Capítulo 2
— Não se preocupe, vou mostrar a ele —
- Obrigado, mas não é necessário. -
As nuvens compactas começaram a despejar baldes de água na pista.
“Perfeito”, disse o treinador.
Os membros da equipe se espalharam como muitas formigas.
Não entendo, o céu estava claro até recentemente, não entendo Nova York.
Em poucos segundos eu estava encharcado da cabeça aos pés. A água estava fria no começo, mas quando fiquei completamente encharcado meu corpo esquentou como quando você vai nadar em uma piscina.
A chuva caía intensamente, era oficial que a tempestade havia vencido a corrida. E enquanto isso as lágrimas não paravam de cair. No meio do campo vi um menino. Ele o viu, era ele Cinco, ele havia sido deixado sob a enchente. Mas o que ele estava fazendo lá e por que voltou? Muitas perguntas invadiram minha mente.
Quando me aproximei dele o aguaceiro havia se reduzido a uma leve garoa, enxuguei as últimas lágrimas com a mão, não queria que ele me visse naquelas condições.
Nunca deixei ninguém me ver chorar, nem mesmo minha mãe, só não quero que ninguém me veja fraco. Sempre preferi me trancar no meu quartinho creme e chorar em silêncio.
- O que você está fazendo aqui? - eu disse esperando que ele não notasse meu choro.
—Você tem que vir comigo. —Ele disse friamente. A voz dele me deixa louca, por quê? Eu mal o conheço e ainda assim é como se o conhecesse a vida toda.
— Por quê?Você acha que por causa de uma carona idiota que você me deu, você acha que vai sair comigo? — Sim, estou rindo. O que havia para rir?
- Não acho engraçado -
- Sim. Você acha que eu quero sair com você, não, você está muito enganado, tem que voltar para casa comigo, achamos que sim... - Ele para por um momento pensando nas palavras certas para dizer.
- Apenas me acompanhe. —Ele disse puxando meu braço.
— Perfeita Valentina, só estávamos sentindo falta de um maníaco na sua vida —
"Hahaha, o que faz você pensar que sou um maníaco sexual?" Ele disse, olhando-me nos olhos enquanto me levava até seu Chevy e de volta ao seu carro.
"Talvez o fato de você estar me sequestrando", eu disse com sutil ironia.
— Não estou te sequestrando, só estou te levando para minha casa —
- Claro! E não me pergunte educadamente! -
"Eu consegui", ele disse irritado.
Suspirei e tentei desviar o assunto mudando de conversa.
- Quem é sua família? Pelo menos é isso já que você é um garoto misterioso – ele começou a rir de novo, juro que estou ficando nervoso.
—Fazemos parte da Academia Umbrella. Acho que você já ouviu falar de nós, certo? — olhei para ele perplexa.
— Aquele guarda-chuva.. —
Ele se vira por um momento olhando para mim da cabeça aos pés e por um momento eu juro que vejo suas pupilas inchadas.
“Se você continuar assim, eles vão desmoronar”, eu disse, rindo para aliviar a tensão.
—Não tem nada de engraçado nisso, você realmente não sabe quem somos? -
— Ok, agora você está me assustando, me deixe sair e vamos terminar por aqui. — deixei escapar, irritada com a atitude dele, não, não, não sei quem diabos é a família dele e não me importo em saber.
Nem um pouco ofendido, ele continua olhando para a estrada, seu dedo batendo no volante, uma clara indicação de que mal podia esperar para sair do carro. Se ele odeia estar comigo, por que ele me pegou?
- Você não vai à escola? - eu disse impulsivamente. — Nunca vi um carro tão limpo, não te dão livros para ler? —Que diabos estou dizendo?
— Eu sei ler um livro. —Cinque cortou.
— Ok, você não é analfabeto. Com licença. -
Cinco franziu a testa e aumentou o volume do rádio. Ok, é oficial, ele não quer ouvir minha voz. Isso me irrita muito.
—Se você não queria me ouvir falar, você estava certo em me deixar lá. - eu disse cruzando os braços sobre o peito.
Cinco sorriu e caminhou rapidamente em direção à minha porta. Fiquei decepcionado e me vi diante de um prédio grande e bastante antigo de tijolos. Nas janelas havia o símbolo de um guarda-chuva. Agora eu entendo o nome.
"Venha", ele me disse com uma voz doce.
