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Prólogo

Ainda me lembro das palavras de Harry quando voltei anunciando que encontrei minhas companheiras.

Companheiras

Eram duas, gêmeas, lindas demais. Enfrentei uma alcateia inteira para as ter comigo e assim que voltei com elas para o reino Harry me parou.

Ele já sabia desde o início as minhas intenções e eu estava pouco me fodendo para isso.

__ Um triângulo amoroso quase sempre termina em tragédia- disse me encarando e eu o olhei completamente certo das palavras que iriam sair da minha boca.

__ Esse com certeza vai- respondi e fui embora.

Dito e feito, a tragédia aconteceu e pelas asas eu me sinto muito mais tranquilo agora, sem o peso delas em meus ombros, sem ouvir suas vozes sussurrando em meu ouvido tentando me enfeitiçar com suas palavras doces, tentando me iludir.

Minha família acha que agi muito errado, não se mata uma metade, para eles família é tudo.

Eu não matei uma, mais sim duas.

E esse era meu objectivo desde que comecei a procurar por elas, só me esqueci por um tempo, mas elas me lembraram como boas metades que eram.

Só sei que respiro muito melhor sabendo que tenho o sangue delas em minhas mãos e minha família não consegue entender isso.

Acham que sucumbi a loucura e me mandaram a um campo de concentração que abriram recentemente para seres sobrenaturais que podem estar tendo doenças mundanas. A loucura não é uma doença mundana, mais os traumas sim, a depressão, o espírito suicida.

Sei que minha família criou esse lugar para mim e Vênus, mas um caralho que ficarei melhor.

Eles me dopam, minha mente fica apagada não consigo raciocinar direito, tanto que nem agi como eu mesmo quando minha irmã finalmente foi encontrada. Tive um surto bem grande que meu pai me mandou de volta.

Estou aqui a quase cinquenta e dois anos, papai me mandou ficar por quase cem, já passou metade. Mas não sei se minha mente vai aguentar até lá, esses medicamentos estão acabando comigo, estão me mudando, não gosto desse novo eu.

E o único ser que posso contar com ele, tem seus problemas também, meu gêmeo Klaus. Ele vem sempre, me visita e me manda parar de tomar essas merdas, ele sempre diz que vai encontrar uma forma de me tirar daqui.

Mas eu sempre negava sua oferta por achar que sou perigoso demais para estar a solta, mais agora, agora acho que esses medicamentos são perigosos demais para a minha sanidade e para esse lugar.

Porque a vontade que tenho de destruir esse lugar cresce a cada dia e tenho medo de um dia acabar matando quem não merece.

Não é porque matei minhas companheiras que sou um monstro, eu só mato quem merece e aquelas mereceram pra caralho.

Agora só quero sair daqui e tentar superar tudo sozinho como devia ser, vivendo a minha vida.

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