Capítulo 2 Cinco Anos Depois.

Cinco anos depois.

Na Zona Leste da Bela Costa, estava acontecendo um desfile de moda particular em uma galeria.

Estavam todos ocupados nas preparações nos bastidores. A estrela da noite, Andreia, estava concentrada em verificar detalhadamente cada modelo que estava prestes a subir nos palcos.

- Mena, vem aqui ver para mim se esta combinação tem algum problema? - de repente, alguém chamou por ela.

- Estou indo - respondeu ela indo em sua direção.

Mena era o nome profissional que Andreia usava na área fashion.

Em cinco anos, ela se tornou uma bela designer de moda profissional, formada por faculdades famosas, mas ela era muito humilde lidando com essa fama, sem nunca revelar sua identidade em público.

O desfile desta vez era um túnel do tempo de seu portifólio dos últimos três anos, apresentando trajes que eram mais representativas quanto às suas obras.

Ela podia ver dos bastidores tudo que acontecia lá na frente.

Mesmo vendo que o público era escasso, Andreia sorriu de satisfação. O desfile em questão não era para o público, pois todos presentes eram seus fãs mais fiéis.

Porém...

Em meio à mutirão, Andreia reconheceu um rosto familiar.

Judite, o que ela está fazendo aqui?

Mesmos que tenha ficado um pouco surpresa, Andreia não deu muita importância a isso. Vendo que o desfile estava chegando ao fim, ela foi tranquilamente ao banheiro.

Em um desfile normal, o designer responsável sairia e cumprimentaria os espectadores com palavras de agradecimento. Mas esse desfile já estava chegando ao fim, e o designer ainda não aparecera com agradecimentos.

Judite, que se sentava em meio aos espectadores em questão, ficou impaciente, e abaixou a cabeça para perguntar a sua ajudante que estava sentada ao seu lado:

- Você tem certeza de que suas informações estão certas? Ela realmente vai vir?

- Eu tenho certeza, esse é um desfile particular de Mena, e ela já voltou para o país, então com certeza vai aparecer - respondeu a ajudante.

Mesmo que tenha dito com certeza, ela não estava tão segura por dentro. Andreia era uma pessoa discreta, nunca apareceu publicamente, conseguir as informações de que ela voltou para o país já foi de grande esforço dela.

Porém, despois do desfile ter acabado e os espectadores terem saído, Mena ainda não tinha aparecido.

Diante de um resultado desses, a cara de Judite chegou a ficar arroxeada de raiva.

Hoje em dia, Judite já era a pessoa mais famosa no mundo fashion, mas seu talento vivia sendo alvo de discussões, pois ela tinha ganhado o primeiro lugar naquele ano da competição com apoio da família D’Angelo.

Mesmo que ela tenha atrás de si o nome dos D’Angelo, suas obras continuavam sendo questionadas por todos.

Desde que ela se encantou pelas obras (não muito famosas) de Mena três anos atrás, Judite entrou no caminho torto de cópias e réplicas, e desde então, a opinião pública sobre ela no mundo fashion se tornou diferente.

Depois que ela soube da volta de Mena, Judite já estava com pressa de achar e contratar essa mulher para trabalhar em prol dela, porque ficar sempre copiando dos outros não era uma coisa muito inteligente de se fazer.

Mas ela não imaginava que essa Mena fosse tão discreta a ponto de não conseguir ver sequer uma sombra dela.

Judite saiu do banheiro e deu de cara com uma mulher vestida de jeito bem comum vindo em sua direção.

Mas aquele rosto familiar a fez entrar em choque.

- Andreia?! O que você está fazendo aqui?

Andreia não ficou muito surpresa em encontra-la, já que tinha a visto antes em meio aos espectadores enquanto estava nos bastidores.

- Eu trabalho aqui - respondeu ela em um tom indiferente.

Desde sua saída da Bela Costa cinco anos atrás, ela já tinha decidido em seu coração que ia cortar as relações com todos os membros da família Hofmann.

Portanto, não devia muitas explicações à Judite.

E foi claro que Judite jamais relacionaria Andreia e Mena como a mesma pessoa, então a considerou apenas uma funcionária comum.

Pensando nas diferenças de status social entre elas hoje em dia, Judite sentiu muito orgulho.

- Nunca imaginei que a gente ainda se encontraria um dia. Aquele seu irmãozinho doente morreu? - disse Judite. Era só de abrir a boca, que já deixava claro a pessoa desprezível que ela era.