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Merecia muito

               Capítulo 03       

         Infortúnio de Amor

         Diana tentou não deixar os pensamentos voltarem a noite passada, mas sinceramente ela estava com zero fome, mesmo assim tentou conversar assuntos leves e aleatórios com seu tio Sandro, e comer o prato delicioso com Strogonoff, que ela tanto gostava, porém um tempo depois desistiu afinal era inútil, e ela mal tocou na comida.

    Se fosse outra oportunidade teria devorado tudo, mas não hoje.

     Sandro entendeu Diana, e seu pouco interesse pela comida, já que era nítido o estado que a sobrinha estava e em seguida ele  a levou até o seu apartamento.

    Depois de ter feito as malas no apartamento do tio, e dando uma abraço em Luiza, a mulher dele e do filho Pedro, Diana seguiu para o aeroporto.  

           Sandro a levou para o aeroporto de  Congonhas, no centro de São Paulo, e logo que embarcou Diana sem querer, voltou a lembrar da noite passada com o homem poderoso, e seu inconsciente sonhado tentou formar na cabeça como seria a aparência do homem que pagou cem mil reais para dormir com ela.

       Não, ela não podia continuar assim, pensando nisso, e seu tio Sandro tinha razão, pois ela precisava esquecer e só arranjar os preparativos da viagem e salvar sua mãe.

               

         Clara mãe de Diana, estava em seu apartamento no bairro da cidade jardim próximo ao centro de campo grande, ela tentava cuidar das suas plantas na sacada, mas sua doença não lhe dava trégua, pois desde que ela havia sido diagnosticada com uma doença rara cerebral a quase dois meses atrás, sua vida mudou e virou de cabeça para baixo e a espera por um tratamento no SUS só estava agravando a situação e por isso sua única filha, Diana, foi para São Paulo.

     Em busca de trabalho, Diana foi morar com seu tio Sandro, irmão do pai dela, que já era falecido. 

       Pois, Clara era uma professora de inglês do ensino médio, mas ganhava pouco, por sempre ter optado por trabalhar somente um período para cuidar da filha única, pois ela sempre quis ser uma boa mãe para Diana para compensar a perda do seu pai Saulo, que morreu quando ela tinha cinco anos, e até pouco tempo atrás elas eram muito felizes. 

     Diana, estava cursando a faculdade de fisioterapia, pagar pelo irmão do seu pai e com vinte dois anos era o orgulho da sua mãe, porém ao saber da condição de Clara, se propôs a enfrentar o mundo em busca de uma cura, e foi assim pesquisando muito que ela encontrou o médico especialista Rodrigo Otomano, e como cursava fisioterapia e já estava no último período, Diana até conseguiu um intercâmbio é um lugar para ficar com mãe na Califórnia, em Los Angeles.

     Rodrigo Otomano até sabe o que poderia ser feito para restaurar a saúde de Clara, se prontificou a colocar ela como paciente da filantropia, mas os gastos com a viagem e muitas outras coisas ficaria por conta de Diana e de sua mãe.

    De repente, Clara ouviu a chave no apartamento e soube que Diana voltou, pois ela lhe mandou uma mensagem mais cedo dizendo que estava vindo, e tinha boas notícias.

          Clara estava curiosa, pois Diana ficou em São Paulo somente dez dias, porém ela sabia que Sandro tinha uma vida razoável, pois seu cunhado trabalhava para um homem importante do agronegócio.

            — Filha, estou aqui na sacada, molhando as plantas!

          Gritou com o pouco de força que ainda lhe restava. 

             — Ah mamãe, eu já vou, só vou guardar a mala no meu quarto e em seguida estarei aí!

             Diana estava feliz de estar em casa, pois apesar de ser simples ela amava muito cada cantinho do pequeno apartamento de setenta metros quadrados, e a delicadeza da decoração que trazia a paixão da mãe pela cultura japonesa, era tão charmosa que definitivamente nem um luxo que Diana viu em São Paulo faria ela troca seu doce lar.

            Colocou a mala no seu quarto, entrou no banheiro, lavou as mãos e depois ela foi até a mãe, encontrou Clara ainda mais pálida do que a deixou dez dias antes, mas agora com dinheiro que tinha na conta iria pagar a viagem para Los Angeles nos EUA, e ainda fazer o intercâmbio do último período do seu curso de fisioterapia, mas o que deixava Diana animada era que finalmente sua doce mãezinha teria um diagnóstico e um tratamento e seria curada.

       Pois ela merecia muito, afinal nunca se casou de novo para não arriscar de Diana ser molestada por um padrasto, e assim seguiram as duas felizes até a triste descoberta da doença e da escassa economia delas.

        Diana, ainda não trabalhava, pois estava  focada na faculdade, e alguns estágios, porém depois de saber que mãe estava doente até aceitou fazer freelance em lojas, e em tudo que aparecia, porém depois de ver que as diárias eram no máximo cem reais, ela resolveu pedir ajuda ao seu tio. 

Realmente Diana fez bem, e agora estava  ali contando à sua mãe que conseguiria finalmente ajudá-la.

       Resumiu bem rapidamente que seu tio Sandro lhe deu o dinheiro, e Clara ficou feliz, ao saber que Sandro estava tão bem de vida. 

          Diana jamais contaria a mãe que por uma noite foi uma prostituta, pois isso faria Clara desabar, e não ajudaria em nada a situação dela, portanto Diana sorriu e confirmou que o tio era maravilhoso e lhe deu o dinheiro, pois Sandro, combinou dizer o mesmo se caso Clara perguntasse.

            — Que maravilha, filhinha, seu tio é mesmo um bom homem, sempre foi e vou ligar agora mesmo e agradecer a ele. 

         

            — Certo mãe, enquanto a senhora fala com meu tio, eu vou fazer o jantar, na verdade acho que precisamos comemorar, que tal irmos na pizzaria Prates.

            — Certo, Diana, estou tão feliz que topo.

              — Vou tomar um banho e me arrumar, e depois do telefonema ao meu tio Sandro. Vá também mamãe e se arrume bem linda.

            — Farei isso, amor.

          Diana voltou ao seu quarto e ainda pode ouvir sua mãe agradecendo ao seu tio Sandro, e uma lágrima teimosa de repente se pôs a rolar, porém ela não tinha vergonha do que fez, e faria de novo enquanto vivesse para ter a chance de salvar sua mãe.

         Tomou um banho demorado, lavando os cabelos, que notou antes de molhar está cheirando o perfume do poderoso homem que a tornou mulher, e novamente enquanto a água molhava seus cabelos e mantinha os olhos fechados tentou vislumbrar o rosto dele.

          

      

        Autora: Graciliane Guimarães 

               

              

             

             

       

           

              

            

         

             

               

          

          

             

        

            

   

                    

     

    

                

         

          

         

             

            

                

             

                   

                

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