Capitulo 4
Eduardo
Desde o primeiro momento que vi aquela ruivinha com cara de anjinho, meu mundo acabou. Aquela menina mexeu comigo demais e vê-la daquele jeito, como se nada a abalasse, me fez ver que o que eu tinha vivido até hoje não se compara ao sentimento que estou começando a sentir por ela. Sei que é errado, já devia ter pensado nisso direto, como eu gostaria de não ter esse sentimento. Mas a minha vontade era de ir até a mesa dela, a puxar para mim e fazer com que ela sentisse a mesma coisa que eu estava sentindo.
Porém, acabei sendo grosso com Melissa, sendo que ela não estava prestando atenção em mim. Mas ver que estava com aquele lápis nos lábios, passando para lá e para cá, mordendo, me deixou louco. Vai, Eduardo, confessa que puxar ela para beijar aquela boca que estava te tentando desde o momento que ela chegou.
Contudo, eu tive que me controlar e acabei sendo estúpido com ela. Mas o que mais me surpreendeu foi a força daquele olhar, que me enfeitiçou, o brilho de raiva ao ver que eu tinha chamado sua atenção fez com que eu ficasse com uma puta ereção enquanto eu estava tentando disfarçar.
Quando eu ia fazer mais um comentário, o sinal bateu e a vi pegar suas coisas e ir direto para o intervalo. Os demais alunos foram saindo e comecei a arrumar minhas coisas. Um pensamento não deixando a minha mente: será que sou pedófilo? Um pervertido por estar gostando de uma menina que tem idade para ser minha filha? Só que eu nunca desejei nenhuma outra mulher como eu desejo aquele anjo ruivo.
Saio da sala conversando com alguns alunos e claro que algumas meninas ficam me encarando como se fossem me comer. mas eu não demonstro nenhuma reação, tudo por causa de Melissa. Minha Mel. Os alunos seguem para o pátio e vou em direção à sala dos professores. Muitos professores já estão aqui e percebo os olhares de algumas professoras assim que entro. Olhares não, elas só faltam pular no meu pescoço. Veja bem, eu sei que não sou feio, mas, poxa, as mulheres têm que se concentrar em se policiar e não se atirar no primeiro homem que passa por elas.
Vou até um armário que verifico já estar com meu nome e guardo as minhas coisas. Aproveito para sair e respirar um pouco. Sinto-me sufocado pelos olhares. Claro que tem outros professores no recinto, mas alguns estão ocupados com as próprias coisas e outros dando em cima das professoras. Elas devem estar me achar que eu sou gay.
Mas não quero ser prejudicado mais do que vou ser porque meus pensamentos estão, numa certa ruiva que me deixa doido de tesão. Vou caminhando pelo corredor e observo que as salas de aulas e a própria escola é muito bem decorada. A escola, em si, é decorada com trabalhos dos alunos, tem todo tipo de trabalho: em livros, artesanato etc. Sinto meu celular tocar e quando olho no visor está marcando o nome da minha mãe. Ao atender, sempre penso em como ela deve estar sorrindo.
— Oi, mãe.
— Oi, meu filho. Atrapalho?
— Claro que não, mãe. Nesse momento estamos na hora do intervalo.
— Já conheceu alguma moça, meu filho?
Começou!
— Mãe, eu já conheci. — Solto, sem perceber.
— Me conta, meu filho, gostou de alguma? — Minha mãe é muito curiosa e me xingo em pensamento por ter falado algo. Não posso dizer para ela que eu estou encantado por uma aluna. E as paredes têm ouvido, como diz o velho ditado.
— Mãe, eu não posso comentar isso agora.
— Mas por que, Edu?
— Mãe, eu não posso — respondo frustrado. Eu gostaria de poder contar a ela.
— Tudo bem, então. Me diz uma coisa: ela é linda? — questiona, empolgada.
— Linda é pouco, mãe. Ela é um anjo — comento sem pestanejar e sem perceber de como falei em tom apaixonado.
— Não acredito — minha mãe grita e tiro o celular do ouvido.
— O que foi, mãe? — Coloco o celular novamente no ouvido e pergunto, preocupado.
— Você está apaixonado — afirma, me deixando surpreso. Será que eu estou mesmo apaixonado? Ela mexe comigo, mas apaixonado é forte demais.
— Mãe, claro que não. Eu só estou mexido por ela — respondo sem saber direito o que estou dizendo.
— Edu, meu filho, você pensa que está engando quem, hein?
— Mãe, a senhora está querendo que eu me case logo. É isso. É somente coisa da sua cabeça.
— Filho, claro que sim. Outra coisa, eu tenho certeza de que ela vai te fazer muito feliz.
— Como assim, mãe? Eu sei que a senhora gosta dessas coisas sobrenaturais. - —comento, tirando uma com a cara dela.
— Meu filho, eu gosto sim de ler tarô. Você sabe que eu gosto de jogar de vez em quando — responde. Eu é que sei. Ela vive tirando para todo mundo as cartas e, por incrível que pareça, e olha que eu mesmo não acredito nessas coisas, dá sempre certo.
— Mãe, depois a gente se fala — digo ao ver meu anjo passar com a amiga dela. Como é mesmo nome? Acho que é Gabi. Não dou tempo nem de a minha mãe responder e desligo a chamada. Aproveito e observo como ela é linda, dando risada do que a amiga dela está falando.
Várias vezes pego os moleques olhando para ela e isso me deixa doido de ciúme. Eu sei que não tenho esse direito, mas fazer o que se essa menina mexe comigo. Vou indo em direção à mesa delas e eu sei que eu não deveria ir até lá, mas eu tenho esse direito... quero dizer, mais ou menos eu tenho.