Capítulo 7
Elizabeth
Estava eu no quarto entediada e sem achar posição naquela cama, quando o médico bateu na porta e entrou com o prontuário na mão. Meu coração foi de 8 a 80 em segundos, eu não posso ser liberada agora sem que o coroa saiba disso.
– Claro, pode entrar doutor.
– Está liberada Elizabeth, já pode ir para casa!
Assim que ele saiu a enfermeira me ajudou e vestir a roupa do dia do acidente, trouxeram uma cadeira de rodas e fomos saindo em direção à entrada do hospital.
Eu parecia estar saindo de um filme de terror onde eu era a finalgirl, felizmente era um hospital particular e havia sido bem tratada até demais.
– Pode ligar para um táxi, por favor?
Enferm. – Acho que não vai precisar...
Maciel estava me esperando encostado em seu belo carro, e ele já até estava arrumado dos amassados da batida.
Eu nem pude disfarçar a alegria e alívio de saber que ele estava ali para me levar, nem que fosse para algum hotel. Certamente passou a noite pensando em tudo o que havia dito dentro do quarto do hospital.
– Vamos?
Eu sorri timidamente, ainda incomodada pela luz do sol.
Ele se aproximou e me pegou nos braços, nos olhamos alguns segundos e com cuidado me colocou no banco da frente a e enfermeira colocou minhas sandálias dentro do carro.
– Para onde iremos Maciel?
– Apenas confie em mim.
– Sim senhor!
– Nada de senhor, deixe eu te ajudar com o cinto de segurança. Não queremos que você se quebre de novo por minha culpa!
Eu sorri, ele chegou bem perto sei que ele podia sentir meu cheiro assim como eu o dele. Quase me abraçou e travou o cinto.
Paramos em frente a um edifício, era muito bonito, mas nada comparado ao que sei que ele podia me dar se realmente quisesse me surpreender, Maciel ia me levar nos braços mais uma vez.
– Por favor não, fico constrangida de você ter que me carregar assim na frente de todo mundo. Eu posso me equilibrar na outra perna e...
– Deixa de bobagem, não estou tão velho assim que não possa te carregar um pouco menina!
Entramos no elevador, era realmente estranho estar nos braços dele. Aquele cheiro de perfume caro e estar sentindo seus braços fortes me envolverem era muito excitante.
Ele fazia questão de sentir meu cheiro, assim como eu ao dele.
Tínhamos acabado de nos conhecer e por mais que eu soubesse a que ponto iríamos chegar em breve, ainda assim havia em mim um pouco de pudor e receio mesclado muito tesão.
Ele passou um cartão e entramos em um dos apartamentos. Não era grande e nem tão luxuoso quanto eu esperava e sei que mereço, ele me colocou no sofá com cuidado. Deu uma olhada discreta em minhas coxas o vestido teimava em subir, revelando mais do que devia.
– Esse apartamento é seu?
Claro que apenas um dos vários que sei que ele tem espalhados pela capital e fora também.
Eu olhava tudo curiosa, a decoração era bonita, mas realmente faltava muito para ser digno de mim.
– Sim, eu o comprei há muitos anos. Quando comecei a prosperar financeiramente ele foi minha primeira aquisição, por isso resolvi te trazer para cá para te trazer sorte também.
– Entendi.
– Ainda assim, parece assustada. É pelo que estou fazendo?
– Não estou assustada por você estar me ajudando Maciel, apenas curiosa e surpresa em estar aqui.
– Pode perguntar o que quiser, esse lugar sempre precisou de um toque feminino e sua presença com certeza vai deixar ele muito mais bonito.
– Não posso aceitar ficar aqui. É seu apartamento e...
Ele me silenciou, quase tocando meus lábios com seu dedo indicador. Posso imaginar o que ele pensava só olhar para os meus lábios e tocá-los.
– Ele é nosso... pode ficar o tempo que quiser e não precisa ficar preocupada ou receosa por minha causa. Não sou do tipo de homem que tira vantagem de situações como essa!
– Sua família não vai gostar de saber disso, que eu estou aqui no seu apartamento e ainda mais morando.
– Com eles deixe que eu me entendo, pedi para que comprassem algumas coisas mais cedo. Não sabia o que você gostava, mas a geladeira e os armários estão cheios. Por que está chorando menina? Achei que ficaria feliz!
Ele chegou mais perto e segurou minha mão olhando nos meus olhos.
– Não se sinta humilhada Elizabeth, o orgulho nunca te fará crescer. Eu prometo que em breve você será capaz de comprar um apartamento e talvez muito melhor do que esse, só precisa aceitar a ajuda que estou disposto a te dar.
– É que você está sendo tão bom comigo, que eu sinto às vezes que não mereço tanto.
Ele se sentou na mesinha de centro ficando de frente para mim e segurando minhas duas mãos.
– E você merece, muito mais do que isso.
Me joguei nos braços dele, colei meu corpo pequeno no corpo quente dele abraçando bem forte. Senti a mão dele acarinhar meu cabelo com muita destreza, me afastei rapidamente para não fazê-lo pensar que eu seria tão fácil.
– Me perdoe Maciel eu não devia ter feito isso, por favor me desculpe!
– Foi apenas um abraço não tem por que se desculpar. Eu já vou, mas vou deixar aqui anotado meu contato pessoal. Se precisar de qualquer coisa, seja a hora que for, me ligue.
Maciel se levantou e o acompanhei.
– Sim senhor.
Ele me entregou e saiu.
Me levantei apoiando o mínimo possível na perna quebrada, dei uma olhada no apartamento. Tinha um telefone fixo no quarto, tomei um banho peguei um roupão que provavelmente era dele e me vesti.
– Virgínia, sou eu Elizabeth. Pode me fazer um favor amanhã bem cedo?
– Pode dizer, se estiver ao meu alcance.
– É que preciso que busque minha mala aí na casa do Kyara, já está prontinha entre em um táxi e traga nesse endereço...
– Está bem, pode deixar que eu levo.
Elizabeth - Obrigada!