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Capítulo 9

Creme

- Merda! — Continuo chutando o banco do lado de fora do prédio enquanto Luca, Matt e Justin me olham com um misto de diversão e tristeza.

—Pare de chutar aquele pobre banco, ele não fez nada com você. — Matt me diz rindo.

- Eu tenho que matá-lo, se eu ver ele perto dela de novo eu mato ele. — Estou saindo para dar um tapa naquele menino que quase a beijou, então me viro para os meninos e torço o nariz, passando as costas da mão nele. —Ele não deveria tocá-la, eu não deveria me aproximar dela. -

Encontro o olhar de Matt, sabendo que ele sabe que não vai tirar Fex de mim.

—Isso não vai tirar Fex de você, Nata. Você sabe como é, nós sabemos, esqueça. —Minha melhor amiga olha para mim, colocando a mão em meu ombro. Prendo a respiração por um momento, lembrando-me de que eles não sabem o que aconteceu entre nós.

— É isso — Justin. —Mas o que essa frase significava? Conheces? -

Matt assente. —Éramos muito próximos, mas vamos deixar a conversa de lado. -

Luca me olha de forma estranha e estreita os olhos, acende um cigarro e vem em minha direção. —Então você também tem seus esqueletos no armário.. —

- Não é o que você está pensando. — respondo acidamente, tentando tirar da cabeça as noites com Adrian e Savannah.

— Ah, mas não estou pensando em nada... — murmura o garoto, coçando a nuca.

—Por que você discutiu? — Justin pergunta, entrando e colocando as mãos nos bolsos enquanto olha para nós.

Balanço a cabeça e passo as mãos pelo rosto. — Longa história, Jay, longa demais. -

Eu bufo teatralmente e deito no banco, batendo nele e xingando de dor. Uma dor aguda percorre minha mão: sinto-a até o cotovelo, e isso me faz fechar os olhos rapidamente e inspirar profundamente. - Merda! - Gritar.

Os meninos começaram a rir, e provavelmente é porque nunca me viram com tanta raiva. Meu problema, porém, é que perco facilmente o controle se não consigo mais controlar minha raiva e faço coisas estúpidas.

—Do que vocês três idiotas estão rindo? Eu estava prestes a beijá-la! Antes de mim! Você entendeu? Aos meus malditos olhos, sua puta suja! E o que eu fiz? Nada! Admirei a cena como se fosse uma porra de um espetáculo de teatro, só faltava a pipoca. — ele soltou, erguendo os braços no ar.

—Você é uma fotocópia do Fex para homens? — Luca me pergunta, inclinando a cabeça para o lado.

- Que queres dizer? -

— Bom, ela também culpa a si mesma e às pessoas que ama pelas coisas que acontecem. Deus os cria e depois os reúne, que diabos! Você não pode ter uma visão perfeita do que está acontecendo ao redor da sua namorada, mesmo que você quisesse, você não pode mantê-la sob um sino de vidro, Fex de qualquer maneira! Não se preocupe, ele te ama como antes! — O melhor amigo da minha namorada me explica enquanto acende um cigarro e me entrega um.

Passo a mão pelo cabelo em frustração e chuto o banco novamente, depois me levanto novamente e começo a andar de um lado para o outro como um louco, tentando liberar a tensão. —Eu sei, merda, eu sei! -

Acendo o cigarro e balanço a cabeça, exasperado, a raiva tomando conta de mim.

—Você vai parar de chutar o banco? Você vai acabar quebrando o pé se não parar agora, olha a sua mão, seu idiota! — Matt me dá uma xícara. Abro e fecho a mão sentindo dor toda vez que faço isso. Inchou, mas o bom é que eu mexo e não quebra como quando dei um soco na parede quando meu pai morreu. Senti tanta raiva que me fez sentir impotente, inútil, e tive que desabafar. Fiquei com raiva de mim mesmo e por não conseguir me bater, bati na parede e quebrei a mão.

—Não se atreva a me tocar! — Eles o empurram e ele recua. Matt sabe que não me controlo quando fico com raiva, mas ainda assim, ele fica ao meu lado mesmo nessas condições, para me acalmar. Lembro que ele se deixou bater uma vez, só para evitar que eu me machucasse.

