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Seis

Colin

Assim que chego em casa, sou surpreendido por sons de gemidos vindo do quarto da Hiana, só pode ser brincadeira, eu digo que não vou trazer ninguém e na primeira oportunidade ela trás alguém, isso me irrita completamente.

Vou até a geladeira caçar alguma coisa pra comer, e novamente escuto um gemido baixinho, parece um gemido de dor, tem garotas que gemem assim.

De repente a imagem da Hiana cavalgando surge na minha cabeça e me deixa de pau duro, a certeza de que ela tá fazendo isso em cima de outro cara me faz ferver de raiva.

Mas que porra é essa mesmo que eu tô sentindo?

— Huuum! Dói tudo! - Ela fala sozinha, não escuto ruído de nenhum cara, e a lembrança dela espirrando hoje mais cedo toma a minha mente, dou uma olhada na pia e vejo o pote de sorvete vazio, se ela tava gripando e tomou bastante sorvete então....

Ah merda! Isso não é bom!

Vou até a porta do quarto dela e bato na porta.

— Entra! - Assim que abro a porta vejo a Hiana toda embrulhada e o rosto branquinho e lindo tá todo vermelho, a pontinha do nariz tá igual a de uma palhacinha, me aproximo dela e toco na sua testa, tá queimando.

— Merda Hiana! Você tá doente. - concluo o que já está óbvio.

— Aaai! - Ela dá um gemido sofrido e faz uma carinha fofa de dodói, até doente essa garota consegue ser linda.

— Onde dói? - pergunto preocupado.

— O corpo todo. - responde fracamente.

— Já tomou algum remédio?

— Não! Atchim! - começa uma série de espirros.

— Já volto. - Vou na sala e pego meu telefone e ligo para a Hana.

— Alô!

— Oi cunhadinha linda!

— Colin! Oi está tarde! Tudo bem?

— Na verdade não! A Hiana tá espirrando, com febre e dizendo que tá doendo o corpo todo! E ainda tomou sorvete mais cedo! Devo levar ela no hospital?

— Acho que não! Deve ser um resfriado que foi piorado por causa do sorvete! Ela deve agora estar doendo também a garganta! - Me sinto culpado, não deveria ter oferecido sorvete pra ela. — Da pra ela um remédio pra gripe e um chá, daqui a meia hora um remédio pra febre! Se amanhã ela não melhorar me liga de novo, aliás me liga de qualquer jeito pra eu saber se ela tá bem.

— Tabom cunhadinha! Vou fazer isso agora! Manda um beijo para as crianças e um abraço pro mano!

— Pode deixar! E Colin, obrigada por cuidar da Hiana! Eu sabia que podíamos confiar ela a você. - Me deram um pepino pra descascar isso sim!

— Relaxa cunhadinha! O que você me pede sorrindo que eu não faço chorando? - Literalmente chorando.

Desligo o telefone e peço os remédios que ela me disse pra comprar no aplicativo, pouco tempo depois a campainha toca e recebo o pedido, faço o chá e levo junto com o comprimido para a Hiana , que ainda está tremendo embaixo do edredom dou o chá e o remédio pra ela, que agradece e volta a se embrulhar, merda ela tá mesmo com muito frio.

Saio do quarto e vou na cozinha, como qualquer besteira na geladeira, respondo uma mensagem da Noemi me ameaçando de rancar as minhas bolas caso eu não vá pra faculdade amanhã, depois quando vejo que passou meia hora levo o segundo remédio assim como a Hana me instruiu.

Ela continua tremendo de frio

— Hiana! Toma mais esse remédio! Você vai melhorar. - entrego o comprimido pra ela.

— Oo... bri, bri, gaaaaaa, daaaaaa. - Ela diz tremendo os lábios de frio e toma o remédio, depois volta a se embrulhar, dou uma olhada nela, seus dentes começam a trincar de tanto frio. — Desliga o ar condicionado por favor. - ele pede se embrulhando ainda mais.

— Já está desligado Hiana. - respondo cheio de pena.

Merda! Ela tá com edredom e mesmo assim tá desse jeito! O corpo todo dela se estremasse, ela geme, e faz uma careta de frio e dor.

De repente um sentimento esquisito toma conta de mim, fica praticamente insuportável ver ela dessa maneira.

— Me da espaço Hiana. - Ela afasta um pouco e eu entro embaixo do cobertor com ela.

— Oo que, que vooooo ceeee

— Eu tô deitando na cama com você! Não fala mais tá? Não quero que você morda a língua. - Me aconchego nela, envolvendo ela toda com meus braços, coloco minha perna no meio das suas, e trago ela toda pra mim, ela tá queimando de febre, e mesmo assim está tremendo, nos envolvo com o cobertor e ficamos apenas com as cabeças de fora, ela me olha confusa, mas não reclama e nem me joga da cama, parece que meu corpo já tá ajudando o dela a controlar a temperatura. — Relaxa! Meu corpo é quente! Eu vou te esquentar! Tenta dormir.

Ela deita a cabeça no meu ombro e fica piscando os olhos pesadamente, tá claramente cansada, e muito mal também.

— Pode dormir Hiana. - Sussurro em sua orelha depois que ela fecha os olhos. — Eu não vou sair daqui.

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