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Sou Kate Collins, uma arquiteta apaixonada pelo meu trabalho e dona de uma empresa bem-sucedida ao lado do meu irmão, Andrew. Ser sócia dele sempre foi uma experiência única, mas também vem com seus desafios, principalmente quando se trata de equilibrar a vida pessoal e profissional.

Nesta manhã, acordei cedo e segui minha rotina habitual. Antes mesmo de me levantar da cama, peguei meu celular para verificar as mensagens. Como sempre, lá estava o bom dia do meu irmão, Andrew, que é mais protetor e controlador do que qualquer pai. Respondo sua mensagem brevemente, pedindo para irmos direto para a empresa, pois imagino que ele passou a noite se divertindo nas baladas.

Caminho até o banheiro, tomo um banho rápido e me arrumo. Porém, antes de sair, decido ser um pouco carinhosa com Andrew e peço para que ele traga meu café favorito. Ligo para ele e, logo no primeiro toque, ele atende. — Sim, admito que sou folgada, antes mesmo que você diga algo, meu irmãozinho lindo. Pode trazer um café bem gostoso, com bastante leite, para mim... — Solto um riso travesso ao telefone, enquanto o ouço suspirar.

— Kate, você é folgada demais, já sabemos disso. Mas você não perde a oportunidade de me pedir café todos os dias. — Ele responde, com um leve tom de reclamação.

Reviro os olhos, sabendo que ele não pode me ver. — Andrew, não reclame. Te espero na empresa com meu café ou posso contar para uma de suas loiras desinteressantes que você se diverte com várias, não apenas com uma. O ouço xingar do outro lado da linha.

— Já estou indo, Kate. — Ele responde rapidamente e desliga o telefone.

Começo a rir, imaginando sua expressão de poucos amigos após a chantagem que fiz. Pego minha bolsa, calço meus sapatos e desço para a garagem particular do meu andar. Dirijo até a empresa, que está localizada no centro de Toronto. Enquanto dirijo, coloco uma música no rádio, e a batida contagiante me envolve. É incrível como a música pode nos transportar para um mundo próprio.

Chego à empresa e sou prontamente recebida por Paul, o manobrista, que estaciona meu carro. Agradeço a ele e entro na empresa, ouvindo alguém pedindo para segurar o elevador. Reconheço imediatamente a voz como sendo a de Andrew. Coloco a mão no sensor, segurando o elevador enquanto meu irmão corre para não perdê-lo. Começo a rir e olho para ele, que está ofegante.

— Oi, Super-Homem, você não acha que está desesperado demais? — Provoco, vendo-o entregar-me o café. Tento pegá-lo, mas ele o ergue no alto, fora do meu alcance.

— Já que sou o Super-Homem, como você me chama desde pequena, que tal você ser a Mulher-Maravilha e pegar o café aqui em cima? — Ele debocha, provocando minha frustração.

Fecho a cara e me recuso a responder. Assim que o elevador chega ao nosso andar, saio pisando firme e vou direto para o escritório, desejando que minha secretária chegue logo. Andrew me segue de perto, colocando o café na minha mesa. Ele sabe muito bem que sou viciada em café. — Andrew, você sabe que eu te amo, né? Mas não brinca com a minha altura. Não tenho culpa se puxei o lado pequeno da família — Comento, pegando o café e saboreando-o.

No entanto, ao olhar para Andrew, percebo que algo está diferente. Ele parece sério e solta a gravata, suspirando. — Kate, precisamos conversar sobre a reunião de hoje— , Ele diz, mudando seu tom de voz.

Percebo sua expressão alterada e puxo uma cadeira para sentar-me em frente a ele. — O que houve, Andrew? Você parece estranho. A noite não foi boa? Suas ‘loiras’ não deram resultado? — Brinco, tentando aliviar a tensão. — Qual é o problema com essa reunião?

Ele está começando a me preocupar. Não gosto quando ele fica assim. Andrew respira fundo e me olha seriamente. — Não é nada sério para você, mas para mim é. Essa reunião é para fechar negócio com um novo acionista que se juntará a nós. Além disso, teremos que discutir sobre a assistência que você terá, o que não me agrada em nada.

Um sorriso irônico surge em meus lábios. Começo a entender onde ele quer chegar. Andrew é superprotetor, o que geralmente é bom, mas às vezes se torna sufocante. Eu não suporto ser comandada por outro homem além dele, mas parece que não terei escolha. Se ele está agindo assim, é porque esse novo acionista é alguém que ele considera importante.

— Andrew, qual é o problema? Isso não significa que eu vou ter algo com esse novo acionista, então por que você está tão estranho? Não comece com essas paranoias, você é meu irmão e sócio, não meu pai, que aliás não faz nem metade do drama que você faz. — Vejo Andrew se levantar rapidamente e começar a andar de um lado para o outro, demonstrando que o problema é maior do que eu imaginava.

— Kate, o dono da empresa é um antigo amigo da faculdade, Taylor Crawford. Você não gostava dele naquela época e acha que ele estava me afastando de você. Lembra dele? — Ele me encara, esperando minha reação.

Fico imóvel ao lembrar do nerd estranho que afastou meu único companheiro de mim, fazendo com que nossas ligações virtuais se tornassem cada vez mais escassas. Essa lembrança me incomoda até hoje. — Hum, aquele sem noção que usava uns óculos maiores que ele mesmo. — Finjo não me importar, mas Andrew sabe que isso me afeta. — Bem, faz anos... Não poderia imaginar que ele voltaria à minha vida e ainda faria uma junção com nossa empresa. Só o vi uma vez pessoalmente, e, acredite, foi o suficiente.

Andrew balança a cabeça e coloca a mão no ombro, em um gesto de conforto. — Eu sei, Kate. Mas precisamos superar isso. Taylor está interessado em investir em nossa empresa, e seria uma grande oportunidade para crescermos ainda mais. Prometo que não deixarei ele interferir em nossa relação, mas precisamos dar uma chance a essa parceria.

Respiro fundo e sorrio para ele, sabendo que ele se preocupa comigo, mesmo que exagere às vezes. — Está bem, Andrew. Vamos lidar com isso juntos, como sempre fizemos. Eu confio em você. — Levanto e caminho até ele, abraçando-o. Andrew corresponde ao abraço, aliviado.

Ele se retira da minha sala informando que iria cuidar de mais alguns assuntos antes da reunião.

Acabo me distraindo completamente no novo projeto que estou criando para um cliente em especial. Por estar tão concentrada, não ouço Camile bater na porta. Só ao perceber sua presença, vejo o quanto me distraí. Ela me informa que a reunião irá começar dentro de 5 minutos, e que todos já estão na sala de reuniões, no aguardo.

— Obrigada por avisar, Camile. Andrew já está lá?

— Sim, senhora. O Sr. Andrew está na sala, esperando…

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