— Porque se não, o que você faria? — me provoca de propósito.

- Quer ver? —pergunto, levantando uma sobrancelha.

- Me desculpe, eu te digo do fundo do coração, vocês são dois idiotas. - diz Justin apontando para nós e rindo.

—O chefe falou sobre a situação! —Luca diz a ele.

Todos nós começamos a rir e até ouvimos três risadas cristalinas vindas da entrada do campus.

- Olá MacGyver! — Fex grita enquanto dá um passo à frente e sorri.

Seus cabelos ondulados caem sobre os ombros e sua franja está presa em um coque desfeito que lhe dá aquele toque rebelde. Ela é tão linda quanto o sol.

Quando ela chega na minha frente, joga a bolsa no chão e sai correndo, pulando em meus braços como um coala. Agora entendo porque Luca a chama assim. Ele envolve seus braços e pernas em volta do meu corpo e enfia a cabeça na curva do meu pescoço. Meu coração bate mais forte de surpresa com essa demonstração de carinho e eu a abraço com força.

— Ah, meu Deus, MacGyver não, já que ele repudia a violência e você é violento. — Meu primo intervém, rindo — Imagine que uma vez, no ensino médio, ele quebrou uma garrafa na cabeça de um menino porque estava zombando de mim. —Paige intervém, também na minha frente.

Minha prima sempre foi uma menina bastante tímida, às vezes até tem dificuldade de falar coisas para mim que a conheço desde que nasceu, mas quando está com o Fex e a Delina ela fica igual a eles.

Uma risada cristalina chega aos meus ouvidos e Fex se vira para me olhar sorrindo. —Eu também teria feito isso, na verdade eu o teria desfigurado fazendo sua cabeça raspar no asfalto. - ele diz com confiança.

Senhores, aqui está a garota que amamos.

Sim, mas fique calmo.

Eu pularia nela agora mesmo.

Meu Deus, você está doente, absurdamente doente.

A garota se aproxima ainda mais de mim até ficar a um milímetro dos meus lábios e sorri, deixando um beijo no canto da minha boca, enquanto arrepios de prazer percorrem minha espinha.

"Sinto muito", eu sussurro, procurando-a com os olhos.

- E de que? —Ele pergunta franzindo a testa.

“Por não ter protegido você,” ele suspirou desanimado e abaixou a cabeça.

—Você não poderia. - ele diz secamente.

Ela está zangada?

- Você está com raiva? -

—Por que Nata deveria? — Ele coloca as mãos na cintura e me olha atentamente com uma certa expressão que não consigo decifrar.

— Porque sou um péssimo namorado. -

Naquele momento sua expressão fica dura e seus olhos se estreitam e ele se aproxima de mim, me dando um aperto firme.

- Oh! Você está louco? -

—É por isso que você acabou de dizer! -

Ele vem e me dá outro. —Mas isso é porque você disse isso duas vezes. -

— Na verdade mais de dois — Matt diz sobre a cena, rindo.

Fex rapidamente se vira para ele e depois para mim.

—Você pode me explicar por que pensa isso agora? -

— Bom porque... Sim, aquele canalha estava prestes a te beijar e eu não fiz nada, fiquei lá observando. -

Ela torce o nariz com o que eu disse e acho que ela a vê estremecer por um momento enquanto seus olhos escurecem com a lembrança de meia hora atrás. — Você não pôde fazer nada e não poderá fazer. - Ele suspira.

—O que você quer dizer com Céu? —pergunta Justino.

Ela não fala, ela olha para a planta dos pés e seu olhar vai de mim para Paige, depois de volta para mim, depois de volta para a ponta dos sapatos. Luca se aproxima dela e coloca a mão em seu ombro.

- Nesse tempo? A quem se refere o que você diz? -

Ele morde o lábio e olha para todos nós, um por um, batendo o pé nervosamente no chão.

Delina cutuca Paige já que Fex não está falando, então depois de respirar fundo ela fala — Fex e eu descobrimos que o garoto de cabelos cacheados está na nossa turma.. —

- QUE? - gritaram as crianças em uníssono.

Fex revira os olhos e torce o nariz como faz quando está chateada.

— Você muda de classe! - digo apontando para ela com o dedo.

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