Capítulo 2
Estela não estava entendendo onde Bruce queria chegar e assim que percebeu que ele estava fazendo perguntas muito pessoais, disse:
Estela: Desculpe-me, mas o senhor acabou de dizer em minha frente que já havia escolhido sua secretária. Por que estamos continuando com a entrevista e o porquê de saber se tenho namorado é importante?
Bruce riu. Estela não era uma menina ingênua e sabia se defender. Ele gostava disso.
Bruce: Você precisa ou não de um emprego?
Estela: Preciso, mas a vaga não está ocupada?
Bruce: Aquela sim, mas tenho outra. A propósito, você precisa se vestir melhor. Parece uma adolescente de filme americano.
Estela se irritou profundamente. Ela ficou pensando quem aquele homem achava que era para falar assim com ela. A sua arrogância a causava repugnância, mas ela precisava muito de um emprego, por isso teria que suportá-lo educadamente.
Após enchê-la de perguntas, Bruce finalmente se pronunciou:
Bruce: Você passou na primeira etapa, caso queira o emprego, esteja aqui amanhã bem cedo.
Estela: Estarei. Muito obrigada! O senhor não irá se arrepender.
Bruce: Veremos.
Estela foi para casa toda empolgada. Ela não via a hora de contar para a sua mãe e para Laís que estava quase conseguindo um emprego. Porém, quando chegou em casa, sua alegria acabou ao ver sua mãe chorando. Ela havia recebido a visita de um cobrador de mais uma dívida que seu pai deixou, mas que agora a ameaçou violentamente. Estela se sentiu imensamente amargurada ao ver sua mãe naquele estado e por um momento sentiu ódio de seu pai falecido por tudo o que ele estava fazendo ela passar. Agora mais do que nunca ela precisava trabalhar para poder quitar todas as suas dívidas.
Bruce
Assim que chegou em casa após o expediente de trabalho, Bruce foi recebido em sua casa por sua doce filhinha Sofia. Ela o abraçou forte e disse que estava muito triste pois no outro dia teria uma festa para as mães e ela não tinha nenhuma.
Mário, que estava junto de sua neta, disse:
Mário: Em breve seu papai arrumará uma mãe para você. Certo, Bruce?
Bruce: Já arrumei. Em breve vocês a conhecerão.
A menininha abriu um sorriso e perguntou ao seu pai?
Sofia: Verdade, papai? Iupi! Não serei mais a menina sem mamãe!
Mário mudou o seu semblante e chamou Bruce para conversar no escritório, enquanto Sofia assistia um pouco de TV.
Mário: Que loucura é essa? Como você fala para a Sofia que ela tem uma nova mãe se nem a conhecemos? Quem é essa mulher? Você a ama?
Bruce: Você me pressiona todos os dias para encontrar uma mãe para a Sofia. Não me questione os meios que eu usei para encontrar e sobre amor... por favor não toque mais nesse assunto. Basta que eu ame a minha filha.
Bruce subiu para seu quarto para tomar um banho e depois desceu para jantar com sua família. Sofia estava radiante diante da notícia de ter uma mãe.
Após o jantar, Bruce contou uma história para sua filha e a colocou para dormir. Logo depois, ele foi analisar os relatórios sobre a vida de Estela que ele mandou levantar.
****
No outro dia, ainda bem cedo, Bruce chegou ao escritório e viu que Estela o aguardava. Ela era perfeita para o que ele queria e sabia que por estar precisando de dinheiro, seria mais fácil dela aceitar seus termos sem muito questionar.
Ele passou por ela, que estava na sala de espera de seu escritório, sem a cumprimentar, deixando ela constrangida por tamanha falta de educação. Poucos minutos depois, ele mandou sua secretária pedir para que ela entrasse em sua sala.
Assim que Estela entrou, ele mandou que ela se sentasse e tirou uma pasta com alguns papeis na gaveta e começou a coloca-los sobre a mesa.
Estela olhou e viu que se tratava de papeis relacionados a rotina de uma menina de uns quatro anos.
Bruce a olhou e disse:
Bruce: Isso é tudo o que minha filha faz ao longo da semana. Você acha que consegue acompanhar?
Estela finalmente entendeu o que Bruce queria: uma babá. Apesar de não ser um emprego muito prestigiado, para ela era perfeito, pois amava cuidar de crianças e precisava de dinheiro. Estela respondeu, com um sorriso:
Estela: Claro! Adoraria ajudar a cuidar de sua filha.
Bruce anotou um valor no papel e entregou para Estela, que respondeu:
Estela: Acho que tem algo errado. Esse valor é incompatível com a função.
Bruce: Você está achando pouco?
Estela: Pouco? É uma pequena fortuna por mês. Totalmente incompatível com o cargo de babá.
Bruce: Babá? Quem te disse isso?
Estela: Achei que era para cuidar de sua filha...
Bruce: Mas é. Só que não preciso de uma babá, mas sim de uma mãe.
Estela: Não se pode comprar uma mãe.
Bruce: Não seja tola. Não estou comprando, mas sim contratando. Se você aceitar, amanhã mesmo assinaremos um contrato de casamento com todos os termos e cláusulas que eu exijo. Ninguém poderá saber do nosso acordo, somente nós dois e meu advogado. Perante a sociedade, minha família e a minha filha, você será a minha esposa.
Estela: Então você quer um casamento de fachada para poder dar uma mãe para a filha. Por que não se casa com alguém que ama de verdade. Você é jovem, não precisa comprar uma esposa.
Bruce: Não te dou liberdade para entrar em minha vida pessoal. Pelo o que sei, você está precisando de dinheiro. Agora basta você analisar minha proposta e ver se é viável ou não. Vou deixar uma cópia do contrato com você. Quero que você leia tudo atentamente e só depois me responda se quer ou não.
Bruce saiu antes mesmo que Estela tivesse a oportunidade de responder. Ela ficou pensando como um homem tão jovem e bonito chegou ao ponto de ter que contratar uma esposa. Ela respirou fundo, pegou o envelope com o contrato de casamento e as informações de Sofia e foi para casa para analisar tudo com bastante calma.