para ela não foram fáceis.
— Sua irmã deve ter assistido a algum filme de terror — brinco, querendo aliviar o clima, que de repente ficou tenso.
— Quem dera! — ela diz, triste.
— Você não quer me contar?
Quando ela ia responder, as portas do elevador se abrem, e deixo a Vanessa sair primeiro. Ela segue para a copa, e vou também.
Vanessa está muito quieta, e eu não quero forçá-la. E ali fico, observando-a fazer o café. Logo a máquina libera um aroma delicioso.
— Eu quero café, Vane — peço, e ela toma um susto.
— Meu Deus, homem, não me assuste assim, não! — ela diz, brava, colocando a mão no coração.
— Desculpa, mas você está muito calada.
— Me desculpa, eu estava perdida em meus pensamentos.
— Fica tranquila.
Ela agradece e logo está me servindo uma caneca de café. Do nada, diz:
— Leon, minha irmã vai vir aqui hoje.
— Sem problema — concordo com tudo, não quero a minha secretária chateada mesmo não sendo eu o culpado. Porque ela zangada ou chateada é uma coisa do demônio.
— Que bom! — ela abre um sorriso, e fico aliviado que agora ela está mais tranquila.
— E aí, pronta para o Natal?
— Sim, em casa vai ser como todo ano, só que agora meu namorado vai passar com a gente.
— Vane, posso te fazer uma pergunta? — questiono, meio receoso.
— Ah, é claro.
— Por que você nunca fala dos seus pais?
— Bom, não sou mesmo de comentar, meus pais morreram alguns anos atrás em um acidente de avião, e ficamos a minha irmã e eu.
— Nossa, eu não sabia — respondo, meio sem graça.
— Fique tranquilo, aconteceu há alguns anos já.
— Bom, vamos mudar de assunto, que hoje vou dar uma volta para ver como andam os chocolates. Você vem comigo?
— Não, obrigada, já fiquei muito de papo-furado, e meu chefe, quando aparecer, vai me dar a maior bronca — ela brinca, piscando o olho.
— Ah, ele é de boa! — respondo à brincadeira, e ela ri.
Vou para a minha sala. Hoje é o dia de fazer verificação na fábrica, e para deixar uma boa aparência acabei vestindo um terno, sem gravata. Não estou a fim de morrer cozido, aliás, não vejo a hora de tudo acabar e ir para casa, o dia mal começou e já estou cansado.
Quando estou saindo para ir fazer a vistoria pela fábrica, o meu celular toca. Atendo sem nem ver quem era.
— Alô?
— Oi, meu amor, estou morrendo de saudades de você! — ouço a voz melosa da Laura.
— O que você quer, Laura? — me arrependo de ter atendido à ligação e tiro o celular do ouvido. Olho para o número de chamada ativo e percebo que era restrito. Oh, merda.
— Você não veio mais me ver! — ela se queixa.
— Laura, a gente terminou.
— Meu amor, você deve estar enganado, nós apenas tivemos uma pequena discussão.
— Laura, você enlouqueceu?
— É claro que não!
— Pois para mim parece que sim!
— Leon, como você pode falar assim com a mãe do seu filho? — ela diz, agora com voz de choro.
— Que filho? Você não está grávida porra nenhuma! — grito, perdendo a paciência.
— É claro que estou!
— Laura, você precisa se tratar, é sério!
— Escuta o que vou te falar, se eu descobrir que você está me traindo, vou acabar com a sua raça — a puta louca desliga na minha cara, e jogo o celular em cima da mesa. Percebo que a Vanessa está parada na porta do escritório.
— Problemas? Eu sei que está estressado, mas precisa fazer a verificação na fábrica.
— Obrigado, Vane!
E assim foi o meu dia, que começou um desastre, resolvendo pepinos. As horas passaram tão rápido, que quando volto para a minha sala encontro uma bela jovem ruiva, e meu pau resolve dar sinal de vida — e eu pensando que ele não iria mais ficar ereto depois das loucuras da Laura. Acho que me enganei.
Ela estava conversando com a minha secretária, e fico imaginando quem seria aquela mulher. É quando a Vanessa me vê e diz:
— Leon, venha conhecer a minha irmã!
A sua irmã se vira, e naquele momento eu soube que estava encrencado: acabei de me apaixonar pela irmã da Vane, e de uma coisa eu já tenho certeza: ela logo será minha!