É surpreendente a facilidade com que seu humor muda.
Entrei no prédio onde encontrei uma garota de trinta e poucos anos nos recebendo.
"Você deve estar... hum..." ele gaguejou, buscando a ajuda de Cinco, mas antes que ele dissesse uma palavra ela o silenciou com o olhar.
— Meu nome é Valentina e gostaria de saber por que estou nesta casa. - eu disse sem vergonha.
— Prazer em conhecê-la Valentina, sou Allison — ela disse estendendo a mão, eu não apertei, não a conheço, não sei de nenhum deles por que deveria fazer isso.
Um garoto alto apareceu atrás de mim.
—Ele aperta minha mão, em sinal de respeito—
Levanto a cabeça para olhar melhor para ele.
— Quando você conquistar meu respeito, só então apertarei sua mão, idiota —
- Com licença? - disse ele, surpreso com minha afirmação.
- Ok, desculpas aceitas. - digo sorrindo para ele.
Ouvi risadas e vi Cinco rindo loucamente.
—Eu sabia que ela era durona. —Ele disse inclinando a cabeça.
—Posso saber o que você quer de mim? -
Da porta da frente vi um macaco vestido com roupas de mordomo. Ok, isso é realmente demais, eu tenho que ir.
—Senhorita Valentina, olha, acreditamos que você tem poderes. Isso é realmente demais para suportar, eu tenho poderes? Mas onde estamos nos filmes da Marvel?
— Achei que eu era o maluco que foi ao psicólogo mas agora entendo que o verdadeiro maluco é você. - eu disse apontando o dedo para ele.
Eles ficam perplexos quando olham para mim, talvez por causa da palavra psicólogo. Todos eles se apegam à palavra “psicólogo”.
Cinco se aproximaram de mim, eu rapidamente me afastei.
"Quando começou a chover esta noite, acho que foi você", disse ele com um suspiro.
— Você é louco… estou indo embora —
O grandalhão olha para mim com raiva.
—pare de ser uma vadia e volte aqui—
—É o que eu sou. - eu disse me virando e mostrando o dedo médio. Fechei a porta daquela casa e voltei para a minha. Tudo isso era um absurdo.
Valentina girou a chave na fechadura de bronze e empurrou com força a porta: quando chovia ela sempre emperrava, era mais fácil abrir por dentro.
Assim que entrou em casa tirou os tênis e as meias, agora encharcados. E ele vestiu seu pijama favorito, era desenhado com muitos unicórnios, era ridículo, mas ele adorou.
Ele se jogou no longo sofá em forma de L e afugentou aqueles pensamentos que lotavam sua mente, mas era impossível não pensar nele, neles... naquela família estranha.
Ela dos poderes? Era impossível, ela sempre foi uma menina educada... normal, enfim.
Mas o que a distraiu de seus pensamentos foi o som da campainha, ela delicadamente se levantou e abriu a porta, Ally com certeza estava se perguntando o que havia acontecido com ela.
- Sisi, estou indo - ele abriu a porta delicadamente, mas não encontrei a pequena figura do meu melhor amigo, mas sim o que ele estava fazendo na frente da minha porta, mas acima de tudo como ele conseguiu encontrar o caminho . . Talvez ele esteja me perseguindo...
"Sinto muito por você, mas não sou tudo", disse ele entre aspas, seus lábios carnudos e beijáveis se curvando em uma careta de impaciência. Mas o que mais você quer?
Tinha uma voz firme e profunda, típica de uma criança acostumada a ser ouvida sem objeções.
Os olhos eram de um verde tão brilhante que não podiam ser reais, um verde esmeralda que se destacava naquele lindo rosto pálido.
- Preparar? — Ele disse colocando a mão no batente da porta e se inclinando para frente. —Você perdeu seu idioma? -
Naquele momento lembrei-me de respirar e dei um passo para trás, corando de vergonha.
—Você me deixa entrar ou teremos que nos encarar? —Ele disse, tirando uma mecha de cabelo da testa, queria morrer.
Ooooocheee. — Emm... sim, claro, entre — Deus, que pena. Por que isso tem esse efeito em mim? Com Daniel não foi assim.
"Lindo", disse ele, olhando em volta.
— Muito obrigado, se você veio me convencer que está perdendo seu tempo, não acredito em uma palavra de... —
— Eu sei — sentado no meu sofá. Claro, Cinco, vá em frente.